Simples

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Alex, Alex... Você está demorando de mais. Ficará sem tempo. A maldição começou.
Lembre-se dos versos do cântico.

"A princesinha ruiva nasceu"
"Mas a maldição a tem de refém"
"Linda e poderosa crescerá"
"Mas na lua de número 5mil sofrerá"
"Em sua jornada ajuda terá"
"O senhor dos sonhos a ela vai ajudar"
"Simples é a resposta"
"Mas o desejo não a deixa enchergar...

Alex acordou assustada.
Demorou para perceber onde estava, mas logo reconheceu o lugar. Seu quarto na casa de Morfeu. Olhou para a direita e viu a ponta da cama, olhou para a esquerda - esperando ver o mesmo - e viu Morfeu.
Logo se encolheu, e com seu movimento Morfeu acordou.:

- Calma, não ouve nada entre nós ontem a noite - disse ele parecendo ler sua mente - não que eu não quisesse, mas não teve. Você fugiu de mim e se trancou no quarto. Eu fiquei preocupado e vim aqui. Você me pediu para dormir aqui e eu dormi.

Aos poucos, foi se lembrando da noite passada - e com isso teve uma bela dor de cabeça-, lembrou de chorar muito, de ser a droga da princesa perdida, de Morfeu dizendo que se preocupava e da guerra de travesseiros e cosquinhas.
Morfeu parecia imerso em lembranças, com as mesmas roupas do dia anterior, os cabelos desgrenhados, a boca incrivelmente vermelha no momento em contraste com a pele pálida, os olhos distantes e os contornos pretos de seus olhos com os cristais que a permitiam ver seus sentimentos. A cor era violeta e pelo sorriso em seu rosto, pode ver que ele lembrava da mesma coisa que ela:

- Pare de pensar na noite passada. - disse ela em um murmúrio - eu estava chata, depressiva e fico horrível quando fazem cosquinha em mim.
- Pois eu acho que você estava mal com um ótimo motivo, precisando rir e fica incrivelmente fofa quando está tentando se livrar das cosquinhas com travesseiros.

Era incrível a capacidade de Morfeu para deixá-la melhor, ou faze-la rir. Mas ela não podia se envolver, sabia disso.
Pensou em contar a ele sobre o sonho, mas estava com medo. Não queria acreditar no sonho, porém os fatos mostravam que era verdade. Morfeu - nas histórias - é o senhor dos sonhos e ela havia ouvido Morfeu dizer algo sobre "lua de 5mil".

- Morfeu... - e se interrompeu. Coragem lhe faltava.
- Eu..... - foi o que ele apenas disse.
- Você leu algo sobre maldição ontem?
- Não. Por que?
- Porque eu tive um sonho essa noite. E ele falava sobre uma maldição.
- Vista-se e me encontre na biblioteca. - ele ficou extremamente sério.

Ela apenas assentiu e o viu sair pela porta. Depois foi vestir algo e se deparou com mais vestidos grandes parecidos do século XIX...

*****

   Morfeu estava no corredor e recaptulava tudo.
Não entendia como Allexya soube em que estava pensando, como ela sempre sabe no que está pensando, como ela pode entendê-lo tão bem.
   Ele não sabia como, e não acreditava que poderia ser pelo poder de Alex. Ele não poderia estar se apaixonando por ela. Se estivesse realmente se apaixonando teria de parar.
     Ele estava trabalhando para a rainha, não podia sentir qualquer afeição por Alex, mas ele bem sabia que por causa desse afeto pela menina, ela atrasara tudo, os planos, a jornada, tudo para tê-la poraos tempo.
   Ele deveria parar de atrasa-la, deixar que ela achasse seu destino, mas não conseguia. Isso ia contra tudo que acreditava, tudo que sabia, tudo que sonhava, tudo que queria.
    Agora estava indo para o seu quarto sem a minima vontade. Se pudesse ficava trancado com Alex no quarto dela, mas não podia. Estava indo trocar de roupa e ficou de encontrá-la na biblioteca. Ela havia tido um sonho, e ele era sobre uma maldição.
    Morfeu sabia dessa maldição. Sabia de muita coisa, quase tudo, mas do detido da menina ele não sabia.
     O destino de Alex era algo que nem mesmo a rainha sabia. Alex era uma garota que nascera de forma totalmente louca. O que se sabia era que ela cresceria, e se tornaria muito poderosa, bonita, sonhadora, livre. Ela tinha um estinto de liberdade que se via de longe. Ninguém podia segurá-la. Mas ela era refém da maldição, e isso não era bom.
     Se alguém não achasse um jeito de quebrar essa maldição, não se sabe o que aconteceria, mas uma coisa era certa, caso a maldição não fosse quebrada, algo muito mal aconteceria.

*******

   Onde estaria Morfeu?
   Aquele garoto do qual a cada momento a fazia se sentir melhor.
    Muitas vezes Alex já se pegara pensando no garoto alado. Nos seus cabelos meio compridos de um azul intenso, nos seus olhos negros e penetrantes, na sua pele pálida e lisa, nos músculos definidos, nas asas negras que a faziam lembrar de liberdade.
      Ela conseguia senti-lo, conseguia entendê-lo. Mas como? Como conseguia fazer tudo isso?
       Será que estava se apaixonando? Mas não podia. Deveria escontrar a droga do seu destino, e quem sabe, voltar pra casa.
       Mas era esse o problema. Quando estava com Morfeu, quando ele a pegava nos braços daquele modo protetor ela já se sentia em casa. Como voltaria para casa se seu coração e sua alma diziam que ela já estava  em casa? Que ela pertencia aquele lugar.
        Ela estava o esperando na biblioteca como o combinado. Tivera em sonho nada bom sobre uma maldição e contara a ele que no mesmo disse para que ela colocasse um vestido e fosse encontrá-lo na biblioteca.
       Ela estava com um vestido azul de listras pretas. Ele era de manga, mas era curto, ia um pouco a cima do joelho e ela o achara muito bonito...

    - Vejo que já está aqui - dispertando-a do devaneio, Morfeu apareceu do nada.
   - A sim. E você está atrasado.
   - Peço desculpas. Mas sem enrolação, vamos ver logo no livro de Ladyland se há alguma maldição da qual você esteja.
   - Eu já vi Morfeu. E tem sim. São extamente os mesmos versos do sonho. Mas está incompleto. A página está rasgada. Ela para exatamente onde meu sonho parou. Acho que como o meu destino, vou ter que achar o resto da maldição também.
   - Entendo, entendo. E o que pretende fazer? - disse ele como que temendo a resposta.
   - Sabe Morfeu, eu parei para pensar. E se há mesmo essa maldição alguém deve quebrá-la, e como ninguém tentou até agora, cabe a mim tentar...
   - Não, não. Alex, você não precisa fazer nada - disse ele a interrompendo - não a nada que você possa fazer.
   - Há sim Morfeu. Você disse quee ajudaria, mas até agora agente só tem adiado a procura sobre o meu destino. E agora mais que nunca eu tenho correr e achar, pois para o fim da maldição falta muito pouco e eu deve achar um modo de quebrá-la - disse ela muito decidida e passando por cima de tudo para falar essa coisas. Vontade, querer, coração, alma - Eu vou arrumar algumas coisas. Alguns vestidos e vou em busca do que já deveria ter ido a algum tempo.
   - Eu vou com você. - disse ele para a surpresa da garota - prometi ajudá-la e vou fazer isso. Não a deixaria sozinha.
   - Então... Então ótimo. Vamos depressa pois não posso mais demorar....
  
 

A Menina da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora