Alive for Me

Capítulo 20

Assim que eu terminei de ler aquele bilhete, senti as minhas bochechas corarem de imediato. Sabendo muito bem oque aquela palavra "aproveitar" significa para alguém como Ava. Porém, não sei se estou pronta para dar um passo tão grande em um tempo tão curto. Meus pensamentos estão completamente embaralhados, entrando em uma confusão interna, sem saber oque fazer. Mas quando chego próximo a uma solução um zunido baixinho acordou-me daquele transe.

- Algum problema, Robbins? - falou Callie ao se aproximar.

- Hum... É que a... a... - não sabia como explicar a ela que Ava havia feito aquilo.

- Oque foi? Onde está a outra gêmea?

- Acho que somos só nós duas. - elevo as duas mãos na altura do meu busto, fazendo um movimento breve com os ombros.

- Se você quisesse me chamar para um encontro, era só falar. Não precisaria usar a sua irmã para a coerção, eu viria sem hesitar. - Callie eleva uma de suas sobrancelhas, sorrindo ao terminar de falar.

- Isso não é um encontro. E não, eu não usei e nem preciso da minha irmã para fazer com que você venha jantar comigo. - pisco para ela. - Foi tudo ideia da outra Robbins.

- Então, acho que isso a torna bem mais esperta que você. Droga de destino, deveria ter escolhido a outra dos olhos azuis, acabei ficando com a...

- A?

- Nada, deixa pra lá. - ela sorri.

- Oque você ia dizer Calliope? - abaixei-me um pouco, sentindo a sua respiração se cruzar com a minha por estarmos tão perto.

- Esqueça isso, eu te amo do jeito que você é! - ela brinca, movendo a sua cabeça para frente e depositando um beijo no lado direito da minha bochecha.

- É impressão ou está tentando me insultar? - semicerrando os olhos voltei a encara-la.

- Mas é claro que não. - ela gargalha. - Nunca insultaria uma mulher tão inteligente como você.

- Está sendo irônica?

- Não querida, estou te elogiando. - ela sorri mais uma vez. - Então, onde está o jantar á luz de velas? Geralmente é assim que acontece no primeiro encontro.

- Eu já disse que isso não é um encontro. - distancio-me, caminhando até o fogão e colocando as travessas na mesa. - Você bebe vinho? Suco? Refrigerante?

- Se está querendo me matar, coloque um pouco de vinho nessa taça que está atrás de você, acredito que o líquido se misturará perfeitamente com o meu organismo repleto de remédios. Mas se por acaso quiser me aturar o restante da noite, um suco estaria ótimo. - ela deu de ombros, aproximando sua cadeira um pouco mais da mesa, colocando-se em um dos lados que os pratos e talheres já estavam arrumados.

- Confesso que não sei oque colocar agora. - brinco, caminhando até a geladeira e pegando a garrafa de vinho e o suco natural de laranja. - Como eu não quero passar o restante da minha adorável vida na cadeia, lhe darei a segunda opção.

- Você é quem sabe, a escolha é totalmente sua.

- Se você der algum tipo de trabalho, enfio essa garrafa onde você nem imagina. - a risada que escapou das minhas entranhas foi tão forte que a tosse seca veio em conjunto.

- Meça suas palavras Arizona Robbins, você ainda trabalha para mim. - seu olhar se conecta com o meu, mostrando uma sensualidade através daquele castanho-escuro.

- Essa noite querida, eu não trabalho para ninguém. - mordo meu próprio lábio, finalizando aquela conexão lançando uma piscadela para ela. Coloquei uma quantidade de suco em uma das taças, sentando-me logo após.