Don't blame it on the alcoohol

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Tirando a possibilidade da vida de Kat ter se tornado um remake mal sucedido de ghost, aquele com certeza era Armand Pugliesi que havia se materializade ali em sua frente. Mais alcoolizado e informal que de costume e com uma aparência jovial que o fazia ficar incrivelmente atraente, porém ele ainda ostentava o mesmo ar de superioridade de sempre. Era estranho como o álcool o mudava, parecia que aquele líquido colorido que adentrava pela boca do jovem indo por fim parar em seu sangue tinha poderes mágicos de mostrar quem Armand realmente era e quem ele escondia de Kat, de sua sogra e principalmente do mundo inteiro. Seu ex- namorado por trás de toda aquela casca de bom moço, nem era tão boa pessoa assim, não que pessoas que usufruem de bebidas alcoólicas de um jeito meio que abusivo não sejam boas pessoas, mas elas não precisam beber para serem o que são como Armand faz, ou pelo menos parte delas não precisa.

-Mas que merda você faz aqui?- O loiro dizia enquanto não sabia se aquela voz pertencia mesmo a quem ele tinha certeza pertencer.


-O mesmo que você, eu estou me divertindo, bebendo fazendo coisas que pessoas da nossa idade fazem. Coisas que aliás você nunca fez. Pelo menos não comigo

-Katherin isso não é lugar pra você suas aulas não começam amanhã? No máximo você devia estar lendo seus livros agora

-Por favor me poupe, eu não te devo mais nenhuma satisfação, aliás, eu nunca te devi nada

-Isso não é ambiente pra você Kath

-Não me venha bancar o moralista Armand, eu to precisando de mais uma bebida e não das suas lições de moral

-Se é uma bebida que você quer tudo bem, eu pago

-Eu já tenho alguém pra pagar as minhas bebidas

-Quem?

-Um cara da faculdade

-Kath como você sai pra um lugar cheio de drogas e bebidas com um cara que você nem conhece? -Katherin poderia aparentar esperteza mas ela não o suficiente pra saber lidar com homens, pelo menos não com os da universidade e disso Armand sabia.

-Caso você queira saber Stephen Dubrow vai ser tão bom médico quanto você, satisfeito?

-Dubrow?

-Você ta surdo por acaso?

Aquelas luzes e o cheiro de corpos suados misturados a nicotina só podiam estar afetando os sentidos de Armand, principalmente o auditivo. Katherin não poderia estar saindo com o meio- irmão de Cole, poderia? Naquelas alturas da madrugada era como se o mundo tivesse resolvido acordar de ponta cabeça, ou melhor pelo rumo que a situação estava tomando o mundo não tinha nem dormido ainda.

-Kat, você já ouviu falar sobre o irmão desse cara? Ele é louco no mínimo, você não deveria nem conversar com esse tipo de gente quanto mais sair com eles

-Pra minha defesa eu não sabia nem que o Stephen tinha irmãos ok?

-Se a sua mãe souber disso.. Ela vai ficar louca, surtar

-A minha mãe não vai saber de nada porque você não vai contar nada. E quem é esse irmão do Stephen de quem você tanto tem medo?

-Cole, ele é um babaca. É um viciadinho que se garante no dinheiro do pai, um bastardo não vale a pena nem continuar

-Já parou pra pensar que ele não se tornou quem é por querer mas sim pelas circunstâncias? -Aquele discursinho já era demais para Kat e seu estômago já estava dando voltas e isso era culpa de cada palavra que saia da boca de Armand, ou das tequilas que a garota havia ingerido. Ela sabia que a segunda opção era a correta mas não quis admitir isso a si mesma. Pelo menos nao agora.

-Não, preferi não gastar o meu precioso tempo pensando no que o Cole sofreu ou deixou de sofrer

-Você é quem sabe, eu vou atrás dos meus amigos, boa noite Armand, isso foi bom enquanto durou.

Os pés de Katherin realmente criaram vida própria naquela noite. Era como se eles tivessem desenvolvido um cérebro e um sistema nervoso só seu que comandava todos os seus passos, isso não significa que todos eles eram bem dados mas o que se esperar de uma jovem bêbada além de merdas seguidas de merdas?

Em poucos segundos tudo que ela pode sentir era um gosto de bebida e ferro gelado tocando em seus lábios, suas mãos estavam emaranhadas em longos fios de cabelos bagunçados. Pelo que a garota podia se lembrar Stephen não tinha cabelos longos, tinha? E aquele gosto de ferro misturado a bebida que ela sentia vinha da onde?

-Desde a primeira vez que eu te vi nesse vestido sabia que ia dar merda. Eu só não sabia que ia acontecer tão rápido assim, e que a culpa seria mais sua do que minha

Então era ele. Ela havia o beijado, não que Kat já não tivesse imaginado beijar Harry antes mas não assim, não nessa situação.

-Eu pensei que você fosse o Stephen, me desculpa eu to bêbada e também sei o quanto você gosta da Íris -A garota se desculpava loucamente. Era como se aquilo nunca deveria ter acontecido e realmente não deveria.

-Pra me confundir com o Stephen você só pode estar bem bêbada mesmo

-Dois minutos atrás você quase fala que queria me beijar tanto quanto eu, agora você fica ai sendo um idiota? Realmente seria melhor se você fosse o Stephen

-Quando você tava me beijando não parecia que queria que fosse ele que tivesse no meu lugar

-Sim, até porque eu achei que você fosse ele

-Claro, nós somos idênticos. Que desculpinha mais meia boca ein Kat?

-Eu sei do que to falando, vai atrás da Íris e me deixa

O fato de ter beijado Harry e de ter que dar de cara com Íris quando voltasse pra casa deixava Katherin incomodada. Quase como um jogo de xadrez onde você precisa pensar muito antes de tomar cada atitude ali porque suas ações dependem inteiramente dos seus pensamentos. E se uma ação de Kat naquele momento fosse dada antes de um pensamento muito bem articulado, touché, ela definitivamente sofreria um cheque mate.

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