Aula de matemática no último horário, já são 18:00, faltando 20 minutos para acabar e eu poder curtir o fim de semana como eu quiser, essa é minha situação agora. Em fim, o sinal tocou e toda a classe saiu correndo sem nem falar com o professor, mas eu como um bom aluno sai educadamente com passos lentos em direção a porta que da acesso ao corredor do colégio. Alguns passos e ja estava fora, sentia-me como um pássaro solto depois de passar muito tempo preso em uma gaiola. Fui caminhando sozinho ja que não tinha colegas, sempre fui um cara que nunca gostou de falar, muito menos fazer amigos.
Depois de alguns minutos caminhando comecei a sentir uma sensação estranha de que alguém estivesse me seguindo, estava eu ficando louco? De repente um carro parou na minha frente, meu coração acelerou, fiquei parado sem conseguir me mover, comecei a suar muito, foi quando alguém abriu a porta do automóvel lentamente, eu entrei em pânico, mas sem demostrar nenhuma atitude, fiquei ali parado sem mover um dedo. As pessoas que passavam na rua não desconfiavam de nada, mas eu sabia que tinha algo muito estranho com aquele carro todo preto de vidro fumê que tinha encostado alguns metros na minha frente.
Um homem com uma máscara de palhaço desce do veículo com uma metraladora, foi quando tomei coragem e sai correndo, mas antes de eu soltar o grito de socorro o rapaz disparou varios tiros para o céu e as pessoas desesperadas começaram a gritar, chorar e correr para todo lugar, invadindo as lojas e comércios em busca de segurança, mas eu continuei na rua, dei uma volta no quarteirão e segui rumo minha casa, pensando que tinha me livrado do cara armado, mas ele estava na minha cola, seguindo cada passo que eu dava e quando cheguei na rua da minha residência, no momento em que avistei minha casa ela explodiu em frente meus olhos, eu vi o fogo consumir tudo. Nesse momento as lágrimas molhavam meu rosto e meus olhos viam o carro preto de vidro fumê.
O que será de mim de agora sem meu pai, sem minha mãe? Chorei desesperado a morte de meus pais e me perguntando o por que de tudo aquilo estar acontecendo comigo. De joelhos eu observava a destruição da minha familia e o carro deixando o lugar após ouvir a sirene da viatura da policia. O corpo de bombeiros chegou logo para conter as chamas, mas a raiva que estava em mim não iria ser contida tão cedo.
Os policiais me fizeram várias perguntas das quais eu não soube responder, eu estava em estado de choque pelo que havia presenciado, minha cabeça preste a expludir quando vi o corpo de meu pai e de minha mãe carbonizados sendo levado pelo pessoal do IML. Uma dor terrível da qual nunca havia sentindo antes machucava meu coração e me deixava com uma vontade enorme de não viver, ali era o fim pra mim, não haveria motivos pra continuar a vida, eu não tinha mais forças para seguir, então meu celular toca, é um número desconhecido, eu atendo mas ninguém diz nada, nesse momento eu escuto vários tiros vindos dos fundos da minha casa, os policiais todos vão dar uma olhada e nesse momento em que estou sozinho o homem com a máscara de palhaço aparece e eu saio correndo, mas ele não desiste e começa a me perseguir pelas ruas da cidade.
Eu nunca fiz um nada pra ninguém, por que estava acontecendo isso? Tentava encontrar resposta enquanto corria mas era inútil, nada fazia sentido, eu estava sozinho, sem ter pra onde ir, sem ter o que comer, sem ter onde passar a noite.
Enquanto eu corria desesperado pelas ruas desertas esbarrei em Lindsay, a garota mais linda da escola, a menina que eu era apaixonado desde a infância. Em meio ao meu desespero eu puxei a linda garota pelo braço e entramos numa loja de roupa:
_ Mas Richard o que está acontecendo? Onde você vai com essa pressa toda?
_ É uma longa história. Minha casa explodiu hoje com meus pais dentro e tem um cara com uma máscara de palhaço me perseguindo desde que eu sai da escola.
Lindsay não acredita no que Richard diz e começa a rir achando que era brincadeira, quando vê na televisão da loja de roupa a notícia ao vivo e reconhece que era a casa de Richard, ela pede desculpas e diz que sente muito.
Depois de um abraço bem confortante entre os dois um homem chega e coloca um saco escuro em Richard. Lindsay tenta gritar mas é agarrada por trás e tem sua cabeça colocada em um saco preto, segundos depois os dois desmaiam e são levados em meio a toda a loja por dois homens que se apresentaram como policiais.
Está tudo escuro e não consigo ver nada, fico preocupado com Lindsay e grito o seu nome, mas ouço apenas eco. Em meio a toda escuridão um notebook abre em minha frente, vejo um homem aparentemente velho, cabelos grisalhos, olhos escuros e uma barba bem feita, então escuto uma voz masculina me dizendo apenas para ouvir, eu obedeço e o homem começa a falar:
_ Olá meu filho você está bem?
Nesse momento minha cabeça vai a mil e fico mais confuso ainda, como um homem que aparece em um computador diz que é meu pai sem eu nunca ter o visto antes, sem eu nunca ter ouvido falar nada a respeito, sobre eu ser adotado ou criado por outra pessoa. Por que esconderiam isso de mim. Fiquei indignado com essa situação, como um pai pode se esconder do filho? Eu não queria acreditar, mas algo dentro de mim dizia que era verdade.
O cara que se dizia ser meu pai continuou a falar e me me fez uma pergunta:
_ Está preparado para descobrir a verdade?
Nesse momento comecei a perguntar pra mim mesmo que verdade seria essa, se eu devia acreditar no cara do computador. Pensei um pouco, respirei fundo e dei minha resposta meio desconfiado.
_ E...est...to..tou preparado para saber a verdade. Conte-me.
Ele ficou mudo por alguns segundos olhando fixo nos meus olhos, parecia estar com medo, ou estava ganhando tempo para criar uma história. Mesmo não querendo acreditar parecia ser muito verdade o que estava acontecendo. Como ele estava demorando a falar eu gritei bem alto:
_ Conte-me a verdade!
_ Prepare-se para descobrir a verdade.