As Margaridas estão vermelhas.

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Ângelo foi ao encontro de Abigail

- Acabe logo com isso mulher

- Pra que pressa?

- Não aguento mais

- Certo...

- Ângelo entrega a ela uma faca e Abigail dirigiu-se ao quarto de Pedro

- Belas margaridas, não é mesmo? - Ela acena com a cabeça para que ele o acompanhe

- Achei que estivesse dormindo - Ele guarda a carta e segue-a

- Como poderia?

- O que quer dizer? O que houve?

- Estava observando as margaridas mais cedo, ela carregam uma grande história. Carregam a vida de Catarina.

- O que diz?

- Voce não se lembra mesmo do que aconteceu com Catarina?

- Não, eu estava bebado, foi a um ano atrás, só lembranças...

- Pois bem, já esta na hora de você saber que seu amor morreu. O homem que jurou amor eterno a ela, o mesmo que se fez de bom moço, aquele que deu a ela tudo o que ela nunca teve decidiu tomar tudo de volta, inclusive a vida.

Aos que não sabem vou dizer, a bebida é companheira dos homens solitários e inimiga dos acompanhados, ela destrói tudo a sua volta e apaga sua memória, não deixando nem mesmo a culpa.

Era novembro, Pedro e Catarina conversavam sobre as flores do jardim e dos planos para o futuro até que Ângelo levou a eles garrafas de vinho, eram jovens não costumavam beber, muito menos em altas doses, mas depois se deixaram levar pela eufória. Álcool e paixão, a combinação perfeita para uma tragédia.

Os dois juravam amor eterno e tinham cada vez mais desejos um pelo outro. Catarina sentiu-se desconfortável e decidiu fugir, mas Pedro a impediu segurando-a pela mão. Gritos podiam ser ouvidos por toda parte, as lágrimas molhavam o rosto dela, quando Ângelo, acordado pelo barulho, atravessou a porta e avistou os dois. Ângelo agarrou Catarina e levou-a para o quarto dele, mas Pedro os seguiu arrancou Catarina dos braços de Ângelo e logo depois apenas um impacto foi ouvido.

Catarina havia sido jogada da varanda.

- Morta? Catarina, morta?

- Não se faça de desentendido!

- Eu não creio!

- Já chega - Grita, tira uma faca da cintura e o golpeia, o homem cai da varanda, assim como Catarina havia caído a um ano atrás. Abigail havia limpado o sangue da prima com o do homem agora morto.

Abigail desce as escadas com sorriso no rosto e um pouco de sangue nas mãos

- Serviço feito

- Não aguentaria me sujar com aquele sangue. Até que eu gostava de Pedro

- Mas gosta mais dos bens dele, não é? - Ela o encara - Vamos, temos que tira-lo dali - Eles caminham até o corpo de Pedro

- Angelo fecha os olhos e sente um arrepiu ao ver Pedro sem vida - Isso me dói

- Não seja frouxo, não podemos voltar atrás - ela tira a faca do peito de Pedro e entrega a Ângelo

- É eu que o diga, não da mesmo pra voltar a trás... Quem carrega a culpa de dois assassinatos pode carregar de três.

- Você é tão engraçado, e bom de contas! - Abigail da um sorriso nervoso

- Ótimo! Ele a acerta no pescoço e a ouve sufocar.

Diferente do que todos pensam, Angelo foi mais culpado pelo assinato de Catarina do que Pedro, diderente do que Abigail imaginara, foi Ângelo quem a jogou da varanda. Foi ele quem matou a todos, e o motivo?! Apenas prazer.

Ele arrancou a faca do pescoço de Abigail, não se preocupou em esconder os corpos, colheu as margaridas manchadas de sangue.

- As margaridas estão por toda parte nada puras, não mais brancas, hoje foi dia de colheita, as margaridas estão vermelhas.

O jardim das margaridasOnde histórias criam vida. Descubra agora