Obscure // h.s

*26*

-Crystal-

Doi-a me a cabeça e a barriga, neste momento encontrava-me no chão com as pernas atadas. Sim, fui raptada e agrediram-me. Ainda não percebi o que eles querem comigo. O pior é que uma pessoa que me criou como se fosse meu pai tá por detrás disso. Cada memória do que aconteceu ontem faz com que a minha cabeça doa mais do que já doi.

"Olha só quem já acordou!" um homem parecido com o Ben falou.

"O que é que vocês querem de mim?" a minha voz saiu a muito custo. Sentia que podia desmaiar a qualquer momento, o meu corpo estava fraco e a minha garganta pedia por água.

"Vamos deixar que seja o teu namorado a explicar-te."

"O que o Harry tem haver com isto?" 

"Nós estamos só a fazer dois em um, boneca." estava com tanto nojo deste homem. Mas o que ele quer dizer com isto? O que o Harry tem para me explicar? A minha cabeça esta uma confusão e não sei mais o que pensar. O homem repugnante agarrou no telemóvel e fez uma chamada e logo percebi com quem ele estava a falar.

-Harry-

Estava neste momento a dar mais uma volta pela cidade. Ainda não tinha dito nada ao pai da Crystal pois estava com esperanças que ela aparecesse, mas se não souber nada da mesma até ao final do dia terei não só de dizer ao seu pai mas também avisar a policia. Louis, Liam e Alison também andavam a procura da Crystal. Cada vez que penso como isto aconteceu dá-me um aperto tão grande no peito, ela não merecia o que quer que lhe tenha acontecido. O telemóvel que estava no bolso de trás das minhas calças começou a tocar, era o número desconhecido.

"Estou?" 

"Harry, tenho uma coisa que te pode interessar." David, eu sabia. Aquele cabrão de merda tem a minha namorada.

"Se tu lhe fazes mal, eu mato-te caralho." o sangue começou a ferver, se ele toca na minha miúda com 1 dedo que seja eu desmontou-o.

"Acalma-te que não é a ela que eu vou fazer mal. Vou te mandar mensagem com a morada onde ela está mas tens de vir sozinho. E se por acaso vieres com alguém, eu mato a cabra da tua namorada" dito isto desligou o telemóvel na minha cara e passado uns 3 minutos mandou-me a morada. Tinha de fazer o que lhe me disse, era incapaz de por a vida dela em perigo. Entrei no carro sem dizer nada a ninguém e coloquei a morada no GPS. Tenho de a salvar.

-Crystal- 

Tinham me sentado numa cadeira, ataram-me as mãos e os pés. O Harry vinha a caminho, disso eu tinha a certeza depois de ter ouvido a conversa do tal homem ao telefone. Continuava sem perceber qual era a ligação entre eles os dois. Estava cheia de sede, há horas que não bebia nada. A minha garganta pedia cada vez mais por água, o meu corpo estava mais do que desidratado. Agora quem estava de olho em mim eram dois dos capangas daquele marginal. Tentava desapertar os nós que prendiam as minhas mãos, mas era inútil.

"Ei! Será que podiam dar-me água?" perguntei com a garganta seca e com a voz a quer falhar. Os dois homens olharam para mim e de seguida olharam um para o outro. Agarram numa garrafa de água e despejaram-na em cima de mim. Não era bem assim que queria beber água mas  sempre deu para molhar a boca. Os portões do armazém abriram-se e por momentos pensei que fosse o Harry, mas a minha esperança acabou quando vi que era o Ben, com o homem que tinha falado com o Harry ao telemóvel mas não vinham sozinhos, traziam um homem com um saco na cabeça. Sentaram o homem ao meu lado e colocaram-lhe umas cordas a prender as mãos e os pés tal como tinham feito comigo. De seguida retiram o grande saco preto da sua cabeça e pode ver que aquele homem era o meu progenitor.