Capítulo 2- Tarde demais?

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Acordamos na hora hoje, um pouco mais cedo até. Tomei um banho demorado, enquanto Gabi escolhia uma roupa no meu armário. Ultimo dia naquele inferno de agencia, que delicia falar isso. Descemos as escadas derrotados, com cara de ressaca. Minha mãe e dona Joana já estavam na cozinha servindo o café da manhã. E meu tio ainda estava dormindo pelo que minha avó comentou.
-Último dia minha querida! Está nervosa? - disse minha mãe colocando uma xicara de café para mim e outra para o Lucas, a Gabi só toma suco de manhã.
-Estou aliviada mãe.- sacudi os ombros, como se um elefante tivesse saido deles naquela manhã.
-É tia, último dia no inferno. Depois partiu, férias! - Caimos na risada. Mesmo com uma cara de acabada, Gabi não perdia o bom humor e o sorriso do rosto.
Saimos todos juntos em direção ao metro, nós duas fomos para a agencia e o Lucas foi para casa. Ele não trabalha de sabado, sorte dele. E nossa muito em breve, olhei no relógio contando os minutos para acabar o meu expediente que ainda não tinha nem começado
A agencia de sabado é um deserto, apenas os capachos de Fabiola trabalham de sábado, a escória da agência como ela diz. Cumprimentamos o porteiro, seu Nelson, ele é tão bonzinho.
-Bom trabalho meninas, estão contentes pelo último dia? -acenou seu Nelson com o sorriso no rosto e o bigode empinado.
-Com certeza seu Nelson! - Falamos juntas e subimos correndo para o andar da agência.
Quando entramos a secretária puxa saco da Fabiola nos olhou meio torto, mas hoje nada estragaria meu dia, NADA! Me separei de Gabi no corredor e fui direto para minha mesa para ligar o computador e terminar alguns relatórios pendentes. Não sei nem ao certo o porque estou me dando o trabalho de finalizar, mas eu não gosto de coisas pendentes, nunca gostei. E se eu me propus para fazer, tenho o dever de terminar!
Gabi veio correndo até a entrada do meu cubículo, me chamando para ir até a cozinha, pois o pessoal tinha preparado uma comemoração para o nosso último dia. Aproveitaram hoje, sem a presença do dragão Fabiola, pois ela acha que desperdiçar o tempo de trabalho com bobagens é perder o dinheiro dela!! Corri atrás de Gabi, mas quase cai. Não sei correr muito bem de salto, e a saia lápis também não ajudou muita coisa. Parei, respirei, me alinhei e continuei a seguir para a cozinha, mas agora sem correr, apenas andando rápido. A cozinha estava toda enfeitadinha e com alguns comes e bebes. Nunca fui muito de ter amigos, mas Gabi era o carisma em pessoa, conseguiu conquistar a agência toda. Então era mais para ela do que pra mim, mas mesmo assim escreveram meu nome na faixa pendurada na parede.
Estavam todos os funcionários que trabalhavam de sábados, os famosos capachos da Fabiola. Porém gostava de todos que estavam ali, sempre foram simpáticos comigo. Mas a pessoa que mais me chamou a atenção foi o Ricardo da criação, ele não costumava trabalhar de sábado, o que ele fazia aqui?? Ainda mais porque ele não me suportava, pelo menos sempre foi isso que deu a entender esse tempo que trabalho aqui. Provavelmente ele veio pela Gabi!!
Cumprimentei a todos, menos o Ricardo que fez questão de sair de perto quando me aproximei. Não dei muita bola, ele não me olha desde que entrei, agora que estou saindo óbvio que ele não iria me notar. O difícil é que ele é muito lindo, não lindo deus grego, mas ele é meu estilo. Ele tem o cabelo liso, que teima em pentear para o lado, olhos castanhos que te fazem parar pra olhar, mas são cobertos por um grande óculos quadrado. Ele sempre fez questão de vir de camisa para a agência, mesmo sendo da criação onde o pessoal só falta vir de pijama trabalhar. Mas teve um dia que estava tão calor que ele levantou as mangas e pude ver uma de suas tatoos. Sou simplesmente apaixonada por homens tatuados.
Falei um pouco com a Malú do RH, comi alguns salgados que tinha na mesa, mas precisava terminar meu trabalho antes de acabar o expediente. Deixei todos eles na cozinha e voltei para o meu cubiculo, não podia esquecer de apagar meus arquivos pessoais do computador e pegar minhas coisas dá mesa. Além de deixar um bilhete bem malcriado para a Fabiola. Ri de mim mesma, ainda mais pelo fato de saber que eu não teria coragem de fazer isso. Mas pensar já me bastava. Virei o corredor e levei um susto.
-Filha da mãe, que susto!!! - Coloquei minhas mãos sobre o peito e fechei os olhos, arfando um pouco as costas.
-Ah, foi sem querer! Não queria te assustar - disse Ricardo com uma de suas mão na cabeça e com um leve esboçar de sorriso nos lábios. Eu nunca tinha ouvido sua voz, era grave e gostosa de se escutar.
-Não, tudo bem! - fui em direção a minha mesa, sem conseguir olhar para ele. Odeio quando fico assim perto de um homem, pois sei que quando tenhos essas reações de alguma forma eles me afetam. Saco! - Você que alguma coisa? Precisa de algum relatório de cliente? - Sentei e comecei a mexer no computador.
Houve um silêncio constrangedor, será que ele ainda estava na sala? Olhei para o lado e ele ainda estava lá, me olhando. Toda vez que ele dirigia o olhar para mim era sério, não passava emoção nenhuma. Você não conseguia indentificar se ele estava bravo ou não! Por isso sempre achei que ele não ia muito com a minha cara!
-Fiquei sabendo que você vai para Ny amanhã, certo? - disse ele brincando com os lápis em cima da minha mesa. Me mantive em silêncio e voltei minha atenção para o computador. O que ele quer de mim? Mas logo consegui pensar e responder.
- Sim, vou com a Gabi. Estamos bem animadas! - dei de ombros. Ele não precisava saber o quão estava empolgada.
-Bacana. Você vai curtir bastante lá! - disse meio desapontado.
-Espero viu! - me mantive concentrada no computador, abrindo e fechando arquivos.
Aquela conversa estava muito fria, como se a gente não quisesse conversar e realmente eu não queria. Estava meio tímida, mas para não estampar isso no meu rosto, vesti uma cara de desdém mesmo. O silêncio voltou a tomar o lugar, quando olhei para o lado pude ver o Ricardo saindo do meu cubiculo. Relaxei na cadeira e soltei todo o ar que havia prendido nesse tempo que ele estava lá. Mas o cheiro do perfume dele ficou no ar. Meu Deus!!! O que foi isso? Não tive tempo de pensar em mais nada.
-Carol, sai comigo hoje a noite? Queria conversar com você? Por favor? Se você quiser é claro! - Ricardo voltou, segurou minhas mãos, me virou na cadeira e falou tão rápido que fiquei mais atordoada ainda. O que? Sair com ele? Ele nunca olhou na minha cara. Mas aqueles olhos castanhos me olhando por trás do óculos, como eu iria resistir?? Como??
-Como assim Ricardo? A gente nunca se falou? Pensei até que você não fosse muito com a minha cara... - tentei soltar minhas mãos, mas ele não deixou e me interompeu.
-Eu pensei que você não fosse com a minha cara! Sempre me olhou meio torto quando me pegava te olhando. Mas como não te olhar? Principalmente quando está feliz, seus olhos brilham... - ele começou a falar empolgado mais logo começou a gagueijar e fechou o semblante novamente. Acho que ele é meio tímido como eu. E esconde isso com o cemblante fechado. Que bonitinho!!!
-Não, nunca tive nada contra você. Te acho até bem bonito.. - percebi que comecei a corar pelas bochechas vermelhas, que droga! - Mas como eu vou sair com você? Amanhã eu vou viajar! - Mesmo que rolasse alguma coisa entre a gente, seria impossivel. Amanhã vou embora e só volto daqui um ano. Me bateu uma pontinha de tristeza, mas logo passou.
-Eu sei, por isso mesmo! Eu não quero que você vá embora assim. Sem ao menos poder conversar com você, te conhecer melhor! Não quero que você saia assim, sem ao menos saber que eu existo... - ele começou a gaguejar novamente e baixou o olhar
Fiquei olhando ele por um instante meio confusa com tudo o que estava acontecendo. Mas algo lá no fundo gritava para que eu saisse com ele. Mas meu espanto não permitia que eu ouvisse muito bem. Ele me pegou de supresa com o que disse!
- Tudo bem.. eu acho! - disse bem baixinho olhando para sua cabeça que ainda estava baixa. Ele levantou o olhar, me deu um sorriso e foi em direção a porta.
- A gente se encontra no final do expediente, tudo bem? Quero te levar a um barzinho aqui perto. Obrigado por aceitar Carol. - com um ar mais empolgado se levantou arrumando a gravata que estava torta e sai.
Não consegui responder, apenas dei um sorriso e ele entendeu que tudo bem. Virei minha cadeira para o computador e pensei o que estou fazendo? Melhor, o que ele esta fazendo?
-Carol você não vai acreditar!! A Marcela da redação também está saindo com o marido da boss... -Gabi entrou no meu cubiculo e começou a falar sem parar, interrompi ela segurando sua mão. - Está tudo bem amiga? Aconteceu alguma coisa?
-Não sei o que aconteceu.. O Ricardo veio aqui e me chamou pra sair! O que ele quer comigo Gabi? O que? - falei como se o ar não saisse mais do meu corpo, e tinha absoluta certeza que o meu rosto estava pálido como farinha.
Gabi deu uma alta gargalhada e me abraçou com tudo. Qual era a graça disso? Na verdade, não tinha graça.
-Jura???? Finalmente ele teve coragem, que perfeito amiga. Você merece! Mas bem que ele podia ter falado um pouco antes, faz tempo que estou incentivado ele a te contar. - disse ela me soltando um pouco e rindo sem parar. Me soltei bruscamente de Gabi e comecei a gritar.
-VOCÊ SABIA O TEMPO TODO SUA RÍDICULA - abaixei o tom de voz, pois já estava chamando muita atenção - Que inferno Gabi, nem para você me contar! Cadê nossa amizade, ein? - Gabi me olhou com carinho. Nunca cheguei a falar sobre Ricardo para ela, mas amigas sempre sabem umas sobre as outras. Ela me segurou pelos braços e sorriu novamente.
-Amiga, aproveita o máximo que essa noite pode te dar. Se ele te chamou, mesmo que agora, para sair. Significa que ele não podia deixar você ir sem te falar o que sente. Dá uma chance para ele Carol. - Gabi sorriu novamente e começou a sair da sala devagar - Ahh e se vocês forem ao motel, me conta tudo viu!! - mostrou a língua e saiu correndo pelos corredores.
Só tive a reação de jogar uma borracha nela, pena que não acertou. Aquele cachorra!! Comecei a rir dela, depois de mim mesma. E em questão de segundo um medo começou a surgir dentro de mim. Eu não podiia me envolver agora, justo agora. Eu não iria aguentar me decepcionar de novo com outro cara. Não depois de tudo que aconteceu com o meu primeiro e único namorado até agora, o filha da mãe conseguiu me humilhar na frente da minha família e ainda beijou uma das minhas colegas de faculdade. Eu me senti devastada quando aqui aconteceu, fiquei um bom tempo na cama, mas fala sério! Quem não ficaria? Cachorro! E eu ainda era bobinha nesse quesito homens. Bom, mas agora passou. Vou me concentrar no meu encontro hoje a noite. Mas pera ai? Eu vou com essa roupa? Olha meu cabelo que desastre!!!
Corri para o banheiro junto com a minha bolsinha de primeiros socorros femininos. Soltei meu cabelo do rabo de cavalo, ainda bem que hoje ele não quis se rebelar contra mim. Os cachos nas pontas estavam bonitos até e o contraste do cabelo preto com a blusa lilás ficou bem bonito. Comecei a fazer uma maquiagem um pouco mais pesada, com direito a deliniador e tudo mais. Por fim um batom mais clarinho nos lábios. Pronto! Até que estava bonita. Ahhh, não posso esquecer de retocar o perfume. Apertei o perfume para o alto e dei uma voltinha em mim mesma, como eu sou rídicula. Cai na risada de nervoso.
Arrumei a bolsinha e segui até a minha mesa, faltavam 10 minutos para dar o horário da saída. Me apresei em chegar na mesa, para colocar minhas coisas em uma caixa! Arrumei tudo bonitinho, mas me esqueci dá principal coisa, como iria levar? Eu não tenho carro! Não dava pra sair com essa caixa pela rua e nem em um encontro. Fiquei andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Não poderia pedir para a Gabi levar, pois ela já tinha as coisas delas. Fora que esse horario não teria mais nenhum motoboy para me ajudar. Sentei na cadeira e coloquei as mãos atrás da nuca sem saber o que fazer.
-Está tudo bem Carol? - aquela voz eu não ia conseguir esquecer tão cedo - Quer ajuda em alguma coisa?
-Não Ricardo, está tudo bem? Eu só não sei como vou levar as minhas coisas para casa depois. Acho que me empolguei quando trouxe esses mimos para a minha mesa. - puxei a caixa gigante e comecei a revirar para ver alguma coisa que poderia deixar de lado, mas nada me veio a cabeça.
-Não seja por isso Carol, eu vim de carro. A gente sai e depois eu te deixo em casa, pode ser? - disse Ricardo em um tom carinhoso, já pegando a caixa do chão e colocando em seu colo, logo em seguida percebendo o peso. - Nossa como você iria carregar isso até a sua casa? Que peso!
Não sei, ainda bem que você está aqui para me ajudar. - dei uma gargalhada, a cara dele estava muito engraçada. Mas ele era forte, não nego. Dava para ver seus músculos certinhos em torno da camisa, fiquei um pouco sem ar confesso! - Vamos?
Me despedi do pessoal mais uma vez e fomos em rumo ao elevador. O silêncio estava bem confortável entre nós, não sei como explicar o que estava acontecendo comigo. Entramos no carro dele, até que bem confortável para um celta, e seguimos rumo ao bar. Não era bem um bar e sim um pube na Vila Olimpia, muito bonito por sinal. A decoração era bem antiga e ainda por cima tinha uma banda de rock tocando naquela noite. Escolhemos uma mesa no piso superior para não ouvir a música tão alta e assim conseguirmos conversar o que tínhamos para falar. Me sentei um pouco envergonhada com a situação e Ricardo se sentou ao meu lado, próximo até demais. Acho que ele não queria perder tempo! Mas para falar a verdade nós não tínhamos tempo.
- Desculpa te chamar assim em cima da hora Carol! Mas confesso que desde que descobri que você ia viajar estou tomando coragem para falar com você! Posso ser muito bom em falar com cliente, mas quando o assunto é mulher, sempre tirei a pior nota. - ele corou imediatamente com seu próprio comentário. Ficou até que muito fofo com as bochechas vermelhas
- Eu pensei que você não fosse com a minha cara esse tempo todo. Sempre que eu te olhava, você me encarava muito sério, como se você desaprovasse aquilo. Confesso que nos primeiros dias me perguntava o que eu tinha feito de errado com você, mas depois comecei a ignorar. - coloquei minhas mãos sobre o colo e fiquei encarando-as por alguns instantes.
-Muito pelo contrário, eu adoro de admirar quando você está sorrindo. Nunca fui um homem pegador e depois da minha ex namorada só fui de mal a pior. - ele disse com uma gargalhada forçada, mas com os olhos bem tristes. - Bom, mas ela é passado, não vamos estragar nossa noite com isso.
Conversamos e rimos muito, confesso que meu maxilar estava doendo de tanto rir. Descobri que Ricardo na verdade era um grande palhaço, fazia piada com tudo e todos. Mas sabia se comportar quando necessário. Ele me contou que já esteve em Nova York quando adolescente e me garantiu que eu iria amar, principalmente as peças de teatro da Broadway. Mas ao mesmo tempo pediu que eu tivesse cuidado, pois como São Paulo, Ny é uma cidade grande e como toda cidade grande o perigo e a violência nunca está descartado.
Descemos para o primeiro piso, para ouvir melhor a banda e começamos a dançar ao som de Beatles. Eu já estava um pouco alegre demais confesso. Se eu tomasse mais um shot de tequila eu não responderia por mim, então decidi parar. Ricardo como estava dirigindo, se contentou com apenas dois copos de chop que duraram quase que a noite toda. Eca, cerveja quente!!! Mas mesmo ainda sóbrio ele não se segurou e começamos a pular no ritmo da música, dançamos, cantamos. Mesmo se conhecendo melhor apenas essa noite, sentia como se já fossemos bem próximos. Ao som de "Hey Jude" não me aguentei e comecei a cantar junto com a banda quase chorando. Foi nessa hora que me bateu a tristeza de deixar tudo e todos para trás e o medo de encarar um lugar novo. E principalmente agora! Quase comecei a chorar, mas não tive tempo. Senti as mão de Ricardo pegando na minha cintura e me levando de encontro com o seu corpo. Começamos a dançar ao ritmo da música bem coladinhos, a tristeza foi saindo do meu corpo aos poucos, dando espaço a um fogo que ardia cada vez mais. Conseguia sentir cada curva do seu corpo junto ao meu. Quando Ricardo colocou sua boca próxima ao meu pescoço, perdi o ar e estava pronta pra explodir. MEU DEUS GAROTO!!
Se a música não tivesse acabado, juro que pularia no pescoço e esqueceria as pessoas que estavam ao nosso redor. Aplaudimos a banda e começamos a subir de volta a nossa mesa. Ricardo foi na minha frente, me dando o grande privilegio da visão da sua linda e redonda bundinha. Comecei a me abanar, acho que deve ser o efeito do álcool. Se Gabi me visse agora, nessa situação, com certeza ela zuaria com a minha cara de pastel.
-Curtiu a banda Carol? - disse Ricardo puxando minha cadeira para eu me sentar e sentando logo em seguida.
- Muito, você não faz ideia.. - disse revirando os olhos e me abanando de calor, o fogo ainda não tinha saído do meu corpo e tenho certeza que não iria embora tão cedo, muito menos sozinho.
Pedimos nossas ultimas bebidas, pois já estava tarde e eu ainda tinha que terminar de arrumar minhas coisas amanhã. Percebi que Ricardo desmanchou o sorriso e estava pensativo demais, quase triste.
- Se arrependeu de sair comigo hoje Ricardo? - fiz uma brincadeira, mas que no fundo temia que fosse verdade.
- Lógico que não, está doida? - seu sorriso voltou com uma linda gargalhada, mas logo foi embora novamente - Eu me arrependo de não ter te chamado antes, fui burro demais Carol...
- Não fala isso... - peguei na sua mão meio que por impulso, mas agora não tinha volta - Posso te garantir que fazia muito tempo que não me divertia como hoje. E pensa que pelo menos tivemos esse um dia, e não vamos jogar fora com tristeza! Combinado??
Seu olhos buscaram os meus e a sua mão subiu pelo meu braço até meu rosto, acariciando de leve. Fechei meus olhos e senti seu carinho leve. Antes de conseguir abrir os olhos, pude sentir sua boca já colada na minha. No incio o beijo foi calmo e romântico, mas logo se intensificou e o meu fogo começou a gritar dizendo que estava ali. Sua outra mão agarrou minha nuca e a outra foi posta na minha cintura, ele me apertava com uma necessidade, que quase me machucou. Paramos de nos beijar só porque nós faltou o ar, pois poderia ficar ali a noite toda beijando aquele pedaço de mal caminho. E foi isso o que eu fiz.

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