Capítulo 3

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Draco era uma pessoa com o sono demasiadamente leve. Não era atoa que costumava fazer questão de dormir sozinho e ainda usava uma máscara para tapar qualquer luz. Foram só os primeiros raios de sol entrarem na enfermaria que Draco começou a abrir os olhos, incomodado.

Aquele leve momento de confusão que todos experimentamos ao acordar foi mais longo no caso de Draco, que pouco tinha dormido. Estava dormindo nos braços de alguém. Aquela cama pavorosamente desconfortável definitivamente não era feita de pena de ganso romeno como a de sua cama. E sentia que algo muito errado estava acontecendo.

Congelou ao ser esbofeteado pelas lembranças dos acontecimentos da noite passada. Olhou para o lado e viu Potter dormindo com um olhar determinado de quem estava sonhando com a captura de um comensal da morte. Boa parte de si queria continuar ali observando aquele homem por quem sempre nutriu sentimentos conflitantes e aos quais sabia que sempre evitou admitir. Isso o levava a outra questão. Qual seria a reação do Harry com tudo o que aconteceu? Ficaria com raiva? Agiria como um lufa-lufa apaixonado? Botaria a culpa na bebida? Era por isso que Draco evitava se relacionar com héteros, não tinha paciência para seus melodramas. Mas quando se tratava de Potter a situação era muito mais complexa por que ele QUERIA que aquilo desse certo e por isso mesmo o medo da rejeição era insuportável. Sua mente começou a criar vários cenários onde podia ver o moreno sem graça sobre o que tinha acontecido, mas grifinório como era, agiria com cuidado para não machucar Malfoy. Aquilo seria insuportável e inadmissível.

Ainda havia um fator determinante: a imprensa logo saberia sobre eles e jornais com a notícia deviam estar saindo quentinhos do forno nesse exato momento para explodir nas mãos dos amigos de Harry. Quem não ficaria nervoso com essa perspectiva mesmo que estivesse disposto a experimentar um pouquinho?

Se tinha uma coisa que a vida tinha ensinado a Draco era a forma mais digna de lidar com situações de estresse.

Fugindo.

OoO

Harry acordou momentos depois de Draco ir embora. Espreguiçou-se e se aconchegou como alguém que não sabia nada sobre o que estava acontecendo. E de fato, seu cérebro ainda estava ligando os pontos.

Olhou para os lados e não achou Malfoy. Oh que ótimo, pensou. Tinha tido uma noite maravilhosa de sexo com o loiro e agora ele estava sumido. Não sabia se ficava preocupado ou se se sentia usado. Respirou fundo e olhou para o teto. Para falar a verdade parte dele estava agradecida pelo loiro não estar ali, ainda estava se perguntando como diabos aquilo tinha acontecido. Não que estivesse arrependido, Harry gostava de pensar que as ações de uma pessoa eram tão ou mais importantes que as suas intenções, então não se arrependeria de fazer algo que pareceu tão certo e tão bom a horas atrás só por que as consequências seriam complicadas. Draco era complicado. Ele era complicado. Eles juntos eram definitivamente uma combinação explosiva.

Não pode sequer pensar mais na noite passada pois Hermione entrou no quarto. Ela olhou para Harry na cama e respirou aliviada.

– Harry, Ron está vindo em direção ao quarto nesse exato momento. Vim correndo na frente para garantir que vocês dois não estavam em uma situação muito constrangedora. Ele deve chegar a qualqu- -

Suas palavras foram interrompidas por Rony que entrou na enfermaria transtornado. Harry se ajeitou na cama e respirou fundo. Hoje ele ia ouvir muito.

– Malfoy, Harry? Sério mesmo?

– Bom dia também para vocês dois.

Roy jogou um jornal na cama de Harry com uma foto deles dois juntos na cama e uma grande chamada bombástica.

All Eyes On Us  [ Drarry ]Onde histórias criam vida. Descubra agora