O anjo da guarda

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Numa fria manhã de Inverno,

Um velho professor de filosofia

Caminha assustado pela minha rua,

Como se tivesse pressa para chegar

Ao fim do cruzamento desta poesia.

Caminha com passos compadecidos,

Lentos mas ansiosos por encontrar

O velho anjo da guarda perdido

Por entre os anos que escaparam

E que jamais conseguiram parar.

A enorme rua ruidosa foge aflita

Ao ver as nuvens descerem do céu

E poisarem nas longas barbas frias

Da sombra vagarosa do seu professor

Coberto com um branco e frágil véu.

Ninguém vê um rapaz moribundo

Atravessado no meio do passeio,

Mas alguém pega nele e embala-o

Até enfim ouvir o último suspiro

Do anjo da guarda que afinal veio.

Vozes SilenciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora