Máscaras

Vale a pena desistir?

- Ele te odeia, não é de você que ele gosta, é de mim, tanto que ele te traiu comigo, e você não suporta isso não é mesmo Diana? - Kathryn me encarava.

- Como você é otária, acreditou mesmo que eu te amasse? Você é realmente muito estúpida - Dylan rio e todos os outros alunos riram junto com ele, eles soltavam gargalhadas altas - Você é uma imbecil, caiu na armadilha direitinho...IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA...

Todos começaram a gritar"Idiota" olhando para mim e rindo, as lágrimas escorriam sem parar por meu rosto, eu queria me enfiar em um buraco e morrer lá dentro, então resolvi correr, até tropeçar e cair, o que foi um motivo para rirem mais de mim.

- PAREM! - eu disse em voz alta, ficando sentada na cama rapidamente, assustada e com a respiração acelerada.

Neste momento, minha mãe entrou depressa no meu quarto, também assustada, por não saber o que estava acontecendo:

- Filha? O que aconteceu?

- Nada mãe, foi só um pesadelo - me encolhi na cama, escorando meus cotovelos no joelho e cobrindo minha cabeça com os braços.

- Tem certeza filha? Você está pálida, quer me contar?

- Não mãe, eu não quero, me deixa em paz - eu disse de forma grosseira, percebendo que ela só estava preocupada e que eu havia errado, me corrigi - Desculpa...Só estou assustada com o pesadelo.

- Tudo bem querida, vai ficar tudo bem - ela se sentou perto de mim e me abraçou de lado, passando a mão por minha costa - Agora é melhor você tomar banho e descer, o café já está na mesa.

- Tá, já estou indo - me soltei dos braços dela e caminhei até o banheiro, ela saiu do quarto.

Depois de um bom banho, vesti uma calça jeans, uma camisa simples branca, um moletom e calcei meu tênis all star, desci e fui para a sala de jantar, onde estava minha mãe e para minha surpresa, meu pai:

- Pai? - eu sorri e fui até ele, que se levantou da cadeira assim que me viu - O que está fazendo aqui? - eu sorri e o abracei.

- Como o que estou fazendo aqui? Não posso mais tomar um café da manhã com minha família querida?

- Claro que pode pai, só não esperava por isso - Eu o abracei forte, sorrindo - Tava com muita saudade.

- Eu sei que eu me afastei demais, ando trabalhando muito...Fiquei muito preocupado com o que aconteceu e não quero que se repita, Agora, tudo vai ser igual quando você era criança, Viagens, passeios, férias em família, tudo o que deixamos de fazer.

- Obrigada pai - eu beijei a bochecha dele e me sentei, pegando meu café.

- Querida, o que aconteceu com você? Por que fez isso? Você sempre teve tudo o que quis e...

- Pai, Não! Faltou meus pais ao meu lado e eu não quero falar sobre isso...Por favor - suspirei tomando um gole de café com leite.

Passamos o resto do café quietos, meus pais falaram um pouco sobre o trabalho, Mas eu pedi para pararem pois era entediante passar o início do dia ouvindo eles falarem sobre as centenas de criminosos que eles já libertaram. Meu pai tentava puxar assunto de todas as formas, Mas nunca conseguia, e era sempre assim, nunca tínhamos assuntos em comum:

- Como vai a escola?

- Vai bem - olhei o relógio e vi que já estava atrasada - Aliás, estou atrasada - me levantei e caminhei até a sala, pegando minha mochila - Tchau pai, tchau mãe - disse já indo até a porta e saindo.

Eu estava realmente atrasada, mas não importava, eu ia andando para escola e não queria de jeito nenhum me encontrar com Dylan e Kathryn, então continuei no mesmo ritmo. Chegando na escola, eu entrei, levei uma bronca do porteiro mas não era pior do que encontrar com os mascarados, sonsos, hipócritas, Eles me davam nojo só de pensar. Deixei minha bolsa no armário e peguei meu livro de história,meu material e caminhei lentamente até a sala, pois essa era a aula que eu tinha junto com a Kathryn, espero que ela tenha faltado. Ao chegar lá, vejo logo Kathryn, sorrindo cinicamente para mim, eu respirei fundo, tentando controlar a raiva que estava me matando por dentro e desviei o olhar para o professor que estava escrevendo na lousa e parou para falar comigo: