Mysterious City

Capítulo 2

Katherine (...)

Sófia é uma garota forte, por tudo que passou e sofreu. Não foi pouca coisa e você percebe só de olhar para aquela imensidão e sombrio olhar. Perdeu a família em um acidente aos dez anos. Agora vive com a tia Valentina, uma mulher chata e arrogante, trata Sófia como se fosse um cachorro. Estranho? Ou bobeira? A mulher sempre a proíbe de sair ou conversar com alguém, e ela se refere a todos de Vered. Mesmo com tudo a menina não reclama ou questiona. Já até cogitei que a mesma está contando os anos, messes, semanas, dias, horas, minutos e segundos para sair dessa cidade.

Ela demonstra ser mais forte do que eu. Sempre me aconselha com os meus namoros, e principalmente com a minha mãe. Minha relação com ela não é das melhores, talvez seja porque ela não fica em casa ou o simples fato de afirmar que o meu pai foi morto pelas mãos da família Wisdian, isso mesmo. Minha querida mãe, Karen Monbuner, simplesmente acusou a mãe da Sófia pela morte do meu pai. Não cheguei a conhecê-lo, pois quando ele faleceu minha mãe estava de cinco messe.

Apesar de achar minha mãe uma mulher incrível, quando descobrir sobre essa acusação as coisas dentro de casa não ficaram fáceis. Ela simplesmente não queria que fosse amiga da Sófia, sendo que a menina não tinha nada a ver com as desavenças da minha mãe com a senhora Wisdian. Porém, ela não pensa assim...

Em alguns minutos já estava em casa, entrei na mesma indo direto para o banheiro. Tomei um banho e vesti uma regata com um short de malha fina, uma roupa agradável para o sol quente de Vered, deixei meu cabelo em um rabo de cavalo. Com isso feito, desço as escadas indo direto para o sofá cor cinza que ficava no meio da sala, me jogo no mesmo como um cadáver, e lá fiquei à espera da minha onça! - mãe -
...

Cheiro de frango frito era tão bom, encantador, imaginar aquela pele crocante e saborosa me deixava derretida, como manteiga em uma frigideira. E lá estava, um prato cheio de cochas fritas com um copo de Coca-Cola gelado. Um paço, poderia ter aquela gostosura na minha boca, sentir aquela textura...

– Filha? Você está babando? Kathy! – Acordo vendo o rosto da minha mãe perto do meu, aquele sorriso maravilhoso, que eu tanto amo.

– Mãe? A senhora já chegou? – Meio grogue, tento me levanta e recobrar a consciência, já que meu sonho pareceu tão realista. Suspiro – Porque não me acordou quando chegou?

– Você estava em um sono profundo, então decidir deixar você aí quietinha. – A mulher da mesma altura, de cabelos pretos e olhos castanhos claro disse calmamente ao se levantar. – Agora tira essa baba da sua boca e venha comer um frango frito. – Assim que disse aquelas palavras eu pulei do sofá onde estava jogada, indo em direção ao meu sonho.

...

Assim que terminei aquele delicioso frango, me deparei com uma feição séria e preocupada, sempre que seu rosto fica tão sério, nada de bom sai da sua boca. Finalizo em um gole minha Coca-Cola, para tomar coragem de ouvir o que ela tinha para dizer.

– Fala, diga o que quer. – Faço sinal com a mão para que ela começasse a falar.

– Filha, sei que acabei de voltar, porém o meu trabalho está exigindo muito do meu tempo, então por favor, compreenda. – Suspira. – Vou pedir para que vá dormi na casa de um dos seus amigos. – Disse rapidamente.

– O.k... – Digo na tentativa de assimilar o que ela havia dito. – De novo? Por quanto tempo? – Pergunto com uma pontada de decepção.

- Sim. Irei passar no máximo duas semanas, mas farei de tudo para chegar antes. O.k.? – Ela segura minha mão tentando me acalmar.

– Hum... então, vou para casa da Sófia. – Falo tirando sua mão da minha e saindo da mesa.

– Lá, Katherine? Sófia pode ser legal com você, mas não gosto dela, sabe disso! – Lá estava ela, julgando minha amiga sem conhecer. Novamente indo para outra cidade sem ligar se eu ficaria bem ou não sozinha.