Ficamos em silencio esperando ver quem estava dentro do vagão, a luzes se apagam por cerca de 3 segundos e acenderam novamente, agora estamos vendo um cara de costas, com uma jaqueta de couro com um simbolo familiar estampado na Jaqueta, luvas pretas, um cabelo escuro ate os ombros e uma espada na mão direita, esse homem surgiu do nada. Ele vira e olha para nossa direção.
Vamos! Senhora Carry me enviou para proteger vocês- Fala o homem misterioso.
Uou olha que espada maneira! - Steve fala entusiasmado.
É melhor vocês se segurarem! - Diz o homem misterioso enquanto se aproxima para pegar na alavanca de segurança do vagão.Ele desce a alavanca com força, os freios são acionados, a velocidade reduz até que paramos por completo.
Vamos por outro caminho, eles cercaram as duas rodoviárias e aeroportos.- Diz o homem enquanto salta pra fora pelo buraco no vagão.Devemos confiar nele Pj? - Pergunta Alice preocupada.
Não temos outra escolha!- Respondo enquanto me levanto e caminho na direção do buraco no vagão.Todos pulamos e seguimos o homem em silencio, caminhamos pelos trilhos até subir uma pequena escada e passar por uma porta que parecia ser uma saída, e logo estávamos na rua.
Vamos em minha caminhonete! - Diz o homem enquanto vai abrindo a porta do seu veiculo.
Pera ai, qual seu nome?- Pergunta Alice.
Me chamam de Pugnator. - Ele responde girando a chave e fazendo o motor funcionar.
Pugnator? é um nome bem estranho para uma pessoa.- Steve fala enquanto senta no banco de trás ao lado de Alice.O carro se movimenta no sentido da casa da minha vó e não consegui me segurar, comecei a fazer muitas perguntas.
Cara me explica o que esta rolando? quem é você? como conhece minha avó? como você apareceu no vagão do nada?
Ele olha pra mim um instante e volta a focar os olhos na estrada.
Não te devo respostas, a minha missão e te levar em segurança até a senhora Carry, faça suas perguntas a ela, tente dormir, a viagem vai ser longa. - Pugnator fala sem tirar os olhos da estrada.Olho pra trás e Steve movimenta o dedo ao redor do ouvido mostrando que o Pugnator era meio pirado, Alice sorri e eu acabo sorrindo também.
O silencio toma conta do carro a viagem toda, pensamentos me tomam, tentava ignorar os perigos, as vezes conseguia, mas não conseguir parar de pensar no livro, o porque era tão importante? porque parecia que só eu não entendia o que estava acontecendo? O carro começou a parar perto de um hotel na beira da estrada.Vamos descansar essa noite, sairmos bem cedo e chegaremos antes do almoço.-Pugnator diz enquanto sai do carro.
Ele parecia ter controle de toda a situação, sempre falava com tom de ordem, como se não tivesse medo de nada, mostrava sempre um grande respeito por minha avó, estava ansioso para encontrar ela e entender melhor tudo o que acontecendo.
Pugnator disse para que todos ficássemos no mesmo quarto, seria mais seguro. O hotel tinha 3 andares com vários quartos, apenas uma cama de solteiro qual ficamos, aceitamos deixar Alice dormir na cama, eu e Steve ficaríamos no chão mesmo, não teve muita conversa em relação a isso, Pugnator sentou em uma cadeira ao lado da porta com a espada sobre os joelhos, e sem se movimentar ele olhava pra porta como um soldado obediente, sem sentimento ou desejo de socializar com alguém dentro daquele quarto.Eu vou dormir, to cansadão, qualquer coisa me chamem.- Steve fala enquanto deita em um lençol ao lado da cama.
Alice deita também, quieta, sem enrolar. Toda aquela tenção me sufocava, precisava de ar puro, fui a sacada do quarto, se sentei em uma cadeira simples de madeira e fiquei olhando aquela noite cheia de estrelas, percebi que quando estamos em perigo valorizamos momentos que no dia a dia ignoramos, como observar as estrelas. Em um estupor profundo, perdi a noção do tempo e perdi algumas horas ali sentado.
A vós suave de Alice interrompe meu desvio temporário de pensamento.Aquela é a ursa maior, para os chineses as sete estrelas representavam uma concha que oferecia comida nos tempos de fome, cada cultura sua arte, adorava ouvir as histórias que meu pai me contava. - Alice dizia enquanto olhava as estrelas.
La estava ela, encostada na porta, com uma calmaria em seu rosto, parecia que nada de ruim poderia lhe acontecer, ela sempre foi a mais chorona da turma, sempre sensível, porém a mais forte e determinada quando queria e claro a teimosia era um traço forte da sua personalidade.
Também não consegue dormir?- Pergunto enquanto a observo.
Ela vira o rosto em minha direção e da um sorriso com os olhos já cansado de um dia tão turbulento e me responde:
Não, é muita coisa pra minha cabeça, pra nossa cabeça, não entendo como Steve consegue.
Também não sei.- Falo sorrindo com os lábios cerrados.Silencio!
Pugnator com o rosto em sinal de alerta, fala baixo como dedo indicador nos lábios, entro no quarto puxando Alice junto, vou até a cama onde Steve esta dormindo e acordo ele já com a mão em sua boca, ele se assusta de inicio mas já entende que esta acontecendo algo.
Todos estavam em silencio absoluto, esperando algo acontecer, Alice segura a minha mão direita, Steve fica do meu lado esquerdo, Pugnator se aproxima até a porta e encosta o ouvido, na tentativa de escutar algo e apaga as luzes.
Passos e um som como uma respiração ofegante surgem ecoando no silencio, sombras no feixe de luz que invadiam o quarto, pelo espaço embaixo da porta, acusava que havia alguém ou alguma coisa do lado de fora.
Telefone de Alice começa a tocar "KT Tunstall - Suddenly I See" no despertador.
Droga! Porcaria desliga logo- Alice desliga o despertador rapidamente.
Um grito muito alto como um animal, vem do outro lado daquele quarto, a porta começa a estourar com pancadas sobre humanas que já mostravam que logo ela ia se quebrar.Corre, Corre, Corre! - Pugnator grita enquanto nos empurra na direção da sacada do quarto.
Pegamos as nossas mochilas, e nos viramos a espera do Pugnator, a porta começa a trincar ao meio, os gritos ficam mais fortes, ele joga a chave da caminhonete pro Steve e fala com preocupação e raiva.
Vamos! Desçam rápido pela a escada de emergência e não olhem pra trás, encontro vocês depois, vão!
Pugnator se afasta alguns passos da porta, segurando sua espada de forma imponente, como se já tivesse feito isso tantas vezes e já saberia do perigo que esta prestes a enfrentar, descemos rapidamente as escadas, e já percebo algumas motos familiares da noite anterior.
Droga eles estão aqui cara!- Steve fala preocupado.
Com certeza eram eles, provavelmente estavam dentro do hotel procurando o livro, tínhamos que chegar na caminhonete sem ser visto, era preciso ou estaríamos encrencados.
Ali esta a caminhonete!- Aponto para ela a uns 50 metros de distancia, atravessando o estacionamento.
Não temos escolha, vamos correr o mais rápido que pudermos no 3, combinado?- Pergunto com minhas mãos já tremendo de medo.
Combinado! - Steve e Alice responde.Um, Dois...- Começo a contar.
Já esta no Dois? Vai devagar cara. - Steve fala apavorado.
Calma Steve, só temos que correr no três.- Vou falando na tentativa de acalmar.
Um, Dois...- Recomeço a contagem.Vidros se quebram e pedaços voam por todos o estacionamento, Pugnator é arremessado direto pro capô de um carro, que está estacionado embaixo do quarto, acionando seu alarme.
Três!- Steve grita e sai correndo na direção da caminhonete.
Não! Espera! Droga Steve, vamos Alice!- Corremos sem olhar pra trás.No meio do estacionamento próximo a Caminhonete, alguém grita.
Eles estão fugindo, rápido, atrás deles!Steve chega primeiro e não sabe qual é a chave certa, tinham duas idênticas, provavelmente uma da trava da tampa para abastecer, e a outra da porta/ignição.
Droga, não é essa!- Steve errou a primeira tentativa.
Vai logo Steve é a outra!- Falo acelerando ele.O som forte de um rugido de uma fera ecoa por todo o estacionamento.
Steve derruba a chave com o susto, se perdendo novamente em qual chave era a certa.Meu Deus o que é isso! - Alice grita apavorada quando olha pra trás.
Droga cara vamos morrer! - Steve também olha e começa a tremer com a chave nas mãos.
Quando eu me viro e vejo, percebo o porque estão tão assustados, o que poderia ser isso ali parado, nos olhando pronto para nos matar.
E então seja o que for aquilo, ele já corria em nossa direção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As aventuras de PJ
AdventureQuando fiz 11 anos, ganhei uma festa bem legal. Meu amigo Steve e a menina mais linda do colégio, Alice, estavam presentes nesse dia. Meus pais nos observavam sorrindo pela porta da sala enquanto jogávamos videogame. A festa terminou tarde, mas foi...