Capítulo 3- Embarque portão 7

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Mais uma mala e eu estaria pronta para ir para o aeroporto. Olhei meu quarto vazio, apenas com os móveis sem nenhuma decoração, o coração apertou, confesso! Fui ao banheiro terminar minha maquiagem, uma coisa bem leve e básica, pois ficar 9h no avião não ia ser fácil. Coloquei uma calça jeans básica que estava separada em cima da cama e uma camiseta preta, coloquei minhas botas baixinhas e estava pronta. Me despedi de Tomas que agora tinha mania de ficar na pia do banheiro e puxei minhas malas para fora. Estou levando apenas 2 malas gigantes, pois é o máximo que podemos levar, e uma mochila com roupas reservas, vai que minha mala some, né! Além da minha bolsa, com documento, celular e uma almofada de pescoço para não ficar desconfortável quando dormir no avião.
Meu tio já estava no corredor me esperando para ajudar a descer, dei uma das malas para ele e desci com a outra. Vovó e minha mãe já estavam preparadas na sala para irmos, o clima na casa hoje não foi dos melhores, mas todos nós sabíamos que era por um bom motivo que eu estava indo embora.
Já no carro, a caminho do aeroporto, deixei meus pensamentos voltarem a noite passada. O sorriso do Ricardo não saia da minha cabeça, aquela boca gostosa que tanto amei beijar. Não nós demoramos muito para ir embora aquela noite, e confesso que nada aconteceu também, bem que eu queria. Não pensem que sou uma mulher fácil, muito pelo contrário, porém não me faço de santa. Quando eu quero algo, não tenho medo de demonstrar. Mas foi mais falta de tempo do que de desejo de ambas as partes confesso. Ricardo me deixou em casa as 5h da manhã, sendo que precisaria acordar as 10h para terminar minhas malas. Mas aquela despedida de ontem não sai da minha cabeça
-Amei a noite de hoje Ricardo! - disse um pouco já sem jeito saindo do carro. - Você é um cara super bacana e tem bom gosto para música confesso. - caímos na risada.
- Eu que agradeço e lamento por não poder ter te proporcionado mais noites como essa antes. - Antes de conseguir chegar ao portão de entrada do prédio ele me agarrou pela cintura e aproximou seu rosto do meu. - Mas quando você voltar, eu prometo que vamos sair mais vezes. - UEPA, espera aii!! Fiz uma cara de assustada, essa me pegou de surpresa. Como assim? O que ele quer dizer com isso? - Não precisa ficar assustada, eu não to te pedindo em namoro nem nada! Quero que você aproveite sua viagem, porém quando você voltar. Gostaria que saíssemos mais vezes, para nos conhecer melhor, o que você acha da ideia?- ele abriu o sorriso mais lindo do mundo, como eu negaria alguma coisa para ele naquele momento?
-Claro que sim. - disse mais relaxa e dei um sorriso tímido.
Ele me beijou com muito carinho e ternura, aquela noite não poderia ter terminado melhor. Trocamos telefones para não perder contato e mais um beijo, entrei no prédio e fiquei vendo ele ir embora.
-Carol? - acordei dos meus pensamentos com o grito da minha mãe me chamando - Chegamos filha, vamos?
Minhas pernas amoleceram confesso, peguei uma de minhas malas e meu tio a o outra. Já no aeroporto, bem na entrada encontrei com Gabi e seu pai. Ela estava radiante de tanta felicidade, seu pai que parecia ter acordado com a pá virada e não tava com cara que iria desvirar ela tão cedo. Fizemos nosso check-in e ainda bem deu tudo certo com as minhas malas, só com as da Gabi que não. Pior é que eu avisei que não era para ela levar o mundo dentro da mala, que chegando lá nós compraríamos coisas novas. Mas nada que uma distribuída de roupas entre as duas malas para resolver o problema.
Já na porta de entrada para o embarque meu estomago começou a gelar. MEU DEUS EU VOU PARA NOVA YORK. Gritei internamente comigo mesma. Não sabia se ria ou chorava, ou se ria de tristeza e chorava de alegria. Acho que esse foi um dos momentos mais confusos que já passei. Abracei meu tio muito forte e foi ai que eu decidi o que ia fazer, chorar claro. Mas como eu chorei nos braços do meu tio, chorei de felicidade e tristeza ao mesmo tempo. Ainda bem que não tinha passado muita maquiagem. Logo foi a vez da minha vozinha querida!
- O vó! - A abracei com força, mas não muita para não machuca-lá - Eu vou sentir muito a sua falta - cheguei perto do seu ouvido e sussurei - Vó por favor! Cuida da minha mãe por mim, principalmente esses primeiros dias.
-Mas é claro querida - ela sorriu e me abraçou novamente - Juízo Carol e se diverte muito acima de tudo. Pode deixar que eu vou tomar conta de tudo aqui no Brasil. - comecei a rir, porém as lagrimas não paravam de descer.
- Filha, vai com Deus meu amor - minha mãe me abraçou e começou a chorar também - Eu vou sentir muito a sua falta, não esquece de me ligar quando chegar? - ela sorriu entre as lágrimas
- Claro mãe, pode deixar! - abracei ela novamente, porém não permaneci por muito tempo, se não eu juro que não iria mais embora. Sério!
Me despedi do pai da Gabi e puxei minha amiga para irmos logo. Pegamos a fila para entrar e quando já estávamos entrando e olhei mais uma última vez para a minha mãe. Ela estava triste, mas a cara de orgulho era mais visível. Depois de ser revistadas, aquela burocracia chata, porém necessária já estávamos no saguão de embarcar.
-Amiga? - chamou Gabi como se fosse uma criança - Outletes!!!! - ela gritou e sai correndo em direção a loja. Fui atrás dela para não se perder.
-Gabi se controla mulher - dei uma risada - Você tem Nova York toda para comprar coisas, vai comprar logo aqui no aeroporto?
-Carol eu preciso trocar meu celular antes de chegar lá e seu fosse você trocava esse seu celular também! Você tem ele desde que te conheço mulher, vamos lá? Abre essa mão de vaca e compra um celular! - caímos na risada.
Entramos na loja e fomos surpreendida com os preços, realmente saia muito mais em conta comprar no aeroporto, do que nas lojas de São Paulo. Pegamos uma promoção que era comprar um Iphone 6 e o outro sai pela metade do preço então compramos os benditos celulares.
Achamos nosso portão de embarque e sentamos para aguardar, ainda faltava 30 min para embarcar. Acessei a internet o aeroporto e baixei meus aplicativos no novo celular, colocaria ele para carregar no avião, passei meus contatos e algumas fotos do meu antigo celular para o novo. Achei uma foto da noite de ontem com Ricardo. Nossa eu não lembrava dessa foto!! Acho que acabei bebendo um pouco demais ontem.
-NÃO ACREDITO!! - gritou Gabi e eu olhei para ele com a maior cara de susto - Até fotinho vocês tiraram ontem Carol!! Não acredito! Me conta os detalhes? vocês se beijaram? Foram até o fim amiga? - pedi para ela falar um pouco mais baixo, todo mundo do aeroporto esta olhando pra gente.
- Para com isso sua louca! - peguei seu braço e falei no seu ouvido agora mais baixo- Está todo mundo olhando pra gente. - caímos na risada - Não aconteceu nada demais, sua safada! Só nos beijamos! Foi especial, confesso! - percebi que tinha ficado corada, então virei meu rosto para não ser piada de Gabi novamente - Mas agora... estamos indo viajar! Se for para rolar alguma coisa entre a gente, só ano que vem! - caímos na risada, mas meu sorriso foi muxando aos poucos.
Ouvimos o aviso do nosso embarca e nos posicionamos na fila para embarque. Agora vai meu povo! Vamos viajar! Entreguei minha passagem ao recepcionista e ele me indicou a entrada me devolvendo- a em seguida. Entramos rindo e comentando de tudo e todos, porém levamos um susto. Como se recebemos a noticia que estávamos grávidas de gêmeos.
- A senhorita está no E6 e a senhorita no E8. - disse a aeromoça nos apontando nosso lugares. o
- Perai mocinha, acho que a senhorita está errada. Eu não posso sentar longe da minha amiga, isso tá errado! - gabi já estava fazendo o maior barraco, peguei a mão dela e sai puxando - Perai Carol que eu não acabei!!
- Gabi chega - Falei baixando o tom de voz - Vamos nos sentar nos lugares marcados. Se não chegar ninguém a gente troca amiga, relaxa! - percebi que seus ombros relaxaram um pouco, pelo menos não teríamos mais barracos por hoje, espero!
Coloquei minha mochila no porta bagagens, tirando meu celular novo, o fone, o carregador e o meu travesseiro. Ainda bem que o meu assento era na janela, porém teria que passar por cima da pessoa que sentasse no meu lado para conseguir chegar ao banheiro, que saco! Sentei tranquila e olhei para a minha amiga que estava sentada no mesmo corredor que eu, porém nos assentos do meio. Ela bufava freneticamente, não segurei a risada!

Não demorou muito até um pai e uma filha sentarem ao seu lado. Sua raiva só aumentou, pois a menina logo se aconchegou no seu ombro. Gabi está puta da vida! Não conseguia parar de rir. Nossa única saída agora é que não tivesse ninguém sentado do meu lado. Esperamos mais um pouco e nada! Gabi já estava se preparando para se sentar ao meu lado.
- Aqui é o E7? - uma voz grossa e gostosa de se ouvir perguntou em um sotaque ruim que dava dó, olhei para o meu vizinho de assento e levei um susto.
-Alex - disse sem reação.
-Srta. Andrade!

Agora que a história vai começar a ficar boa. Hahahahah
Bjos Letícia

Destino Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora