Solar

Capitulo 1 - Legado

Em uma casa do subúrbio, morava uma família um tanto quanto peculiar. Esta casa tem como um dos seus moradores Daniel, um garoto de 17 anos, que sempre teve como sonho se tornar o herói das histórias que seu avô o contava. Seu avô um dos maiores historiadores do país, renomado por suas descobertas pelo mundo, tinha apenas um "defeito", ele acreditava que alguém de sua família ainda iria se tornar um Deus do Sol. Embalado pela empolgação do avô, Danny se encantava a cada história e queria que tudo aquilo fosse verdade, mesmo ele não acreditando que poderia ser merecedor de uma aventura sequer. Para a surpresa de Danny, seus avós estavam vindo passar alguns dias na casa e ele logo se animou para escutar o conto novamente, aguçar a imaginação e viajar pelas histórias quase que improváveis do seu avô, na esperança de fugir da sua vida normal e patética de um garoto de 17 anos.

- Danny!! – sua mãe o chamava.

- Estou no quarto. O que houve? - indagou ele.

- Então você não está dormindo né? Não se esqueça que você tem aula amanhã! Mas não é por isso que eu te chamei, seus avós acabaram de chegar e sua vó já foi dormir. Seu avô pediu para te chamar ele quer te mostrar algo. – ela apontou pra ele ir ao andar de baixo.

- Ok Mãe, já estou descendo. – rapidamente desceu e encontrou seu avô com uma espécie de pequeno baú, sentado no sofá.

- Boa noite Danny, desculpa por ter tirado você da cama. – disse o avô um pouco receoso.

- Que isso vô, não estava dormindo ainda não. O que é isso em sua mão?Parece um baú miniatura. – sorriu Danny.

- HAHAHA, curioso como sempre! Sente aqui! amanhã eu vou contar o resto da história, já que o seu aniversário está próximo. Mas antes que você vá dormir quero te mostrar o amul. – ele foi interrompido pelo garoto.

- Não acredito, o amuleto! Achei que ele não existia, que fosse apenas invenção sua, posso pegá-lo? – e estendeu o braço em direção ao avô.

- Tenha calma, só o mostrarei a você, ele será seu no dia de seu aniversário. – o avô erguia o amuleto em direção a ele, era um símbolo em meio a um medalhão dourado, parecia um tanto quanto pesado e brilhante. – Pronto, agora você pode dormir, amanhã conversamos mais, boa noite!

Danny hesitou mas acabou concordando, afinal, seu aniversário estava próximo.

- Mas vó deixa eu.....Ok vô. Boa noite! – Danny então voltou para o quarto ainda mais excitado com a ideia de que havia mais história que ele ainda não sabia. Ele então se deitou e dormiu. Porém, algo dava indícios de que uma nova história iria ocorrer.

A noite se esvanecia e Danny parecia estar sonhando em outro mundo, flashes de acontecimentos que ele jamais havia visto passeavam pela sua mente um tanto quanto agitada, pareciam ocorrer em décadas muito distantes e, mesmo em alguns momentos mais assustadores, deixava o garoto com sede de aventura. Era como ardentes chamas se encontrando no meio de momentos salvadores e até momentos em que apareciam destruição e caos. Mas apenas uma coisa fazia as cenas aleatórias em chamas se acalmarem e mudarem de fogo forte avermelhado para um tom mais claro amarelado. Era a figura de alguém com uma energia de paz, provavelmente a amada de cada um daqueles guerreiros chegando, mostrava que com elas tudo era mais claro e pacifico. Mas em meio ao casal se juntando sempre havia alguém tentando lhes destruir, algo tão sombrio que os deixava com calafrios. Então as cenas aleatórias tomaram uma velocidade quase que incompatível com o raciocínio humano e algo murmurou:

- Você precisa salvá-los! – dizia uma das vozes – Não tenha medo, você não estará sozinho. – outra voz tentava alcançá-lo.

Danny se contorcia na cama, eram vozes e vozes gritando, chamando-o, então flashes do amuleto vinham até ele. O garoto estava com medo, não do amuleto, mas das pessoas que suplicavam por ajuda. Imagens e mais imagens passavam, ele já não sabia se aquilo era algo real ou se tudo era imaginação da sua cabeça, um pesadelo talvez. Como num piscar de olhos tudo se juntou a uma imensidão escura e ele acordou. Sem reação, Danny não encontrou respostas para o que tinha acabado de acontecer, se o amuleto o chamava ou se ele apenas previa o futuro. Segurou-se na ideia de que talvez tudo aquilo não fosse nada, apenas sua imaginação brincando de realidade, virou-se novamente e dormiu, mas não demoraria muito pois logo o sol nasceria.