Adeus?

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Ana narrando:

Doutor: Eu não irei prometer... Mas tenha fé.. Ela vai ficar bem. -Disse saindo.

Micael: Vem cá, dama, vai ficar bem.. -Chorei.-Vou levar as crianças lá, e já volto. -Beijou minha tesa. E assenti.

Chorando, me sentei em um dos bancos que tinham lá. Com muita preocupação, nervosismo e tudo mais.
..

Micael havia chegado, sentou ao meu lado e passou os seus braços em volta do meu pescoço.

-Ela nunca foi uma mãe presente, nunca se importou comigo ou com a Sophia, mas meu, ela é minha mãe, não quero ver ela assim, mesmo que ela não me deu atenção, minha adolescência toda eu passei sem ela ao meu lado. Passei minha adolescência toda ouvindo conselhos da Jaqueline.. Ela é minha amiga desde quando eu era pequena. Diferente da minha mãe, a da Jack sempre estava ali, apoiando ela em cima de qualquer circunstância.. Mesmo asim eu amo minha mãe Micael, não vou aguentar ficar sem ela.

Micael: Perdi meus pais em um acidente, o morro me criou e eu criei meu irmão.. Meus pais eram tipo, nem ligavam sabe? Mas uma época aí eles passaram a ficar mais comigo e com meu irmão. Logo depois eles se foram.. Na vida, temos que aceitar, independente do que for, se manter firme e forte, independente do que for.. Aceitar, porque a única coisa que temos certeza é a morte.. E eu aprendi isso, e mesmo não aceitando, tenho que lidar.

-É, mas com seu irmão você chorou Micael.. Mesmo você aceitando, você não conseguiria acordar e não ver seu irmão, o sorriso dele, você não iria aguentar! A mesma coisa comigo, não irei aguentar, acordar e não ver minha mãe.

Micael: Eu chorei, porque, eu amo ele, ele é meu irmão, meu sangue, e mesmo sabendo que a morte faz parte da vida, nunca estamos preparados para perder alguém.

-Então... Eu a amo, amo minha mãe... -Micael suspirou fundo.

Logo depois, as crianças voltaram cheias de fome. Ele foi levar as crianças para comer algo. 30 minutos mais ou menos, ele chegou, com um salgado com refrigerante nas mãos.

Micael: Come!

-Sem fome amor.

Micael: Come, por favor. -Revirei os olhos e comi um pouco.
....

Eram 15:47 hrs da tarde, o doutor veio até a mim.

Doutor: Ela não acordou ainda, está respirando fraco de mais, muito lento..

-Não tem como fazer a cirurgia?

Doutor: Não, ela não irá suportar, ela está fraca de mais..

-Posso ver ela?

Doutor: Claro, vem comigo!

-Eu vou lá, leva as crianças na casa da Jack? Ela fica com eles. -Falei dando um abraço em Micael, que me beijou..

Micael: Te amo.. Vai com calma..

-Te amo. -ele me deu um beijo em minha testa, segurando minha mão, logo depois as mãos se deixam.

Micael narrando:

Levei as crianças em frente ao prédio de Ana, sabia que Jack estaria lá.

-A roupa do Patrick, está na casa da Ana.. Valeu! -disse olhando a Jaqueline, que estava no portão branco.

Jaqueline: Ok, de nada! Mas a Vanessa está melhor?

-Ela está desacordada.

Jaqueline: Diz para a Ana, que mandei lembranças.

-falarei.- dei um beijo na testa de Patrick e da Sophia, e sai em direção ao carro.
..
Cheguei no estacionamento, deixei o carro lá, fui correndo a entrada do hospital, entrei de sala em sala, até achar a Ana, mas era muito difícil, era muitas salas ate que achei o doutor..

-A ana está aonde?

Doutor: Sala 94, segundo corredor lá de cima.

-salve.

Nossa, nunca acharia essa sala, procurando como eu estava. Logo avistei a sala, bati na porta.
Ouvi um "Entra" e entrei..

Ana estava ali, sentada em um sofá, segurando a mão da sua mãe, que agora respirava em ajuda ao aparelho.

-Ana...

Ana: Vão desligar os aparelhos.. Não tem mais jeito. -disse com os olhos inchados de tanto chorar.

-eles não irão desligar, ela não se foi, calma. -Disse me sentando ao lado dela.

Ana: Ela não irá sentir dor, se tirar os aparelhos, ela não respira mais..

-Mas ela respira com os aparelhos.. Não Ana!

Ana: Micael olha aqui para mim.. -ele olhou nos meus olhos.- Se tivesse como, eu salvaria minha mãe, eu amo ela, nem nos aparelhos ela consegue mas, ela já está inchada!

Me levantei, olhei a mãe dela, que estava muito inchada, o rosto dela, estavam roxos, as mão muito enormes, os pés nem se falam... Estava realmente muito mal..

Ana: Ela trabalhava muito, chegava em casa e dormia só 3 hrs.. Levantava e ia ao trabalho, as vezes, levantava e dormia sem ver ela.. -chorou..- Ela sempre falou que quando ela morrer, irá descansar mais..

-Ana.. Você quer isso mesmo?

Ana: Eu não quero.. Mas é oque teremos que fazer. Não tem solução.

-Eles desligaram que horas?

Ana: 19:00 hrs.. -disse voltando a segurar a mão da mãe dela novamente.

-Posso falar com ela?

Ana: Ela não está te ouvindo..

-mas ela vai me ouvir.. -ela abriu espaço, e eu comecei falando.- Olha sogra, te conheci mas a senhora já vai, como pode né? Mas pode deixar, aquela promessa, vou cumprir ela. Não irei te decepcionar.. Acredita! Também, irei cuidar da Sophia, muito bem, não irei deixar ninguém chegue até ela.. Eu prometo. -Ana chorava muito.

Me sentei ao sofá, e Ana foi ao lado da mãe dela, se deitou ao lado da mãe dela e começou falar:

Ana: Mãe, eu me lembro, a cada estante ao seu lado, mãe por favor, me perdoa por todas as vezes em que eu te desrespeitei.. Mãe me desculpa por estar te atrapalhando a respirar, mas não tem como mais.. A senhora não desperta.. Por favor mãe, nos últimos minutos.. Se move.. Por favor. -se sentou ao lado da mãe dela que a mesma não se mexeu.. Segurou a mão dela. -Eu te amo mãe. Me descul...-sintiu a mão dela mexer..-Amor, ela mexeu... Amor!!

-Amm? Calma aí, vou chamar o tiozão lá. -disse desesperado e sai correndo.
Ana narrando:
Logo Micael chega com o Doutor ao lado.

-Eai? Hum?-disse olhando o doutor que a examinava

Doutor: Calma, ela está respirando, mas ainda está desacordada. Mas ainda iremos deixar os aparelhos, talvez ela acorde!

-Obrigada doutor.. Obrigada! -Ele saiu e Micael beijou a minha testa.

Ela e o traficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora