Obscure // h.s

*27*

-Crystal-

Ainda estou incrédula com tudo o que está a acontecer. O Harry estava arrependido do que fez mas será que isso é o suficiente para o perdoar? Doi-me a cabeça e o corpo todo. Estou mais desidratada que nunca. Só quero que isto acabe rapidamente.

"Antes de avançar-mos para o acordo, Ryan porque não contas a Crystal a verdade?" verdade? Mas de que verdade ele está a falar? Será que sou sempre a última a saber de tudo? Olhei para o meu pai, mas não conseguia decifrar a sua expressão. "Conta lhe."

"Pai, se há alguma coisa que eu deva saber diz-me, por favor." as lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto, estou tão cansada de mentiras e segredos. O meu pai olhou para mim como se estivesse a procura de coragem e das palavras certas para me contar. David estava a perder a paciência e aproximou-se de mim com uma arma na mão. Apontou a mesma a minha cabeça. "Vais dizer ou é preciso mata-la?"

"Não!" desta vez foi a voz do Harry que se ouviu. Dirigi o meu olhar para ele e pude ver o rapaz que eu mais amo no mundo a tentar soltar-se dos dois bruta-montes que o seguravam. Mas todas as suas tentativas eram inúteis. Senti a arma mais junta da minha cabeça e estava a entrar em pânico.

"Tu  não és minha filha." o meu suposto pai falou rapidamente. David afastou a sua arma da minha cabeça e eu estava a tentar processar as palavras que tinham sido proferidas pelo o homem que me criou.

"Sabia que não me ias obrigar a fazer mal a tua filha, quer dizer, a minha." a minha garganta secou mais ainda, as lágrimas escorriam pelo meu rosto e só me apetecia gritar mas tinha forças suficientes para o fazer.

"Crystal, eu posso explicar." 

"Depois vão ter tempo para resolver os dramas todos." desta vez foi o Ben que falou.

"Continuando, para vos deixar sair o Ryan tem de passar a empresa para meu nome e para o nome do Ben." David falou com um sorriso vitorioso nos lábios. Mas porque que ele queria tanto a empresa do meu pai? Eu não entendo nada. 

"Para que queres a empresa dele?" Harry falou como se me tivesse a ler os pensamentos.

"Parece que vou ter de contar a história de como nos conhecemos.." o homem repugnante falou enquanto juntava as mãos como forma de as aquecer. "Então eu e o Ryan formámos-nos juntos e tínhamos duas paixões em comum, o amor por defender casos e o amor pela mãe da Crystal. Ryan sempre conseguiu tudo, ele abriu a empresa e casou-se com ela, mesmo sabendo que eu era apaixonado por ela."

"Eu pensava que era um amor de adolescente, que já tinha acabado quando me casei com ela." 

"Cala-te, quem está a falar sou eu. Continuando a história, ele casou com ela e nem se preocupou como eu, me iria sentir. O que eu fiz ? Fui ao casamento e aceitei a proposta de emprego que ele me ofereceu. Mas houve uma semana, Ryan tinha ido numa viagem de negócios e deixou-me a tomar conta da empresa e da mulher. Obviamente que eu aproveitei da melhor maneira. Dormi duas noites com a Amy e foi o suficiente para ela engravidar de mim." não precisei ouvir mais nada para perceber que aquele homem que se encontrava a minha frente era o meu pai biológico. "Agora já chega de histórias. Ryan está tudo nas tuas mãos."

"Eu mudo a empresa para os vossos nomes, mas deixem-nos ir embora."

"Só os deixo ir embora depois de assinares os papeis." Ben rapidamente trouxe uns papeis e uma caneta. Soltou as mãos do meu pai e entregou-lhe a caneta. O meu pai olhava para os papeis atentamente. Eu não queria que ele os assinasse mas se era a sua decisão não ia meter-me. Estou chateada tanto com ele como com o Harry. As duas pessoas mais importante das minha vida mentiram-me durante este tempo todo. Sinto-me traída duplamente. Assim que o meu pai assinou os papeis, os dois homens soltaram o Harry que correu até mim e começou a desatar a corda que perdia os meus pés e depois a que prendia as minhas mãos.

"Amor! Estava mesmo a pensar que te ia perder." fiquei feliz por ouvir aquelas palavras mas não podia demonstra-lo. Levantei-me mas como já não comia nada há mais de um dia, a minha visão ficou turva e acabei por perder os sentidos.

                                                                                  * * *

Acordei com uma dor de cabeça gigante. Assim que abri os olhos vi que me encontrava na casa do meu pai. Harry tinha sua mão por cima da minha mas retirou-a quando percebeu que eu tinha acordado. Tentei levantar-me mas uma tontura fez com que essa missão fosse mal sucedida.

"Precisas de comer antes de te levantares." Alison falou docemente. Quando olhei a minha volta é que vi que estavam todos lá. Alison, Liam, Louis, Johannah, o meu pai e o Harry. Queria tanto falar com eles, mas não tinha nem forças nem vontade para o fazer. Johannah trouxe um tabuleiro com uma tosta mista e um copo de leite.

"Como te sentes?"  Johannah passou a mão pela minha testa afastando os cabelos que se encontravam a frente dos meus olhos.

"Agora que estou a comer, melhor." disse enquanto ajeitava-me melhor no sofá para não deixar o tabuleiro cair. "Como saimos de lá?" 

"Desmaiaste nos braços do Harry e ele trouxe te para cá enquanto eu fazia tempo para a policia chegar." 

"Quer dizer que eles foram presos?"

"Sim."Harry falou aliviado.

"Mas tu perdeste a empresa a mesma.."disse em tom de segredo.

"Não, os papeis eram inválidos se não fossem para o ministério e dadas as condições em que os mesmos foram assinados nunca seriam enviados para o mistério ou dados como válidos." um sorriso formou-se nos meus lábios. "Crystal, nós precisamos ter uma conversa séria." o tom de voz do homem que me criou ficou sério.

"Acho melhor irmos embora." Liam falou no qual Alison assentiu.

"Amanhã passamos cá, as melhoras amiga." A minha melhor amiga depositou um beijo na minha testa e saiu juntamente com o seu namorado.

"E nós vamos para a cozinha." Johannah falou, Louis e Harry estavam a dirigir-se para lá mas o meu pai falou.

"Vocês podem ficar. Johannah és a mulher com quem vou casar, o Louis é o meu enteado e o Harry já sabe metade da história, portanto vocês tem de ouvir a história." todos se sentaram novamente a espera que o meu pai continuasse o que ia dizer."A Crystal não é minha filha. Ela é filha da minha falecida mulher e do homem que a raptou. Eu só descobri que a Crystal era filha do David depois dela nascer. A Amy tinha um cancro quando engravidou da Crystal mas ela só descobriu depois de ir a primeira consulta por causa da gravidez. Ela sabia que o mais provável era morrer durante o parto e então deixou uma carta onde contava sobre a noite da traição e me pedia para tomar conta da Crystal como se fosse minha filha e foi isso que fiz ao longo destes anos. O David sempre usou a Crystal como motivo para não o despedir. Ele podia reclamar a guarda dela por ser o pai biológico e eu não podia deixar que isso acontecesse." ele virou-se para mim e continuou a falar." Desde da primeira vez que te senti na barriga da tua mãe que te amei como se fosses minha filha e sempre te protegi e cuidei de ti como tal." lágrimas vieram-me aos olhos e fui abraçar o homem que podia não ser o meu progenitor mas era sem dúvida o meu pai.

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Consegui mais um capítulo para vocês!!

Não sei quando vou voltar a publica mas assim como vocês espero que não demore muito.

Cheio de emoções hein ? ahah

Digam o que estão a achar.

Adoro-vos!