Será que podemos ser amigos?

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Finalmente chegou a hora de ir pra casa. Fui pensando no quanto ele era lindo e no quanto eu era NERD.
Afinal o que as pessoas tem contra nós? Bom, isso não vem ao caso agora. Estava ansiosa para o segundo dia,na verdade, ansiosa para vê-lo novamente, mesmo que fosse de longe.
Quando cheguei em casa a primeira coisa que ouvi foi:
- Fez novas amizades hoje?
- Não, mãe!
- Mas você tentou?
- Não, eu não preciso deles.
- Aconteceu alguma coisa filha?
- Não mãe, só estou cansada.
Subi para o meu quarto, já estava na hora de escrever no meu diário.

Hoje foi meu primeiro dia na escola. Não foi tão legal.
Conheci um garoto muito lindo,mas ele é popular, nunca teria chances com ele. Somos de mundo diferentes, exceto o gosto musical,pois é o mesmo que o meu.
Espero que ele fale comigo amanhã, bom foi fazer um esforço e vou ir até ele. Usarei o estilo musical como desculpa.
Até amanhã diário!

Fui tomar banho e depois ajudei mamãe a preparar o jantar.
Hora de dormir. Como de costume fiz minha oração e depois fui dormir.

Segundo dia.Nem tomei café,estava atrasada.
A primeira aula foi de matemática,minha matéria favorita. A minha professora se chama Isabel, é uma das melhores que já tive,além de ser uma excelente profissional é uma ótima conselheira e a considero como mãe, mas existe um pequeno problema que nos separa: tenho um pouquinho de vergonha de conversar com ela e de tirar dúvidas.(Costumo comparar a profissão professor com a mitologia grega,vejo os professores como Deuses, por sua enorme sabedoria, mas nós podemos vê-los, só não podemos conversar com eles). Embora eu não converse o tanto que queria eu gosto muito dela,mas nem todos gostam por ela ser a professora de MATEMÁTICA, mas ela não se importa.Eu sou boa nessa matéria e por isso ajudo os meus colegas que têm dificuldades,Isabel não gosta muito,até porque ELA É A PROFESSORA e provavelmente nenhum professor gosta. Foi assim,ajudando uma garota,que fiz amizade.
O nome dela era Daniele,ela tinha muita dificuldade em matemática,mas era ótima em geografia e acabava me ajudando (não sou muito boa em geografia).
O tempo foi passando, já fazia um mês que a aulas começaram, um mês que não falava com Guilherme. Sempre via ele com seus amigos,mas nunca fui falar com ele.
Daniele e eu nos tornamos muito próximas,e decidi contar sobre minha quedinha por ele.

- Guilherme? Coincidência.
- Sim,Guilherme. Desde o primeiro dia me encantei. Coincidência? Como assim Dani?
- Meu irmão se chama Guilherme.
- Mas não deve ser o mesmo. Ele é do 3° ano.
- Não me diga que é o...
- Sim é o garoto mais popular da escola,ele nunca me daria bola. Todas as meninas o paqueram,e elas são lindas.
- Jú,o Guilherme do 3° ano é meu irmão.
- Não vou acreditar.
- Pois acredite, ele é um mala.
- Você diz isso,porque ele é seu irmão.
- Não,eu digo porque é verdade,mas te apresento a ele.
- Sério?
- Sim,somos amigas. Não somos?!
- Obrigada Dani.
- Vamos pra minha casa depois da aula.
- Mas primeiro tenho que avisar minha mãe.
- Meu pai vem nos buscar de carro,peço pra ele passar na sua casa ai avisamos.

E foi exatamente assim,passamos na minha casa depois a gente passou na sorveteria.
- Qual sabor você quer Júlia?
- Nenhum,obrigada.
- Eu insisto.
- Está bem Guilherme. Quero de chocolate.
- Dani qual você quer?
- O mesmo que o da Jú.

Guilherme foi gentil,pagou os sorvetes e quando terminamos ele me acompanhou até o carro e abriu a porta como um verdadeiro cavalheiro. Bem diferente do que Dani havia dito.Será que ela mentiu? Mas por que? Talvez sinta ciúme do irmão.
Já o considerava meu amigo.

A Paixão De Uma AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora