Não sei se foi impressão minha que não demorei a chegar até aqui, mesmo relutando, os olhos de Jeremy parecem de tristes e como se ele tivesse se acabado de tanto chorar.
A vontade de perguntar a causa está me dominando. Enquanto nossos olhos se encaram, eu me afogando no seu mar azul, e ele, nos meus verdes.
Soltamos um riso de cada totalmente sarcástico.
Surpreendo-me ao sentir um leve aperto no coração ao vê-lo ficar cabisbaixo soltando "humpf''.
Penso num assunto, lembro-me do rosto de Loren, logo ela completa em pé, rindo com seu cabelo sendo bagunçado pelo vento, e isso me leva a pensar na: festa do fórum.
Respiro fundo enquanto fito o horizonte.
Mesmo com a vontade e encorajada, sinto um resmungo de Jeremy, e ele solta:
– Estamos em silêncio, que drama, não?
Começo a rir pensando na minha resposta, e antes que ele pergunte:
– Não tanto como a cena da ponte.
– Sem concorrências! – e caímos na risada.
Num desviar de olhos, vários assuntos percorrem minha mente, tantos que nem consigo analisar.
– Ei, Fraya, conhece o fórum? – pergunta, fazendo com que minha atenção cai total sobre ele e o assunto.
Deixo a frase "Calma, fale devagar" tomar minha mente para evitar com que eu me atrapalhe toda, e mostre mais do que deveria certa "inquietação" sobre.
– Conheço, ahm... – respondo.
Ele franze o cenho, mas vira o rosto para o lado nem questiona mais.
– Não sei se é sua sorte, mas tem uma organização lá agora – confere o relógio – mais tarde uma festa. Que tal?
Eu acho que sei como seria esta organização, amanhã teria uma conversa sobre cartas – inclusive, mando as minhas.
– Pode ser.
Ele se levanta, e bate a parte de trás da calça. E limpou as mãos antes de me oferecer a direita para me apoiar na hora de levantar.
– Obrigada. – agradeci.
E piscou como um "não há de quê".
[...]
Chegamos juntos no fórum, acho que hoje é a despedida deste lugar, não entendi muito bem.
Vi o cabelo loiro escuro – e um tanto dourado – de Loren.
Olho para Jeremy um tanto distraído.
– Então é aqui, Fraya. – me flagra olhando-o. – o clube dos jovens perdidos e drogados.
Cerro os olhos para ele, brincando.
– E de Fraya e Jeremy, junto com a ponte. – brinco.
Rimos, como se não fossemos depressivos e totalmente destruídos por dentro. Pelo menos eu, ele não sei bem.
Quando ele sorri seus olhos brilham, acho isso totalmente sensacional, Loren também. É algo encantador.
Talvez os dois arrumem grandes "fodas" por aí, Loren não sei pela sua fidelidade, ou aparenta, mas quem sabe antes do relacionamento, ou um futuro término.
Em momentos assim, que eu começo a rir ou apenas fico alegre, passa imagens de Rus e Tony. E sinto um aperto, que saudade dos dois. Tony embarcou para uma viagem que nem sei o destino, e Rus... Repousando numa estação em duvida, se vai ou fica.
Olho sem querer de soslaio, e percebo a presença de um garoto totalmente esquisito. Talvez eu conheça. Não sei. Seu cabelo é preto e bagunçado caindo sobre os olhos... Alto e magro, e como. Mesmo com um estilo um tanto agressivo e jogado, ele usa um blazer preto.
Jeremy chama minha atenção e quando vejo o mesmo se aproxima. Ele se afunda nos meus olhos, me deixando um tanto aflita, e mesmo com parte de seu cabelo caindo sobre seus olhos, eu os vejo, e ele solta um:
– Oi – um tanto modesto, e pegou uma garrafa de cerveja, abriu-a e ofereceu – Quer? – não soube bem se era para Jeremy, mas ele recusou e depois me olhou.
– Não, obrigada.
E tomou.
O silêncio quase tomou conta, mas Jeremy parou de se distrair tanto e voltou a olhar para o rapaz.
– E aí, Troyer, como foi?
– Joy Division. – respondeu entediado.
Puta merda. Rus costumava escutar, e meu irmão, nossa! Eu não sei como não sou fascinada por Joy ou enojar-me ao escutar o nome, pelo tanto que os dois tocavam.
Talvez Troyer e Jeremy sejam como os dois.
Jeremy soltou um riso fraco.
– Eu e Fraya chegamos ao final ou você ainda irá tocar?
Troyer riu meio sarcástico.
Senti a mão de Jeremy sobre meu ombro.
– Você usa algo? – pergunta, de cara não entendo bem. Mas nego.
– Careta. – Troyer solta.
Apenas cerro os olhos para ele.
– Não a ponto de dar lição de moral sobre drogas. – e ri sozinho.
Ele parece um tanto... Não sei explicar.
(Espero que nenhum deles tenha percebido minha feição de curiosidade pelo que ele poderia dizer.).
Estende a mão para mim, e aperto-a.
– Troyer... Ou Troy.
– Não sei se sabe, mas Fraya.
E soltamos a mão um do outro. – Que confuso! – ele se levanta se despedindo e caminha para algum lugar ali do Fórum.
Não por Troy, mas por que não vim aqui antes? Observar os jovens daqui, talvez não seja tão jovem quanto eu penso. Mas, nah, que importa?
Porque talvez eu tivesse tanta vergonha e tão afogada em meus pensamentos que acabei por não vir.
Voltei minha atenção para Jeremias, ele percebeu e começou contar bobagens das quais eu ria, como também seu convencimento, seu par de azuis e tudo mais que este cretino usa. Eu respondia de modo sarcástico.
– Não, Jeremy! – dizia rindo.
Nem parece que nos conhecemos tão pouco.
– Ah, minha cara, Eileen... – diz vagarosamente, e levantando-se para aprontar alguma.
Faz um sinal de reverência, e estica o braço, esperando minha mão, como se estivesse convidando-me para uma dança.
Mas somos interrompidos por o som de um instrumento e uma voz...
– People are strange, when you're a stranger... – e uma voz que adentra por todo meu consciente me deixando totalmente > !!!!! < (nem eu sei explicar).
Olho para o palco, iluminando apenas o garoto alto, o Troy... De um modo cansado, ele se apoia em algo que nem sei o nome direito, cantando as primeiras partes.
Conseguiria ver Jim nele, se estivesse sem nenhum instrumento, porém, ele tem um. Mas de começo, eu fico "puta merda!".
– Streets are uneven, when you're down.. – seu rosto vira-se para minha direção, mas só consigo ver seus olhos fechados.
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Just Breathe
FanficJeremy estava pronto para dar um fim a tudo, ou tentar. Assim como a garota que encontrou no meio disso tudo. Os dois se completam? Hum, talvez. Ele apenas encontrou ela no que seria o fim da sua vida, que se tornou apenas o começo.