Descobrindo a verdade

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As luzes acendem e o computador desliga, observo ao meu redor um lugar que parecia ser uma base secreta, dessas que a gente vê nos filmes e desenhos, dois homens bem vestidos se aproximam e me levam para uma outra sala junto com Lindsay, ela estava bem, havia um prato com alguns restos de comida e umas latas de refrigerante, suponho que havia almoçado ou jantado, não fazia noção de que horas eram nem mesmo sabia o dia, então ao me ver, Lindsay vem ao meu encontro e me abraça como se estivesse abraçando um ídolo seu:
__ Estava com muito medo, pensei que fossem me machucar. Mas você está bem?
Eu sabia pouco sobre Lindsay, mas o modo como ela falou parecia estar muito preocupada comigo.
__ Estou bem, fora ter perdido meus pais, e com muita fome.
Lindsay via em meus olhos a tristeza que eu sentia por tudo o que havia acontecido, e assim que a respondi, lagarimas molhavam meu rosto, eu lembrava de tudo que havia passado com meus pais, cada momento único que ficou gravado em minha mente passava na minha cabeça naquele instante, era o que me fazia derramar rios de lágrimas.
Um rapaz chega com um prato de comida e alguns refrigerantes, eu com muita fome começo a comer, as lágrimas se misturavam com o alimento deixando a comida mais salgada, Lindsay só me observava, ela sabia que o que eu estava passando não era fácil.
Depois que eu terminei de me alimentar, o mesmo moço que levou minha comida me chamou dizendo que alguém queria falar comigo. Eu estava muito curioso para saber realmente do que tudo aquilo se tratava então fui logo e chamei Lindsay pra ir comigo.
Alguns segundos caminhando por um corredor, seguindo tal moço, eu perguntei:
__ Mas o que......
__Sou orientado a não falar nada com o senhor__ interrompeu ele.
Depois de caminhar mais alguns segundos chegamos em frente a uma porta.
__Agora vocês podem entrar, sentem-se e aguardem__ orientou o rapaz.
Entramos na sala e ficamos sentados por algum tempo. Até que alguém desce as escadas, era o cara do computador que dizia ser meu pai.
__ Olá meu filho!
__Eu não sou seu filho! Nem conheço você! Meus pais morreram quando a casa explodiu, eles eram meus pais, foi eles quem me criaram! Você não é nada pra mim.
__ Vou explicar pra você tudo o que aconteceu, mas quero que você não me interrompa.
__ Pode começar.
__ Eu posso ficar aqui?__ pergunta Lindsay.
__Claro que você pode!__ exclama o cara do computador.
Lindsay se acomoda na poltrona e passa a participar da conversa. Então o homem que diz ser pai de Richard começa.
__Eu sou Rian Mills, sou seu pai verdadiro. Eu trabalho para o governo em uma organização secreta. Eu desenvolvi um dispositivo, um pequeno aparelhinho que é de extrema importância e capaz de fazer coisas grandiosas.
__O que eu tenho haver com isso?__ perguntou Richard.
__ Existem muitas outras pessoas querendo esse dispositivo. Essas pessoas descobriram que você é meu filho e querem lhe usar pra me poder entregar o aparelho em troca de você, por isso foram lhe procurar.
__E meus pais? Quem eram verdadeiramente?
__Os que morreram?
__ Sim. Os que morreram.
__ Eram agentes do governo designados a lhe proteger.
__ E minha mãe?
__Sua mãe ja era. Agora quero que você volte pra seu quarto.
Saí muito triste, voltando para meu quarto junto com Lindsay, não conseguia dizer nada foi quando tomei um susto com o barrulho de uma sirene tocando bem alto e uma voz dizendo que estavamos sobre ataque. Eu entrei em pânico, em meio a todo barulho consegui ouvir a voz de Rian me chamando, eu fui correndo com Lindsay ao encontro dele.
Quando cheguei na sua frente ele me abraçou e disse que me amava, parecia uma despedida. Isso me comoveu muito, ele me entregou uma arma, quatro chaves sendo que uma era de um apartamento e alguns papeis com o endereço do apartamento, os outros não olhei direito mas pareciam mapas:
__Quero que você vá para esse quarto e fique lá até você receber uma ligação. Entre naquela porta, vai encontrar um carro, quero que se mande daqui o mais rápido possivel.
__E esse dispositivo? Está com você?
__Ele está seguro não se preocupe agora vai!
Percebi que Lindsay estava muito assustada, peguei ela pelo braço e fui em direção ao carro. No caminho ouvia barulho de tiro, via Lindsay chorando desesperada até que encontramos o carro, entramos rapidamente, a chave ja estava no contato, dei a partida e em fim saimos.
Assim que saimos o prédio onde estávamos explodiu, era noite e as chamas iluminavam o local, olhei pra Lindsay, ela estava assustada assim como eu, eramos dois jovens de dezoito anos, que estávamos preste a ir para uma faculdade, mas tivemos alguns problemas, eu tive na verdade, e sem querer envolvi a garota que amava. Me sentia culpado por ela está passando por tudo aquilo, era tudo culpa minha.
Algum tempo rodando no carro tomei a decisão de ir na policia:
__Lindsay, o que você acha de irmos na delegacia?__perguntei.
__Acho uma boa ideia.
Alguns minutos andando pelo bairro encontrei a delegacia.
__ O que eu digo Lindsay? O que eu falo para os policiais?
__ Eu to muito preocupada com meus pais Richard. Me leva pra casa?__ disse ela não respondendo minha pergunta.
Eu entendi ela, acelerei e segui rumo sua casa. Meia hora e nós chegamos a casa de Lindsay, ela me convida pra entrar.
Descendo do carro percebo algo estranho, as luzes da casa todas apagadas, a porta da frente um pouco aberta a janela quebrada. Fico muito assustado com o que vejo e principalmente preocupado com Lindsay. Ela não percebe nada, entra na casa ascende a luz e não vê nada. Vai pra cozinha e encontra uma faca no chão, observa sangue na parede e começa a chorar imaginando o pior. Ela entra em desespero e sobe pro quarto dos pais, a porta está aberta, ela entra e observa seu pai e sua mãe deitados na cama juntinhos, um alívio enorme, mas quando tenta acorda-los percebe que não estão respirando e vê o pescoço de seus pais cortados.
As lágrimas tomam conta, o choro difícil de ser contido reina, a tristeza e a dor de ver seus pais mortos tomam conta do seu coração, toda sua vida passa como um filme em sua cabeça. Eu posso saber o que Lindsay está passando, é uma dor terrível, a dor de perder uma vida é maior do que a dor de uma mãe na hora do parto.
Depois de tudo Lindsay liga para a policia e conta de seus pais mortos. Enquanto vamos para fora da casa, em direção ao carro, um celular toca, o barulho vem do Veículo, eu acelero o passo e atendo o celular, a voz do outro lado diz:
__Saia agora de onde você está, siga para o apartamento que seu pai mandou.
__Quem ta falando? Al....__ desligam o celular.
Saio chamando Lindsay mas ela se recusa ir, diz que não quer deixar seus pais, mas eu continuo insistindo ate que ela aceita.
A gente entra no carro segue em direção ao apartamento que o Rian tinha falado.
Dirigindo eu fico pensando quem poderia ter ligado mas, minha preocupação e sentimento de culpa começa tomar conta de mim ao ver o que Lindsay estava passando, meus olhos lacrimejaram de tristeza, não conseguia dirigir uma palavra a Lindsay, era tudo culpa minha.
Uma hora dirigindo e todo tempo o silêncio tomando conta do ambiente, a dor, a tristeza e o medo não deixavam outras emoções aparecer, era um sofrimento intenso:
__Chegamos Lindsay , é esse o lugar__ ela não falou nada, apenas desceu do carro.
Chegamos em nosso apartamento, havia tudo, até a geladeira estava cheia. Lindsay foi logo tomar banho, em seguida eu fui, depois ela foi pra cama e eu dormi na sala.
Um clima pesado estava presente, eu não sabia o que podia acontecer, cada dia era inesperado, a garota que eu amo perdeu os pais por minha causa, estamos aqui, sem saber o que fazer, esperando uma ligação, só tínhamos um ao outro, nossa única opção, ficar juntos não importa o que aconteça e esperar o dia que tudo isso se acabe. Depois de alguns minutos olhando pro teto o sono veio, mas não sabia se ia conseguir dormi, fui até Lindsay:
__Boa noite.
__Pra você também__ respondeu com voz mansa.
Voltei pra sala, era onde eu ia passar a noite, dirmindo ou não.

Querem me matarOnde histórias criam vida. Descubra agora