A Paixão De Uma Adolescente

O dia do encontro.

Decidimos conversar no dia seguinte depois da aula. Eu estava ansiosa,queria saber se ele gostava de mim assim como eu gostava dele. Queria que ele fosse mais que um amigo da escola. Será que ele me ama? Rafael disse a verdade?
Cheguei na escola e já fui logo perguntando sobre ele.
- Dani,o Guilherme veio hoje?
Ela simplesmente me ignorou. E agora? Perdi a única amiga que havia feito no colégio.
Encontrei com o Rafael na hora do intervalo e perguntei para ele,até porque eram da mesma classe.
- Não,hoje ele faltou. Você já conseguiu falar com ele?
- Marcamos de nos encontrar hoje.
- Ele é responsável. Aparecerá no local que combinaram.
- Espero.
Ele me comprimentou com um beijo no rosto.
Fim do dia. Fui pra casa,me arrumei queria ficar bonita,estava com a esperança de que ele fosse dizer que está apaixonado por mim.
Sou pontual,cheguei na hora exata. Já havia passado 20 minutos e nada de Guilherme aparecer. Decidi ir embora,mas quando estava saindo o Rafa apareceu. O que ele estava fazendo ali?

- Oi jú! Desculpe, Júlia. Nossa como você está linda.
- Obrigada,mas o que está fazendo aqui?
- Eu sabia que vocês viriam ao parque.
- Você sempre sabe de tudo.
- Talvez eu tenha telepatia.
Ele tentou ser engraçado.
- É talvez,mas acho que você perguntou para o Guilherme.
- É exatamente sobre ele que eu vim falar.
- Mas você não pode,pelo menos não agora. Ele já deve estar chegando.
- Ele não virá.
Comecei a chorar e quase não conseguia falar.
- Como você sabe?
Ele me encobriu com seus braços, me abraçou bem forte,eu me senti protegida
- Vamos para um lugar mais calmo.
Caminhamos até uma praça próxima da casa dele. Ele ficou com os braços sobre meus ombros o caminho inteiro.
- Olha Jú,sei que não é fácil amar alguém e não receber uma retribuição,mas ele teve um motivo para não aparecer.
- Tenho certeza que ele foi se encontrar com outra.
- Foi algo GRAVE.
- Grave? O que houve?
- Ele sofreu um acidente quando estava indo para escola.
- Ele está muito mal? Onde ele está?
- Está em um hospital aqui perto. Posso levar você até lá.
- Mas como aconteceu?
- Ele quis ir a pé para o colégio e um cara bêbado passou por cima da perna dele,agora terá que fazer uma cirurgia e pode perder os movimentos.
Não conseguia nem pensar,era muita coisa pra minha cabeça. Rafael ficou ao meu lado o tempo todo,era um fofo. Me levou até em casa,o convidei para entrar,afinal tinha sido muito gentil. Ele entrou e minha mãe nos preparou um lanche. Passamos horas conversando e minha mãe até participou da conversa,me distraí um pouco. Já era 1:00,estava muito tarde e nós tínhamos que dormir. Falei para o meu pai levar ele até em casa.

Droga! Eu estava prestes a esclarecer de uma vez por todas essa história. Por que isso tinha que acontecer? E se ele nunca mais andar? Como ficará sua vida?
Eu estava dividida. Nem sabia mais o que realmente sentia. Decidi visitá-lo no hospital.Amanheceu e fui direto pra lá,tive que faltar a aula.
Quando entrei vi a Dani chorando,ela estava inconsolável.
- Dani me conta o que houve. Por que não me ligou?
- Amiga estou com medo de perder meu único irmão. Ele é um chato,mas eu o amo.
- Você não vai perder seu irmão.
- Mas não é por causa do acidente.
- Não?
- Não,ele pegou uma bactéria e os médicos ainda não descobriram qual é.
- Mas vão descobrir,a medicina está avançando.
- Obrigada por estar aqui comigo e desculpa por ter ficado brava com você, mas é que sempre fui a menininha da família.
- Esquece isso.
- Ontem ele disse que precisava falar com você. Entre lá,vai fazer bem pra ele.
Entrei no quarto e tentei segurar o choro.

- Oi Júlia. Desculpe por ter te deixado esperando.
- Você não teve culpa.
- Mas ainda temos um assunto pendende.
Ele falava com uma voz cansada,parecia estar com falta de ar.
- Depois conversamos sobre isso,você precisa descansar.
- Não! Você merece uma explicação. No dia da eleição eu descobri que vou mudar de estado,pois estou com uma doença rara e aqui não vou ter o tratamento adequado. Eu precisava te contar,mas tinha muita gente em volta porque eu tinha ganhado. Não te ignorei por mal.
- Desculpe, eu não sabia. Eu só pensei em mim e por isso sai correndo,mas você ficará bem.
- Talvez não. Eu vou fazer uma cirurgia e posso perder os movimentos das pernas.
- Não pense assim você ficará bem.
Marcaram a cirurgia para uma semana depois.