&Capitulo 1

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As folhas secas faziam barulho enquanto pisava em volta do caixão do meu pai..  em busca de um suspiro. Talvez seus olhos se abrindo, me olhando com aquela calma que sempre me transmitiu. Tocando levemente em minha mão e  sussurrando com a voz cortante. Com calma, mais o suficiente para acalmar os batimentos tão fortes que doem em meu peito. "Fique calma, ainda estou aqui é apenas um pesadelo"

Eu não queria acreditar que aquele rosto gélido e pálido era do homem que clareou meu mundo, que me fez ser quem eu sou hoje; que me criou... é  agora, esta parado em minha frente tão quieto quanto o céu dessa manhã fria.

Aviam  boatos que meu pai avia sito morto por uma gangue, não que isso fosse verdade, ou ao menos fizesse o sentido à qual o policial queria que eu acreditasse.
Acredito que para isso ter sido possível, meu pai deveria pelo menos estar envolvido com isso, ou estar os devendo com algo... essas coisas são muito perigosas é meu pai era um homem integro; passivo; não gostava de armações perigosas ou injustiças! por isso, me recuso a acreditar a todo custo que ele estivesse envolvido com isso.

  Olhei para em meio a multidão que me rodeava revirando os olhos. Eles choravam  tentando consolar aquilo que não existia em seus corações, amor e respeito ao meu pai.

- Que Deus te acolha pai, - sussurrei passando a mão em seu rosto gélido e azulado. Estava aproveitando os últimos segundos antes de fecharem o caixão. - Eu te amo.

Passei a mão sobre minha bochecha sentindo à lágrima que escorria em meu rosto, me afastando para que pudessem fechar o caixão.
Não a veria mais  nada de sorrisos,momentos e brincadeiras...  Nada de fotinhos fofas de suas bochechas caindo por seu envelhecimento. Nada, apenas um tom escuro e sombrio da minha vida que jamais ia ser preenchido.

  Dois braços pardos finos rodearam minha cintura me acolhendo em um abraço caloroso e intimo. Não me virei, porque sabia a quem aqueles braços pertenciam.
Minha mãe olhava para o caixão com os olhos vazios, sem a expressão de uma mulher que acabou de perder seu marido. Não avia lagrimas e nem carrancas, apenas o observava com os olhos distantes ou talvez estivesse sem reação por tudo que estava acontecendo.

- Vai ficar tudo bem, - ela olhou para o caixão novamente. - Avia chegado a hora dele.

Olhei para ela tentando encontrar como ela conseguia para ter uma calma tão fazia e distante como aquela?. Então ela me olhou também e apenas me abraçou escondendo o rosto entre meus cabelos.

Suspiro e não digo mais nada.  Minha mãe me soltou e foi para o meio da multidão, de longe, pude ver ela falar com meu namorado Niall, que tinha  cabelos loiros e olhos claros que namoro dês de  o primeiro ano do ensino médio.
Eles pareciam estar sérios e distraidos. Me virei para afrente novamente vendo que meu pai já tinha ido em direção a seu novo lar. Fiquei parada ali esperando que tudo acabasse.

Então Niall veio ate mim e segurou firme em minha mão me dando forças.

***

- Sua mãe vai com a gente? -Niall me perguntou enquanto íamos em direção a o carro.

- Não faço ideia. - Olhei em volta vendo ela conversar com algumas pessoas. - Espera só um pouquinho que vou ver.

Niall concordou é foi destravando o carro para entrar, enquanto eu ia andando onde minha mãe estava.

Ela estava com o vestido preto solto e sapatilhas desbotadas, rosto tão normal, quando uma segunda feira de uma dona de casa. Sorrindo simpatica para a moça que conversava.

- licença. - As duas mulheres me olharam, - desculpa incomodar... mãe, você vai comigo e com Niall?.

Minha mãe olhou em volta parecendo a procura de algo. Depois me olhando negou com a cabeça.

- Vou depois, preciso passar na sua tia antes.

- Tudo bem, - falei procurando minha tia não conseguindo a ver em meio as pessoas.-Que horas você volta?.

- Não vou demorar, -ela olhou para mulher a sua frente que parecia dístraida. - Pode deixar.

Ela sorriu, é juntamente a esse sorriso me acolheu em seus braços me apertando.Naquele momento meus olhos arderam com lágimas, me segurei para não desabar em sua frente e da mulher que nos olhava com gentileza. Depositei  um beijo em sua bochecha desfazendo o abraço.

- Te espero em casa então. - sorri, me despedindo das duas e fui encontrar Niall novamente.

- Ela não vai?- ele não parecia surpreso enquanto ligava o carro.

- Disse que tem que passar na minha tia antes, - entrei dentro do carro batendo a porta. - Estranho e que nem vi minha tia em lugar nenhum.

- Ela deve estar batendo perna, sabe como Elyza é. -Ele deu um pequeno sorriso enquanto dava ré para sair do cemitério  - não se preocupe,sua mãe esta de luto, não vai demorar para voltar.

- Espero que não. Me preocupo sabe?ainda mais dos boatos que rolam sobre a morte do meu pai. - Olhei para meu namorado parecendo atento a estrada.

- Sei sim, princesa. Tudo vai ficar bem, fica tranquila.

***

De noite meu coração parecia que ia sair do peito. Minha mãe ainda não avia voltado, já estava tarde e não sabia se algo avia acontecido com ela.

Meu pai já não esta mais aqui para me ajudar à procurar quando ela costuma sumir como ela fazia e faz.
Eu acreditei que agora que ele se foi, ela iria mudar, se tonar uma mãe mais presente. Ela e dócil, atenciosa e tudo mais. Más as vezes ela sumia, deixando eu e meu pai sozinhos; é muitas das vezes tinhamos que ir procurar, mesmo assim a única opção de a achar era esperar ela chegar.
Eles brigavam muito, mais posso dizer que eram passageiras.

Olhei no relógio vendo que ja passava da meio noite, deitei minha cabeça sobre a almofada macia da sala, já temendo o pior, olhando para o teto e contando as raspinhas de tintas descascando. Me levantei já pronta para agir, melhor ligar para minha tia, ela deve saber o que ouve.

Wendy [Livro Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora