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~Harry~

Dois dias se passaram desde do meu beijo com a Crystal. A minha cabeça anda mais confusa do que qualquer outra coisa. Hoje teria de decidir como ia vingar a morte do meu pai. Óbvio que nunca magoaria a Crystal, ela não tem culpa daquilo que o pai é e daquilo que ele fez.

Marquei o número daquele homem, cujo nome ainda me era desconhecido, e esperava que este atendesse. Ao segundo toque este atendeu-o.

"Estava a espera do teu telefonema." a sua voz soou do outro lado.

"Já tomei uma decisão."

"Então?"

"Quero ir para a empresa, seria incapaz de magoar uma pessoa inocente, estaria a descer ao nivel do Ryan." disse rudemente.

"Muito bem. Passa por cá amanhã a hora de almoço."

"Assim o farei." dito isso a chamada foi desligada.

Eu e a Crystal ainda não tínhamos falado sobre o beijo e andávamos a fugir um do outro. Gosto mesmo dela, mas não posso estar com ninguém por enquanto. Seria muito perigoso e podia-me distrair. O meu objectivo é a vingança e não me posso esquecer disso nem por um bocado.


~Crystal~

Hoje finalmente era sexta-feira. Ando a evitar contacto com Harry desde do nosso beijo e parece que ele também anda a fugir de mim. Por um lado eu queria falar com ele, afinal foi ele que me beijou, mas eu tenho medo de ser rejeitada e prefiro fugir do assunto. A porta abre-se e uma Alison com cara de chateada aparece.

"Que se passa Ali?"

"Foi o Liam. Acreditas que uma gaja estava-se a fazer a ele e ele não a mandou embora? Ainda por cima, ela era tão bonita, parecia uma barbie." ela disse bastante irritada.

"Esclareceste as coisas com ele?"

"Não, quero distância dele."

"Ali, podes estar a ser injusta com ele. Ouve-o pelo menos, eles podiam estar só a falar e tu podes estar a fazer um grande drama." falei calmamente.

"Estas do lado dele? Estas a defende-lo. Eu não acredito." ela disse super chateada.

"Não estou do lado de ninguém. Estou a tentar ajudar-te."

"Deixa, eu não preciso da tua ajuda." dito isto saiu novamente do quarto, deixando-me sozinha.

Boa, não basta o ambiente com o Harry estar super estranho, agora a minha amiga discute comigo só porque a tentei ajudar. Este dia está cada vez melhor ( sintam a ironia). Decidi ir dar uma volta, precisava descontrair. Agarrei nos meus fones e coloquei uma playlist a toa. Comecei a caminhar pelo o campus sem um destino definido, parei quando ouvi vozes familiares.

"Temos contas por acertar."

"Eu-u, já te paguei tu-tudo que te devia." Louis e Liam ? Agora entendo o porque do Liam ter "fugido" no dia em que o Louis se sentou connosco na mesa.

"Eu arranjei-te aquilo e tu ficaste-me a dever 250 euros.Se não me pagares já sabes o que te vai acontecer!" Louis agarrou no Liam pelo o pescoço enquanto o ameaçava. O Louis é traficante? O Liam consome? Nunca pensei isto de nenhum deles. Será que a Alison sabe?

"Eu pago-te. Eu juro que pago, mas não me faças mal." Louis largou o Liam.

"Tens até segunda. Se não arranjares o guito já sabes." dito isto afastou-se deixado um Liam com um ar aliviado. Este ia a sair do "beco" onde há segundos havia tido uma conversa com o Louis e choca contra mim.

"Cry-ystal?" a sua expressão de pânico volta e por segundos a sua cara ficou pálida.

"Temos de conversar." a sua expressão ficou confusa mas ele assentiu de seguida.

Caminhamos até um pequeno banco que se encontrava no jardim da universidade e sentamos-nos lá.

"O que o Louis te vendeu?"fui direta ao assunto.

"Eu posso explicar-te. Ele vendeu-me droga, mas não era para mim, era para o meu irmão. Ele disse que se eu não lhe comprasse droga, que ele matava a nossa mãe e eu não podia deixar isso acontecer, não depois de ele ter morto o nosso pai." a minha boca abriu-se formando um grande e redondo "O". "O Louis arranjou-me a droga, ele não é traficante mas tinha uns contactos e fez-me uma espécie de empréstimo. Ele pagou a droga e fiquei de lhe pagar, mas eu não tenho como o fazer." uma lágrima escorreu pelo o seu rosto e abracei-o de seguida.

"Porque não me pediste ajuda?" disse quando nos soltamos do abraço.

"Eu tinha medo. Eu tinha muito medo. Todos gozavam comigo por ser o filho da diretora, o meu irmão era um tóxico-dependente que matou o pai. Sempre me senti um falhado e nunca ninguém se dispôs a ajudar-me. Eu nem sei como lhe vou pagar.."

"Eu falo com o Louis. Ele agora faz parte da minha família agora."

"Farias isso por mim?" os seus olhos brilhavam como nunca, o Liam é meu amigo e como tal eu vou ajuda-lo.

"Claro."

"Já agora sabes o que se passa com a Ali?"

"Ela viu-te a falar com uma rapariga e pensou que ela se estava a fazer a ti e tu estavas a deixar. Ela até discutiu comigo.."

"Ela descreveu a rapariga?" O Liam perguntou.

"Disse que parecia uma barbie" disse encolhendo os ombros de seguida. O Liam começou a rir deixando-me a toa.

"A Ali ficou chateada comigo por causa da Melissa? Ela é minha prima." ele disse rindo.

"Acho melhor ires esclarecer as cenas porque ela estava mesmo chateada."

"É isso mesmo que vou fazer. Obrigada por tudo." ele disse envolvendo o meu corpo num abraço apertado. Assim que nos afastamos, Liam levantou-se e caminhou em direção a entrada da universidade. Continuei ali sentada, precisava de ir falar com o Louis, mas estava com receio de cruzar-me com o Harry.

Sem pensar mais dirigi-me ao quarto do Louis que era o mesmo do Harry, bati com o nó dos dedos na porta e uma Harry despenteado e de boxers abriu a porta. Hoje só tínhamos 2 aulas a tarde e o Harry deve ter aproveitado isso para dormir.

"Olá" a sua voz encontrava-se mais rouca do que o normal e a sua mão estava a atrás do pescoço a coçar o mesmo. "Entra." entrei fechando a porta de seguida. Harry vestiu um t-shirt e e fez um sinal para me sentar ao lado dele.

"Eu vim falar com o Louis, sabes onde ele está?"

"Não o vejo desde de ontem."

"Então eu venho cá mais logo." levantei-me mas a sua mão agarrou o meu braço. "Harry, eu tenho de ir"

"Nós precisamos de falar." ele falou olhando-me diretamente nos olhos. "Eu adoro-te, mas ter-te beijado foi um erro." Aquelas palavras foram como uma facada, tentei controlar as lágrimas que queriam rolar pelo o meu rosto. Engoli em seco mas falei de seguida:

"Tens razão, o nosso beijo foi um erro. A nossa amizade é um erro. E sabes qual foi o meu pior erro? Ter-me apaixonado por ti." levantei-me e dirigi-me a porta sem dizer mais.

Caminhava a passo rápido para fora do campus, as lágrimas que há pouco segurava estavam mais soltas do que nunca. Bati contra algumas pessoas, mas nem me dei ao trabalho de pedir desculpas. Sentei-me num dos bancos mais afastados da entrada e deixei que as minhas lágrimas caíssem. Eu sabia que este dia só ia piorar.


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Olá amores!

Mais uma vez desculpem a demora mas tenho tido testes e mais testes. :/

Digam me o que acharam do capitulo!

Obrigada pelas leituras e pelo o apoio. Adoro-vos!

Beijinhos


Obscure // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora