If I could be who you wanted all the time

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Paro com a pergunta. E encontro seu olhar sobre mim, e o como deixa o rosto sobre mão fechada, esperando a resposta.

– É o Jeremy.

– Um amigo?

– Sim.

Ela fecha o livro e levanta, caminhando até a cozinha. Como não disse nada, volto a subir as escadas.

Antes de andar pelo corredor, percebo cada detalha, e têm três retratos, todos de quando eu era criança. Aqui nesta casa não há lembranças do Anthony ou Rus, exceção de uma foto que ele, Anthony, está sorridente ao meu lado, talvez quando eu sente no balanço do quintal.

[...]

Depois de secar meu cabelo e o deixando por assim, embaraçado e não totalmente seco, é. Sento-me a frente da maquina de escrever, pronta pra vomitar inúteis palavras.

Começa a barulhar...

'' Meu nome é Fraya. Sou deprimente e fracassada. Num paralelo depois de muito escrever: percebi como odeio algumas palavras, até tento evita-las, por isso travo às vezes; e não adapto a mim mesma nada como '' só desejo amor'' ou coisas do tipo, é blé. Fará diferença? Não, e nem escreveria por isso, mas como podem ler com seus olhinhos deprimentes, é só mais uma escrotice de Fraya!

E o pedido de hoje é: sem comentários identificativos, chega até ser animador, mas não a mim.

Com amor.

Fraya. ''

Com amor, lembrei completamente de um dos participantes que escreve '' com ódio'' nos finais. Alguns perguntam se dizemos isso como resposta a outro, mas não, cada um usa isso por escolha e acabou numa puta coincidência, que a odeio. Mas, acima de tudo, é divertida toda essa situação do fórum.

Tento escrever qualquer outra coisa. As prateleiras estão cheias, ninguém leu até agora. Rus e Tony, dois que sempre escutavam minhas histórias, até riam, e também direciono para ele tais coisas. Ambos sentavam lado a lado a minha frente e prestavam atenção, realmente. Sinto tanta falta disso, é como se isso faltasse. Não sei o que será de mim se eu perder Rus de vez, não que eu dependa dele, mas, entendam o modo como digo, eu sei bem como ficarei, e não irei direto para casa com uma arma na cabeça – mas seria daora, hm? Ter uma arma e esse blefe todo – só modo de dizer e prever meu futuro estado deprimente.

Puxo um papel e anoto ''Odeio a palavra 'futuro'.

Apoio minha cabeça, abraçando minhas pernas.

A minha imagem com quatro anos. Com pijama branco, meu cabelo era preto também, e curto, cocei os olhos mostrando que recém tinha acordado, e sem saber o que estava acontecendo ou acabara de acontecer, e quando me aproximei da cozinha, encontrei o homem de aparência jovem bêbado e Anthony com seus olhos azuis arregalados, e quando o olhei ele sorriu, tentando amenizar a situação. O homem bêbado me olhou por cima do ombro, os mesmo olhos verdes que herdei dele, meu pai.

Anthony segurou minha mão e deixou que eu apoiasse minha cabeça sobre o ombro dele, mesmo não querendo, eu meio que sabia o que estava acontecendo – Ou talvez, agora eu saiba. Então eu me aproximei e abracei meu pai, mesmo que a feição dele era carrancuda misturada com decepção, talvez tenha se decepcionado consigo mesmo, pois, Anthony não gostava de o ver bebendo, logo, ia ficar doente.

– Desculpa Fraya. – disse choramingando, enquanto eu olhava para Tony, que insistia em alternar seu olhar entre meu pai e eu; para mim, ele sorria, para o meu pai ele olhava com raiva e decepção.

Just BreatheWhere stories live. Discover now