Ela e o traficante

MEUS FILHOS!

Ana narrando:

Gêmeos? Meu coração bateu forte, acho que queria sair pela boca.

-Oi? Filhos?

Doutor: Isso mesmo. São gêmeos.. Um casal.-Micael olhou para mim sorrindo com os olhos cheios de lágrimas.

Micael: gêmeos amor.. -disse vindo me abraçar.

-gêmeos..-disse sussurrando.

Ele me abraçou forte, lágrimas caiam no meu rosto.. Ele me soltou e me encarou olhos nos olhos, aqueles olhos pretos mas lindos. Me beijou, beijo calmo com muito amor.

-Positividade. Você queria um menino e eu uma menina.. Viu?!

Micael: Eu te amo tanto, obrigado por isso tudo.

Logo olhamos para o doutor, que nos olhava sorrindo..

Doutor: aqui estão os exames.. Sexo dos bebes e tudo mais.. Tudo certinho ok?

-Obrigada doutor!

Micael: Vamos amor? -entrelaçou os nossos dedos.-Obrigada tio.

Saímos daquele sala, passando pelo corredor, e logo demos de cara com a saída.

Assistente: Tchau Micael, volte sempre.-piscou.

Micael: Tchau.. -devolveu com um sorriso.

Apertei a mão dele, deixando as marcas das minhas unhas.

Micael: Ai.. Amor.-disse meio gritando o "ai". Olhei para ele.-Minha ciumenta.-veio me beijando.

-Vamos logo senhor Micael...

Micael: Mica.-disse me corrigindo. Revirei os olhos.

Chegamos no carro e entrei colocando o cinto e me ajeitando.

Ele entrou e tirou aquela blusa, aquela barriga, meu Jesus amado, olho para ele que estava sorrindo.

Micael: Limpa a baba ai. -disse rindo, que sorriso, hoje que eu reparei no sorriso dele, era lindo, aquela barriga também, aah Mica era todo lindo.

-Convencido.. -olhei para o lado de fora do carro.

Micael: Convencido? A é né?

-Vamos logo, estou com fome.

Micael: Vamos no shopping?

-Vamos..-ele foi em direção ao shopping.
..
Já pedimos a nossa comida em um restaurante aqui, Micael fez eu comer uns legumes, salada e beber suco natural!

Eu doidinha para comer um x-tudo com uma coca-cola. Minha boca só de pensar se enche de água. Ele ainda pediu o lanche que eu queria, cara de pau.

-Não vale.

Micael: Oque?

-Você, eu doidinha para comer um x-tudo e você pediu, covardia em!!

Micael: Você está com dois bebês, eles precisam se alimentar bem.

-aaaah!

Logo os nossos pedidos chegaram..

-ai amor, legumes...

Micael: Ai amor nada, pode comer..

-Mica... Por favor.-disse sussurrando.

Micael: Não.

Comecei a comer, porque estava com muita fome, bebi aquele suco de laranja.
..
Acabei de comer, e ele foi pagar..

Micael: Vamos? -estendeu a mão, fazendo eu me levantar.

-ainda estou com raiva, não se esqueça. -disse entrelaçando nossos dedos.

Micael: Ah, para!! -disse me dando vários selinhos.

-Para nada, aqueles legumes horríveis!

Micael: Vamos..

Saímos indo em direção ao estacionamento, pegando o carro..

Entrei e me ajeitando.. Coloquei o cinto e ele também.

-Amor, quando os nossos bebês nascer, você vai sair do tráfico, né?-Ele me olhou e parou o carro no sinal.

Micael: Amor, essa vida não tem saída..

-como assim "não tem saída"?

Micael: Escolhemos essa vida, ninguém nos obrigou amor, quem entra, escolhe.

-Mas se você quiser sair pelos seus filhos, pela sua mulher?! Eai?

Micael: Você quer oque Ana? Que eu tenha uma vida normal na pista com várias passagens pela polícia?

-Não, ou sei lá.. Não quero meus filhos lá, crescendo no tráfico.. Só não quero isso.-me virei olhando para fora do carro.
..
Chegamos no morro, fomos subindo. Graças a Deus de carro.

Ele foi subindo, como sempre buzinando para todos, falando com todos.

Olhava as pichações nos muros. Algumas mães chorando, armas na mão de um menino pequeno, essa frase "escola ou crime, escola dá futuro, crime dá caixão."

Na rua pessoas bebendo e conversando, crianças correndo felizes.. Talvez não era tão ruim assim. Mas vai que os meus filhos tomassem caminhos diferentes.

Enfim chegamos, fiquei no portão esperando ele estacionar o carro, logo ele estacionou e entrei.

Cheguei na sala e deitei no sofá, e ele subiu. Fiquei lá assistindo TV e peguei no sono.
..
Micael: Amor, acorda vem deitar aqui em cima. -me levantei com um pouco de dificuldade, fui no banheiro tomei um banho e fui dormir.. Micael já estava dormindo.