Capítulo 14

2.3K 150 81
                                    

PVD - ARIZONA

A felicidade de sentir algo por aquela mulher é surreal, de uma maneira incrivelmente fofa, mas esse sentimento se escondeu atrás de uma enorme barreira ao ver a minha casa ao final da rua. O sol deixa a minha visão ofuscada, onde preciso manter meus olhos quase fechados por causa da ardência causada pelo mesmo em minhas córneas.

Abro a porta delicadamente, ouvindo ao fundo a televisão com um desenho qualquer. Respiro fundo, lembrando-me da conversa com a minha irmã e minha mãe hoje cedo. Um pé por vez, tentando não fazer barulho naquele assoalho velho.

- Ari! - Ethan grita ao me ver.

- Shhhhhh... - sussurro para ele, elevando meu indicador até a boca.

- Onde está todo mundo Ethie? - pergunto, retirando o all-star e caminhando rapidamente até a escada.

Ele me acompanha.

- Mamãe ainda não chegou.

- E a sua avó?

- Está no quarto, dormindo.

- Vovô?

- Estávamos vendo Fanboy e Chum Chum, mas ele acabou apagando dez minutos depois que o desenho começou. - o menino parece estar magoado.

- Ethie, você sabe que ele está velho demais e que não consegue ficar sem o seu sono da tarde.

- Eu sei tia. O que você vai fazer? - ele pergunta ao entrar no quarto junto comigo.

- Eu vou tomar um banho e descansar um pouco. - sorrio, retirando o meu casaco.

- Você não quer brincar comigo? - os olhos do menino brilham, implorando para que eu dissesse sim.

- Amor, eu estou tão cansada... E eu estou muito brava com a sua mamãe.

- Por quê? - ele arregala os olhos, colocando suas mãozinhas ao redor de sua cintura.

- Por que ela não sabe manter a boca dela fechada. - abaixo-me até a sua altura e deposito um beijo em sua bochecha.

- Vocês vão parar de conversar?

- Não, claro que não Ethie, mas eu preciso de um tempinho para desculpa-la. - sorrio, acariciando o seu rostinho tão pequeno.

- Ethan, filho, cadê você? - a voz tão bem conhecida de Ava corta o ar e em poucos segundos ela entra no quarto.

Ethan corre para os braços de sua mãe de imediato. Pelo vão dos ombros do menino ela me encara e eu sei muito bem o que aquele olhar significa: um pedido de desculpa. Balanço a cabeça negativamente, mostrando uma expressão sombria em meu rosto. Ela tenta sorrir, mas não consegue e em passos curtos e lentos ela sai do meu quarto com o seu filho nos braços.

Não gosto de brigar com ela, mas ela sabia que tinha feito besteira, havia implorado para ela manter-se calada em relação ao beijo de Callie, oque por sinal, ela pelo menos não cogitou nada que ligasse o adultério a latina.

Após fechar a porta, vou diretamente para o banheiro e me sinto cada vez mais leve ao retirar aquelas peças de roupas. A brisa que entrou pela janela entreaberta me fez estremecer e o meu corpo á arrepiar. Piso lentamente sobre o azulejo gelado, sentindo a água morna contornar o meu corpo lentamente.

O vapor enche o box de calor, fecho os olhos sentindo a água cair com hostilidade em meu tronco. Suspiro quando na mesma fração do segundo o rosto mais perfeito de todos corre por minha mente. Aquele sorriso que eu conhecia tão pouco, aquela boca que se encaixou tão bem a minha e aqueles olhos castanhos, negando mais ao mesmo tempo pedindo por carinho.

Alive for MeOnde histórias criam vida. Descubra agora