Hipnose

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Ela estava parada, observando o céu, sem reação alguma...

Começo

- Vamos, me responda! - ela esta à um bom tempo calada, somente nossa respiração e o vapor da água circundavam ali, acho que ela está quase hipnotizada, observando severamente meu rosto. Sua expressão finalmente muda, ficou um pouca corada e, ela diz: - Eu... eu... eu... - ela tenta desviar o olhar mas, parece estar realmente hipnotizada pelos meu olhos amarelos, finalmente me foram úteis. Ela finalmente completa a frase - Eu tenho que fazer o jantar! Se me permite, já vou antes que a batatas queimem! - ela passa por debaixo dos meus braços, correndo, e sai do banheiro.

Finalmete visto minha roupa e vou paro o quarto. Me lembro que ainda havia uma coisa que eu não desempacotei, meu bom e velho amigo, meu violão. Peguei ele, tirei o da capa e percebi que ele precisa de uma boa limpeza. As cordas e o braço nem tanto mas, o corpo precisa urgentemente de uma boa esfregada com óleo de peróba. Pego meu último frasco de óleo da minha nova cômoda e passpo com muito cuidado em seu corpo inteiro, sempre com o auxílio de um paninho. Ficou tão limpo, parecia novo. Bom, se não fosse pelos arranhões de palhetas que ele tem, quase novo. Verifico se ele está afinado, já imaginava que não, tantos saculejos na viajem, impossível de ele ter continuado afinado.
Estou terminando de afinar quando a menina bate na porta e abre logo depois. Não me viro até terminar de afinar meu velho amigo, e, ela também não diz nada até que eu me vire para ela.

- Ele é muito bonito. - ela olhava intensamente o violão, ela parece se hipnotizar fácilmente.

- Obrigado. Mas o que você quer, nanica? - mostro a ponta da língua.

- Eu não sou nanica! Só não cresci direito. - ela fez bico de reprovação. Ficou corada também, tão bonitinha - Vim avisar que o jantar está pronto. Pode vir se quiser.

- Depois eu vou.

- Esta bem. - ela disse, e, logo em seguida fechou a porta, sem fazer muito barulho.

Passou-se algum tempo até que eu realmente começa-se a sentir fome, enquanto isso eu escutava minhas músicas no mp3. Quando a fome começou a ficar mais forte me levantei da cama, tirei os fones e desliguei o mp3 e desci até a cozinha, que ficava ao lado da sala. Quando cheguei lá, a porta que vai para a varanda estava aberta e Clarisse estava para o lado de fora sentada no chão ao relento daquela noite fria, naquele inverno cruelmente gélido.
Ela estava parada, observando o céu, sem reação alguma. Parecia estar contando as estrelas com alguma canção infantil. Sem que ela me perceba, pego um prato e talheres. Quando abro as panelas, ainda mornas, me deparo com um cheiro maravilhoso de batatas cozidas ao molho e macarronada com queijo. A nanica aparentemente cozinha bem. Me sirvo e me sento à mesa. Dou a primeira garfada, e, imediatamente a comida derrete na minha boca, ela definitivamente é a melhor cozinheira que eu conheço. Quando ela finalmente me percebe se vira e imediatamente diz:

- Finalmete, caracol. - ela se levanda, sacode um pouco o macacão, entra na casa e se senta na mesa na minha frente. - Está bom?

- Sim. - digo levando mais uma garfada à boca.

- Fico feliz que tenha gostado. - ela sorri sinceramente, e, fica realmente muito fofa assim.

- Por que está me olhando comer? Sua vida é tão chata que não há mais nada de legal que possa fazer? - digo arqueando as sobrancelhas.

- Tenho sim, mas fiquei com medo do príncipezinho destruir minha cozinha quando fosse lavar o próprio prato. Então estou aguardando que ele coma para eu poder limpar sua bagunça.

- Eu sei me virar sozinho. Não precisa se preocupar comigo, afinal eu que sou a babá aqui.

Mesmo eu tendo dito tal coisa ela não se sentiu ofendida nem saiu de perto de mim. Quando terminei de comer, ela imediatamente pegou meu prato e talheres e os lavou logo após secou-os e os guardou em seus respectivos lugares. Organizou toda a cozinha antes que eu subisse. Quando eu estava subindo o primeiro degrau parei e disse:

- Obrigado por tudo, nanica. - Antes que ela pudesse reagir subi as escadas rapidamente e fui direto ao meu quarto.

Quando cheguei lá arrumei as coisas que estavam espalhadas em cima da minha nova cama e troquei de roupa. Me deitei e tentei dormir, mas aparentemente, o dia não estava bom pra isso.


ClarisseOnde histórias criam vida. Descubra agora