Assalto

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Acordo com a droga do celular despertando 08:00, odeio ter que acordar cedo. A parte boa, é que hoje é domingo, e eu vou poder sair pra fumar com um pessoal da outra rua. Eles não são o que se pode chamar de amigos, mas eu ando com eles por questão de ambição, eu dou a eles minha companhia, e eles me dão cigarros e bebidas alcoólicas. A uns 2 anos, conheci a Lucy , ela é bem bonita, tem um corpo bacana, e troca umas idéias legais. O único problema disso, é que ela é envolvida com uns caras da pesada. E tenho certeza que ela trafica armas e drogas pra outras cidades vizinhas.

Viro na cama de um lado pro outro, querendo que o mundo acabe hoje. Mas infelizmente, não tá acontecendo nada. Decido me levantar, é então que que vejo pela janela que a duas casas da minha, estão chegando novos vizinhos. Eu até gosto, porque nessa casa morava um idiota que achava que podia mandar aqui na cidade. Até que os amigos da Lucy deram um fim nele, e a casa foi a leilão.
Tento olhar pra saber quem são os novos vizinhos, e só vejo uma mulher descarregando caixas para dentro da garagem. E uma pirralha, que deve ter em torno de 8 anos.
Fecho a janela e vou em direção ao banheiro. Assim que entro, me deparo com o espelho. Me olho por alguns segundos, prendo o cabelo e entro no box pra tomar um banho.

08:56, desço do quarto depois de ter feito minhas higienes.

Pai? - falo meio bocejando.

Concluo que ele não está, deve tá na garagem ou no porão limpando as coisas que ainda restam da minha mãe.

Vou até a cozinha e preparo um café da manhã. Me sento, e tomo meu café da manhã sozinha. Deixo as coisas na pia e vou em direção a garagem. Vejo que meu pai está limpando uns quadros antigos da minha mãe. Aceno pra ele com a cabeça. Pego a chave do carro dele e vou em direção ao carro.

Vou encontrar a Lucy pra gente da uma volta, volto as 15:00 - Digo entrando no carro e ligando o mesmo.

Não arrume problemas Lauren, e esteja aqui antes do jantar. - Diz meu pai passando um pano no quadro

Passo pela frente da casa dos novos vizinho e vejo de costas uma garota entrar na casa. Tento ver o rosto dela, mas não consigo. Dobro a esquina e vou direto pro reservatório.

Desço do carro. Jogo um esqueiro em direção ao Maik amigo da Lucy.

Toma aí - digo andando em direção a eles.

Valeu - Diz o garoto ascendendo o cigarro.
Chegou cedo gatinha - Diz Lucy contando alguns dólar.

É, como sempre, nada pra fazer naquela droga de casa. Tô afim de sair da cidade, curtir umas festas, conhecer gente nova. Amanhã começa as aulas, e eu vou ter que voltar a rotina chata que não suporto mais. - Digo pegando o cigarro de Maik e dando um trago.

Lucy solta uma gargalhada e balança a cabeça negando algo que só ela pensa e não fala.

Último ano do colegial né? Já repetiu 2 anos Jauregui. Desiste disso. Tem coisa melhor nesse mundo, tem outras formas de se ganhar a vida. - Lucy fala e da um gole numa bebida que supostamente é vodka disfarçada em uma garrafa de água.

Eu não posso, esqueceu que meu pai é amigo do idiota do diretor da escola? Todo ano ele faz questão de me matricular e diz que dessa vez eu vou passar - Digo soltando algumas cinzas da ponta do cigarro.

Ok Jauregui, mas não esqueci, você pode ter grana, sucesso e muito poder, basta me procurar e dizer que topa - Lucy diz isso desviando o olhar pro carro do meu pai.

Hmmm, você tá motorizada. Que tal a gente sair pra roubar? - diz Lucy levantando a blusa e mostrando a arma.

Eu topo! - Diz Maik.

Lucy, esse carro não é meu, meu pai... - Paro e penso por alguns segundos.
Eu topo - Digo em seguida.

Ótimo, vamos se divertir Jauregui, vamos conseguir grana... - Dessa vez Lucy solta uma gargalhada e anda em direção ao carro.

Planejamos assaltar na saída de um supermercado. Combinamos que Maik ia dirigir, Lucy e eu íamos abordar as pessoas e fugir de volta pro reservatório.
Maik estaciona o carro na saída menos movimentada do supermercado. Ele não para de fumar um segundo. Lucy limpa a arma como se tivesse tirando as suas digitais. Olho pros lados pra ver o movimento e me deparo com um carro vermelho saindo do supermercado. É então que decidimos agir.

Lucy corre e se joga em frente ao carro.
Gritando e apontando a arma em direção ao motorista ela faz com que ele pare e não tenha reação alguma.

PARA, É UM ASSALTO, VAI DESCE DO CARRO MANÉ. É UM ASSALTO, DESCE VAMOS DESCE.

Eu fico sem saber o que fazer, corro e abro a porta do carro pro cara sair. Mas ele não reage e Lucy continua à gritar. É então que vejo que ele está puxando uma arma. Penso em correr mas minhas pernas travam e tudo que consigo fazer é gritar pra Lucy avisando que ele tá armado.

PORRA, ELE TÁ ARMADO, FUDEU - Digo correndo de volta ao carro. Lucy dispara dois tiros em direção ao carro e corre pro carro.

VAI MAIK, VAI CARALHO - Digo entrando no carro e olhando Lucy entrar em seguida.

PORRA NÃO QUER PEGAR, NÃO LIGA. VAMOS VAZAR - Diz Maik batendo no volante e saindo do carro deixando pra trás eu e Lucy.

Abro a porta e corro em direção a entrada do supermercado. Vejo Lucy sumir dobrando a esquina do supermercado. Olho de repente e vejo o cara apontar a arma pra mim. Subo o muro e me jogo de qualquer jeito caindo e batendo a cabeça. Vejo tudo girar. Sinto meu coração disparar e tudo escurecer, fecho os olhos sem conseguir evitar e então desacordo.

Estava EscritoOnde histórias criam vida. Descubra agora