Ice Princess || Harry Potter

The Beginning

"Relâmpagos estalam através dos céus

Aquelas nuvens tempestuosas se acumulam nos olhos dela..."

Blown Away - Carrie Underwood

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Uma bela mulher estava deitada em uma enorme cama de casal. Seus cabelos negros estavam se tornando brancos, e sua pele, antes clara e reluzente, agora estava pálida e fria. Ao adentrar o vasto quarto, era perceptível que ela estava definhando.

A mulher se encontrava em seu leito de morte.

A bela mulher havia se trancado em seu quarto desde que descobriu que tinha apenas dias, em vez de anos, de vida. Nenhum de seus familiares se opôs contra tal ato da mulher, afinal, estavam tão surpresos quanto ela com a recente notícia.

Ela encarou o teto branco do seu quarto, sorrindo friamente. A mulher fazia questão de deixar gravado em sua mente o motivo de falecer jogada em uma cama aos seus meros vinte anos. Tudo isso era resultado de uma única pessoa: sua doce irmã mais nova.

A porta foi aberta devagar, e passos leves foram ouvidos pela mulher, que sorriu docemente para a pequena figura que adentrava o fúnebre quarto.

Uma garotinha, aparentando ter cerca de três anos, apareceu à vista da mulher, que aumentou seu sorriso ao vê-la. A pequena garota logo tratou de se sentar na enorme cama que rangeu. Seus cabelos negros estavam presos em uma maria-chiquinha, e seus olhos cor de mel transmitiam preocupação pela mulher. Seu rosto parecia ter sido esculpido da mais pura porcelana da França. Em suas pequenas mãos, havia um urso de pelúcia em forma de uma bela fênix.

— Minha querida, você não deveria estar aqui, deveria estar dormindo — disse a mulher, fracamente, à pequena garota à sua frente.

— Estou com uma sensação ruim, tia — a garotinha respondeu, logo em seguida fez uma expressão confusa. — O que é isso, tia?

— Pegue o espelho, querida — a mulher pediu, sorrindo.

A pequena garota pulou da cama e correu até a penteadeira da tia, pegando um pequeno espelho em forma de coração. Logo voltou correndo para o lado da tia, entregando-lhe o espelho. Ela observou o olhar assustado da sua tia transformar-se em raiva, que tomou conta de seu rosto, assim como o branco tomou conta de sua pele.

Ouviram-se passos ritmados no corredor que levava ao quarto onde a mesma se encontrava. Ela pediu silenciosamente para a garota esconder-se e não fizesse nenhum barulho que a denunciasse. A criança obedeceu, correndo para se esconder ao lado da penteadeira, abraçando fortemente sua fênix.

A porta se abriu novamente, e dessa vez uma mulher loira adentrou, sem perceber a pequena garota encolhida em um canto do quarto.

— Acho que chegou a sua hora, irmã — a loira disse, sorrindo docemente para a mulher na cama.

— Existe um enorme preço a se pagar, minha irmã — a mulher respondeu, voltando a se deitar. — E é muito difícil descongelar um coração, especialmente o de uma doce criança.

A garota observou o corpo de sua tia tornar-se tão branco quanto à neve que caía do lado de fora da janela, e então ela fechou os olhos.

A loira observou sua irmã fechar os olhos sorrindo, mas um pequeno movimento chamou sua atenção para a penteadeira do quarto, onde reparou a pequena garota que chorava silenciosamente.

— Lilith? — a loira a chamou, assustada.

A pequena levantou o rosto, revelando a visão de lágrimas correndo por seus belíssimos olhos cor de mel, onde deveria estar o famoso brilho infantil estava nublado, como pequenos pedaços de gelo que logo tomariam o marrom.

Ela havia amaldiçoado a própria filha em busca de uma vingança estúpida contra sua irmã, que nada lhe fizera. Seu único crime fora apenas a doçura que fazia todos ao seu redor adorá-la, desviando a devida atenção dela, a irmã mais nova. Ela sabia que deveria cavar duas covas, e agora uma delas pertencia a sua filha, que por sua causa havia a doçura sido tirada.