CAPÍTULO #5

2 0 0
                                    

Chegamos na cafeteria, e Patrick estacionou o carro. Nós três descemos do carro e entramos na Starbucks. Pedimos nossos cafés e fomos tomando, eu precisava de um plano para sair e entregar a carta. Então eu tive um.

- Olive, quando mesmo que você vai pra Dinamarca ver sua irmã? - perguntei a ela. Esse era o plano perfeito, ela adora falar sobre a irmã que está na Dinamarca, e sobre como ela adora o lugar.

Deixei os dois conversando (ou a Olive falando e Patrick apenas ouvindo, mas enfim), e pedi licença pra ir ao banheiro, e saí pelos fundos da loja. Depois de uns dois minutos procurando, eu encontro a cabine que precisava achar, que está ocupada. eu espero por mais uns três minutos, até que um homem alto e barbudo sai da cabine. Ele me encara por alguns segundos, e então vai embora. Eu entro e procuro a carta na minha bolsa, mas só o que acho é uma carta diferente daquela, eu tenho certeza, não tem um carimbo vermelho com um símbolo estranho no canto esquerdo do envelope. Eu tenho boa memória, e mesmo que não tivesse, eu fiquei encarando ela por umas duas horas, não teria como não decorar cada detalhe. Eu saio com a carta falsa na minha mão e volto pra cafeteria. Quando entro lá fico quieta encarando Olive por uns instantes, até que ela quebra o silêncio.

- O que foi? Ta com dor de barriga? - Ela diz, rindo logo em seguida.

- A minha carta - Digo estendendo a carta falsa - a carta que o Mark me pediu pra entregar. Você trocou. Ou isso, ou você fez outra coisa. Olive eu preciso dela de volta, não posso fazer a pesquisa sem ela!!!!!!!!!!

- Calma pudinzinho, você anda tensa demais, eu vou guardar ela comigo até a última semana, daí eu deixo você entregar. Relaxa, a gente ta em Londres!!

- A gente ta em Londres, por essa carta, o Mark não ta nem aí pra nossa pesquisa! Olive, deixa eu entregar, não vou relaxar, até que isso já esteja resolvido. Você me conhece, sabe que eu sou assim. Dá a carta, vai!!!!

- Agora você me magoou. VOCÊ tá aqui pela carta. eu to aqui pela competência - ela disse se levantando da cadeira e balançando o dedinho. - Não me inclua nos seus problemas!!

- Que amiga você!! - eu digo saindo e voltando pra cabine.

- Meg!!!! Espera! Aonde você vai? Precisamos começar a pesquisa! O Cuttel quer o relatório pra semana que vem, e precisamos ter pelo ou menos uma descoberta!!

- Não interessa aonde eu vou, e além disso, como você mesma disse, pode fazer isso sozinha, você é competente o suficiente, não é??

Eu saio furiosa da cafeteria, e nem percebo que derrubei alguém.

- Ai, me desculpa!! Eu tava tão apressada que nem vi que você tava aí!! - Eu digo ajudando a pessoa a se levantar.
- Ta tudo bem moça - o garoto diz, quando posso finalmente ver seu rosto, que não me é estranho.

Ele tem lindos olhos verdes, muito brilhantes, e um cabelo castanho, e está usando uma calça jeans, e um casaco marrom, por cima da camiseta verde. Nos encaramos por alguns segundos, até que ele fala:

- Ei, eu conheço você!! É a garota da fila!! Melissa, não é? Algo assim...

- É Megan, na verdade... - eu respondi envergonhada - você é Richard, não é? - eu disse, mesmo tendo certeza que era.

- Puxa, você é boa de memória, hein?

- É, eu sou sim... - eu disse rindo.

- Você passou no seu teste? Ah, que pergunta a minha!! Se está aqui, é porque recebeu patrocínio do Mark!

- É, recebi sim... E você? Veio a pesquisa também?

- Claro! estou pesquisando novas espécies de "monstros" abissais. Eu sei que você pode dizer "mas, Rick, a Inglaterra não é um país que faz encontro com o mar"!
- Era exatamente o que eu ia dizer!!
- Então... Acontece, que a pesquisa é na Itália, mas eu estou hospedado em Londres. - ele se explica, quando me lembro para onde estava indo.
- Olha, a nossa conversa ta muito interessante, e foi ótimo rever você, mas eu estou realmente com pressa... Se quiser que eu te passe o meu número para a gente se falar depois...
- Claro! - ele disse sorrindo, e abrindo o casaco, de onde tirou uma caneta - eu só não tenho papel...
- Isso não tem problema - eu disse pegando a caneta de sua mão - eu posso escrever na sua mão!

Eu olhei para ele com um olhar de "posso?", e ele assentiu com a cabeça, então, eu anotei o meu telefone e me despedi dele.

Quando ele foi embora, eu andei até a lanchonete mais próxima, e entrei no banheiro, pegando meu celular.

A MALDIÇÃO DO ESPELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora