Eu não estava preparada para encarar as duas últimas semanas de aula aqui no Canadá. Era uma sala cheia de meninos rebeldes, meninas patricinhas, nerds e eu; que ficava bem no fundo ao canto direito da sala. Eu não gostava nem um pouquinho daquilo, ainda mais quando se tratava de Brandom. Brandom era o menino mais irritante e o mais popular da escola e sempre me provocava por ter apenas uma amiga e mais ninguém. Os outros que eram populares sempre iam na onda de Brandom e cascavam o bico da minha aprencia e meu jeito de ser. Mas um dia eles vão ter o que merecem.
Entrei na sala de aula e fui para meu lugar, coloquei meus fones e me perdi no mundo da música. Eu escutava todos os tipos de música, das mais agitadas as mais lentas. Eu fechava meus olhos todas as vezes que colocava aqueles fones e começava a ouvir a voz de cada um daqueles cantores talentosos; cada um com seu jeito. Mas sempre que eu estava na melhor parte das músicas, no auge das inspirações que surgiam, vinha algum trombadinha e fazia gracinha ou apontava com o dedo bem no meu rosto e falava " Ai, ai está ela com o seu mundo faz de conta." E isso me deixava completamente irritada. Bateu o sinal e eu sai voando da sala de aula e fui me encontrar com Charlotte para irmos para casa.
--- Falaram coisas de novo não foi? --- perguntou Charlotte --- Povo mais chato, quero fazer meus dezoito logo e me mudar de vez daqui.
--- Mal espero por isso --- respondi na mesma --- Meus pais estão vendo casa para nós já, em Los Angeles. Mal posso esperar para conseguir realizar vários sonhos e por minha carreira nos trilhos.
Eu passei o dia pensando no que poderia fazer para que aquele grupo chato parasse de me irritar todos os dias, mas meus pensamentos travavam toda hora pois estava ocupada pensando se agum dia eu acharia alguem que me amasse. Eu liguei meu notebook para checar meus e-mails e ver meu facebook e a cada foto um pensamento. E meu dia inteiro foi assim, revezando pensamentos.
Quando deu umas sete horas da noite, eu fui tomar banho e coloquei meu pijama. Minha mãe foi ao meu quarto me chamar para jantarmos e assim que desci, ouvi brigas. Meus irmãos gêmeos já estavam na luta para ver quem sentava perto de minha mãe. Meu pai deu ordem, e Alex sentou perto de minha mãe aquela noite, deixando Grace sentar ao meu lado e meu pai, o bravo e extrovertido senhor George, permaneceu em seu lugar assim como minha mãe.
Meus irmão eram os terrores da casa, mas eram amorosos e carinhosos com todos. Eram crianças de quatro anos e meio de olhos castanhos e cabelos claros que adoravam bagunçar qualquer lugar daquela casa; principalmente os quartos.
Assim que todos terminaram de jantar, eu subi para meu quarto e me deitei na cama para refletir sobre tudo o que estava acontecendo na minha vida. Discussões, intrigas; mas tudo era diferente com Charlotte e com minha família. Era tudo diferente em casa. Meu pai é engraçado e amoroso demais com todos, até mesmo com Charlotte, que era considerada filha de meus pais. Minha mãe é a melhor do mundo. Ela é atenciosa até nos minimos detalhes e percebe quando tem algo errado. Meus pequenos arteiros são crianças, e crianças tem que se divertir, não os culpo pela bagunça; é fase. E a Charlotte, minha melhor amiga, sempre estava comigo desde quando eu tinha dois anos. Somos tipo gêmeas. Nós nascemos no mesmo dia, no mesmo hospital, mas a mãe dela morreu em seu parto, e desde então ela mora com a avó. Seu pai a abandonou quando ela ainda estava na barriga de sua mãe. Dona Angela é a avózinha mais boazinha que eu já conheci depois das minhas. Simpática, preocupada, amorosa, um amor de pessoa.
Estava deitada quando eu escuto choro de criança e vejo o desespero de minha mãe quando não consegue colocar Alex e Grace para dormirem. Me levantei e fui ajudar ela. Era incrivel o jeito que eles paravam de bagunçar o quarto e pular nas camas quando eu entrei. Eles queriam histórias e minha mãe não é paciente. Então eu me sentei no meio das duas camas, já com eles deitados cada um em sua cama e comecei a ler. Passado meia hora, já se ouvia apenas o som da respiração deles e então eu sai.
--- Você os controla de um jeito incrivel, filha --- disse minha mãe --- Eles são muito eletricos.
--- São crianças mãe --- respondi e dei um beijo em seu rosto e voltei para meu quarto.
Coloquei meus fones e comecei a viajar no meu mundo pop/rock. Era perfeito pelo menos ouvir eles por um fio mágico que me interligava a eles. E do nada, dormi, ouvindo música.
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Feels so good
Short StoryPhoebe era uma adolescente apaixonada pelo mundo da música e da moda. Era uma menina comum, que, com sua melhor amiga Charllote, irão descobrir e desvendar mistérios que rodeiam suas vidas. Sua vida muda por inteiro quando as duas atingem a maior id...