Eram 8 da manhã de um domingo, o despertador tocava insistentemente, ela passou uma das mãos pelo criado mudo, ainda de olhos fechados tateando às cegas e derrubado o despertador que tocava ainda mais alto a cada minuto. Pegou a varinha embaixo do travesseiro e a sacudiu levemente deixando tudo em absoluto silêncio novamente, porém que não demorou a ser quebrado. Escutou um pio alto vindo da sala, ela se levantou lentamente, com a cara enfezada, respirou fundo e saiu da cama, mirou-se no espelho, os cabelos completamente desalinhados, o rosto amassado.
— Nunca mais eu tomo uma gota de wiksy de fogo — Murmurou quase inaudível.
Caminhou até a sala, uma grande coruja marrom estava na varanda de seu apartamento impaciente.
— Calma, calma. Eu já estou indo ok — Ela disse abrindo a porta de vidro e pegando o pequeno pergaminho que tinha amarrado na perna da coruja. Abriu. Era um bilhete curto, com uma caligrafia que ela não reconheceu de imediato, pareceu ter sido escrito de qualquer maneira.
" Hermione,
Que bom que voltou. Luna.. Bebes, por Merlin, estou feliz e nervoso.
St Mungos.
Neville."
Ela demorou ainda uns segundos para raciocinar e perceber o que estava acontecendo.
— Meu Merlin.. Luna.. — Saiu correndo para o banheiro, tomou um banho rápido, foi até o guarda roupa e pegou a primeira roupa que tinha na frente. Correu até a cozinha e despejou uma boa quantidade de ração na vasilha de bichento que veio ronronando feliz ao escutar a movimentação toda na cozinha.
Ela aparatou na porta do hospital e correu ainda enjoada devido à aparatação até a recepção.
— Onde é a maternidade? — Perguntou quase sem fôlego para a enfermeira, uma senhora baixinha e gorducha que tinha as maçãs do rosto infantilmente avermelhadas lhe causando um ar de simpatia e doçura.
— Aqui é a emergência para acidentes mágicos, o mapa do hospital está a sua direita, você pode ver lá. — A mulher respondeu mal humorada causando até um susto em Hermione que apenas arregalou os olhos surpresa com o mal humor daquela pequena mulher.
— O-obrigada — Foi só o que ela conseguiu responder e ainda pode ouvir a mulher resmungar para a enfermeira ao lado "esses jovens de hoje não sabem mais se virar, eu tenho cara de mapa por acaso?".
Hermione caminhou apressadamente até o mapa, e procurou a maternidade do St. Mungos, não demorou muito a achar, no 3• andar. Pegou por sorte logo o elevador, chegou a recepção da maternidade.
— Bom dia? Luna Longbton por gentileza .
— Quarto 207, no corredor à esquerda.— Respondeu a jovem enfermeira de cabelos negros e ondulados, com um grande sorriso no rosto.
— Enfim alguém bem humorado e educado — Pensou
Ela então caminhou pelo corredor indicado pela mulher da recepção. Viu um rapaz alto a quem deduziu ser Neville, encostado na patede conversando entretido com outro rapaz que estava de costas um pouco mais baixo que ele, ambos gesticulavam muito. À medida que se aproximava seu coração começava a palpitar ainda mais rapidamente, e a conhecida sensação de borboletas no estômago tomavam conta de si quando sua suspeita de quem era o rapaz que conversava com Neville ficava ainda mais óbvia. Quando teve absoluta certeza de quem se tratava parou no meio do corredor, estática, sua vontade era sair correndo ou entrar na primeira porta que visse aberta. Era ele, Harry Potter.
Por outro lado ela queria ir até ele, se entregar, beija-lo sentir seu cheiro amadeirado, seu hálito de hortelã a qual sentiu tanta falta todos esses meses fora.
Para seu azar (ou sorte), Neville percebeu sua presença e abriu um largo sorriso.
— Você veio, enfim — Ele disse animado. Ela pode sentir seu coração da um salto dolorido dentro do peito, quando Harry virou-se lentamente para saber com quem Neville falava, ele estava pálido, com olheiras profundas e seus olhos pareciam sem vida, parceria está doente, como se estivesse acabado de sofrer um ataque de dementadores, mas quando a viu, pareceu de imediato se tornar outra pessoa, pareciam que seus olhos tinham voltado a brilhar e emergia vida instantaneamente, ele abriu um sorriso tão largo quanto Neville, parecia não acreditar no que estava vendo.
Hermione por sua vez, mal conseguia respirar, seu coração doía a cada bombeada de sangue, ela poderia morrer agora com aquele sorriso e aqueles olhos direcionados a si, ele continuava incrivelmente lindo, mesmo pálido, recomeçou a caminhar lentamente de encontro com os rapazes mas continuou com sua postura, como se nada estivesse acontecendo além do parto de Luna.
— Neville, como ela está? Vim o mais rápido que pude — Ela disse prendendo o cabelo em coque frouxo, deixado alguns fios soltos.
— Ela está bem... — Neville começou a falar, mais ela não conseguia acompanhar o resto da frase, olhava de canto de olho para Harry, desejando cada centímetro dele, por outro lado estava irritada com a presença dele ali.
— V-você voltou Mione, eu mal posso acreditar — Ele finalmente disse com a voz trêmula. — Por que partiu às cegas sem dizer nada? — O rapaz perguntou com a voz um tanto amargurada.
— Harry, esse não é momento, concorda? — Ela disse incrédula
— Olha gente, por mim tudo bem, eu vou ver se Luna já pode receber visitas ok — Neville disse com um sorriso de canto de boca.
Harry então a puxou pelo pulso para um canto, parecia meio irritado.
— Agora me fale, você não tem como escapar de mim para sempre — Ele disse endireitando os óculos.
— Harry, eu fui a trabalho, eu precisava ir. E foi bom para mim. – Ela respondeu evitando lhe encarar.
Ele a observava como se não quisesse perder nenhum minuto de cada gesto que ela fazia. Ficaram calados por um tempo, ele não parecia convencido, ela olhava pela janela e sabia que ele a observava, então inesperadamente ele a puxou para seus braços lhe envolvendo em um abraço tão caloroso, urgente e terno, como se sua vida dependesse daquilo, ela sentiu o sangue subir e seu rosto esquentar, o cheiro maravilhoso dele invadia seu nariz lhe causando uma tontura, e fraqueza nas pernas, pode sentir os dedos gelados deles em suas costas. Sentiu sua intimidade umedecendo-se quando os seus quadris se encaixaram e percebeu uma elevação.
— Isso é sua varinha ou só está feliz em me ver Harry? — Ela perguntou impulsivamente lhe deixando corado e ficando corada com a própria ousadia, ela não tinha planejado o reencontro deles assim.
— Diria que muita felicidade em lhe rever. — Ele respondeu mordendo os lábios com uma das mãos em sua cintura lhe causando um arrepiou inevitável na nuca.
— Isso não é hora — Ela respondeu tirando a mão dele de si e olhando de canto de olho para a recepção que ficava no início do corredor.
— Eu quero você, vamos sair daqui — Ele disse encostando a testa na dela — Ela podia sentir a respiração quente dele e seu hálito fresco. Estavam a centímetros, quando escutou uma voz conhecida na recepção e lhe empurrou de vez com a toda a força que conseguiu juntar em poucos segundos.
— Ah, Mione. Aí está você. Por Merlin, que saudade. — Era Ginny que vinha em suas direções, falando rapidamente. Hermione pode deduzir que ela não chegou a ver nada e suspirou aliviada.
— Hã, oi Harry — Ela disse apenas acenando sem vontade com a mão livre.
— Oi — Harry disse seco — Não trouxe seu capacho? — Disse agora rindo, num tom suave.
— Não fale assim do Draco, você não tem o direito seu...
— Espera aí, você está com Draco? — Hermione disse interrompendo, sem acreditar naquilo. — Aquele verme não me disse, grande amigo — Reclamou rindo.
— Temos muita história para por em dia — A mulher de cabelos de fogo disse, lhe puxando pelo braço.
O resto do dia ocorreu tudo bem, elas conversaram muito, olharam os bebês de Luna e Neville, Lorcan e Lisandro. Pareciam anjos, rosados em os cabelos tão loiros que chegavam a ser quase brancos. Hermione foi escolhida junto com Harry para serem padrinhos de Lorcan, e Ginny e Rony, que mais tarde chegou com Lucy, foram escolhidos para serem de Lisandro, mudando os pares depois das separações. Fora o mal estar inicial de todos estarem reunidos em um único quarto, tudo foi esquecido com os bebês, todos estavam apaixonados por aqueles anjinhos. Em alguns momentos Hermione observava Harry e imaginava que ele seria um ótimo pai, por vezes flagrava ele a observando também. Não era só tesão nos olhos dele, tinha algo a mais, algo bom, mas que ela não conseguia identificar.*********************************
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O perfeito e o proibido
FanfictionEu ainda me lembro quando o vi pela primeira vez, aqueles olhos verdes por trás das armações redondas, com uma fita no meio que prendiam um lado ao outro de seus óculos e aquela cicatriz em formato de raio, aonde mesmo ela tinha visto a menção daque...