Finalmente em casa

35 4 1
                                    

Corri sem olhar pra trás, chegando em casa subo direto pro meu quarto, jogo minha mochila em um canto no chão, deito na cama e começo a chorar sem parar. Os cortes recem feitos no meu braço ardiam e eu ainda estava com aquel sentimento horrível, será que aquele garoto novo vai ser mais um a me importunar? Eu não aguentaria.
Após chorar muito me recomponho e desço para fazer o jantar, olho ao redor não vejo meu pai suponho que ele esteja no quarto como todos os dias então vou a cozinha e começo a preparar a comida
Depois de terminar tudo vou até o quarto do meu pai para chamá-lo pro jantar bato na porta e ninguém responde, ouço barulhos estranhos e entro sem me anunciar quando abro a porta vejo oque eu gostaria de nunca ter visto... Meu pai com uma corda em volta do pescoço pindurado em uma madeira no teto... Não acredito! Ele se enforcou. Corro pra ver se ele ainda esta vivo desço ele la de cima e coloco-o no chão, checo seus batimentos cardíacos... Nada. Checo sua respiração... Nada, eu sem reação procuro meu celular e ligo pra emergência que apareceu poucos minutos depois, eu ainda não acreditava eu queria acordar desse pesadelo, os paramédicos colocam meu pai em uma maca e olham uma para o outro e depois pra mim fazendo um sinal negativo com a cabeça, eu entendo o recado e começo a chorar novamente sem parar e derrepente tudo ficou preto.
Acordo no meu quarto, achando que tudo aquilo foi um pesadelo corro pro quarto do meu pai, chego na porta e vejo que nada daquilo havia sido um pesadelo, os policiais e os paramédicos haviam retirado o corpo do meu pai e limpado a bagunça, eu entro no quarto e olho a minha volta sento na antiga cadeira que meu pai tinha, e algo me chama atenção em cima da mesa, quando chego perto vejo que é um envelope, com medo abro e vejo oque há nela:
Dentro havia alguns documentos e uma carta, com cuidado abro e leio e nela estava escrito assim:
"Minha filha, me perdoe. Eu falhei com você, com sua mãe e também falhei como homem. Eu não queria te deixar sozinha, mas não suporto mais conviver com essa culpa, a bebida ja não ajuda mais, então tomei essa decisão.
Mas como eu falhei com você em vida, não quero falhar ainda mais após a morte, esses documentos que estão junto a carta são documentos da sua emancipação* e também outros documentos passando o dinheiro da herança de minha tia pra você, eu não quero que você passe dificuldades e nem que vá pra um orfanato, Me desculpe do fundo do coração. Eu Te Amo minha filha querida e tenho muito orgulho de você, só me prometa uma coisa, que não ira parar de estudar, pois sonho um futuro melhor pra você. E com muita dor no coração te digo.... Adeus."
Eu com uma dor horrível no coração guardo novamente a carta no envelope e vou pro meu quarto novamente vejo a hora e são quase quarto horas da manhã, penso em como sera minha vida daqui pra frente...

*Emancipação: Adquirir capacidade civil antes da idade legal

Além da dorOnde histórias criam vida. Descubra agora