- o que?tem certeza disso?
- Infelizmente sim ,Srtª. Miller -disse, pacientemente, pela segunda vez a funcionária da bilheteria da estação de trem de Almirante .-parece que houve um equívoco ,a sua passagem para North e só para daqui a dois dias - acrescentou no seu tom mais gentil
-quê? Como assim só daqui a dois dias?a senhora esta querendo me dizer que eu peguei um voo de 20 horas para esperar mais dois dias para embarcar em uma Maria fumaça qualquer? -desabafou a jovem ,sobressaltando a atendente de olhos achocolatados -desculpe- Acrescentou imediatamente.
A atendente forçou o seu melhor sorriso ,arrumou de modo nervoso o fio de cabelo negro que se desprendia do rabo de cavalo mal feito .
E esclareceu após um pigarro .
-sinto muito Srtª Miller. ..realmente, porém os embarques para North são liberados apenas em dias de volta às aulas do colégio Montgomery...e bem, esse dia será apenas daqui a dois dias,as leis nortenses com relação ao tráfego de pessoas para a cidade são muito rígidas .
Mais um item para a lista de esquisitices desse colégio. Pensou Melíssa.
- pensei que North fosse uma cidade pequena.
- É uma província, na verdade. -corrigiu simpaticamente a mulher - também fiquei confusa quando cheguei aqui. E pelo jeito você é novata por aqui .-sorriu calorosamente.
-ah sim. Província .Bem ,o que eu faço então? Meu plano era chegar em Montgomery no mais tardar amanhã de madrugada.
- Se me permite uma sugestão - disse entregando um cartão para Miller caçula.
- Pocilga hotel? ! -leu piscando freneticamente.
- Não se deixe enganar pelo nome Srtª. Miller. Aqui nada é o que parece-sorriu de forma doce.-vou imprimir o seu bilhete correto.
Após pegar o seu novo cartão de embarque, Melíssa empurrou com esforço o carrinho com suas bagagens em direção á saída da estação.
O local pitoresco mesmo sendo moderno tinha um quê de antigo.
O frenético o fluxo de pessoas chegando e saindo da estação se fazia inesperado para uma cidade interiorana, de poucas riquezas -visíveis -
Uma grande torre rústica de madeira se fincava no centro do galpão. No seu ápice, um relógio de ponteiros mostrava que já se passava do meio dia.
Lustres grandes, elegantes e pomposos iluminavam o teto com vitrais super coloridos. Somente as cores davam um ar mais alegre aos Desenhos. Exuberantes e bem delineados apresentavam, no geral, jovens de vestes pretas e espadas duelando com monstros, que em suma maioria Melissa não soube nomear.
Uma figura que era metade felina metade touro devorava pessoas próximas a um tipo de carruagem. Uma aldeia em meio á chamas era atacada por uma espécie de cavalo alado cuspindo fogo. Uma forma esquelética com pele cinza, dentes e unhas afiadas era presença constante na maioria das cenas retratadas.
Imagens impactantes para quem acaba de chegar de uma longa viagem. Pensou Melíssa, acrescentando mais um item á lista de bizarrices.
Lamparinas adornavam os postes fora da estação . As ruas de paralelepípedos eram um obstáculo inegável para quem tentava empurrar um carrinho trasbordando carga.
Duas ruas.
Foi o que a atenciosa mulher da bilheteria disse que a Miller teria que andar para encontrar a tal POCILGA. Mas pareciam seis.
O frio de outono parecia mais rigoroso por ali. Quase invernal.O suéter não esquentava suficientemente. Suas mãos e pescoços desprotegidos do vento provocavam arrepios. As bochechas já levemente coradas queimavam com a brisa gélida. Os sneakers de salto alto por vez, nada ajudavam na saga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A prisão Montgomery
Teen Fiction"Assim que nascemos choramos ,por nos ver nesse imenso palco de loucos " -William Shakespeare - ######### -Se me permite uma sugestão... – disse entregando um cartão para a Miller caçula. - Pocilga hotel? ! –leu piscando freneticamente. - Não se dei...