Uma babá apaixonada - Conto.

Capítulo um.

* Este conto contém apenas cinco capítulos e um epílogo.*
***

"Uma sarrada vale mais que mil palavras."

Dentro de uma semana tinha arrumado duas malas e levado para a casa da família Cruz. Foi difícil para mamãe entender que eu precisava ficar longe para conseguir trabalhar. Mas no final, eu a convenci dizendo que ia ligar para casa assim que pudesse.

Era meu primeiro dia de verdade, nos outros anteriores não tive a chance de conhecer os filhos de Pablo, daquela magia grega que me atormentava em meus sonhos.

Joana, a empregada, tinha me ajudado botar as malas no quarto que ficava próximo ao dos meninos e ao do dono daquela casa.

Tive a chance de olhar os móveis caros e os cômodos chiques.

- Você é a nova babá? - uma voz doce chamou minha atenção quando falou comigo, e eu virei.

Me deparei com um menino moreno dos olhos verdes. Ele era lindo, estava com uniforme escolar. Esse só poderia ser o Lucas.

- Sim, Karina - disse me aproximando dele.

Seus olhos acompanharam os meus passos, ele sorriu quando eu cheguei perto e passei a mão por seus cabelos.

- Você é linda, diferente das outras que pareciam a bruxa do chaves - disse.

Eu ri.

- Me sinto bem ouvindo isso!

- Você vai cuidar da gente todos os dias? Até eu crescer?

- Espero que sim!

- Você namora?

Não entendi aquela sua pergunta, então neguei com a cabeça.

- Ainda bem, assim tenho mais chances - arregalei meus olhos surpresa.

Uma gargalhada invadiu a sala e eu vi Joana botando a mão na boca.

- Ele é meio paquerador - riu

- Percebi.

Uma menininha morena saiu de trás das suas pernas e eu afitei.

Ela era tímida. Aproximei dela e me abaixei para ficar da sua altura.

- Oi - falei alisando seu cabelo preto liso.

- Oi - sussurrou sem me encarar.

- Sou a Karina, qual o seu nome?

- Luz!

- Um nome lindo para uma princesa linda - falei puxando o seu corpinho para o meu colo - Quantos anos você tem, Luz? - perguntei fazendo carinho no seu rosto.

Ela mostrou três dedos nas mãos e disse:

- Dois - eu ri com aquela sua contagem errada.

Coloquei seus dedos certos e ensinei:

- Assim que é dois!

Ela me olhou como se fosse de outro mundo e depois jogou o sorriso mais doce que eu poderia ter visto na vida.

- Luz tem que se arrumar para ir ao colégio as doze horas. Lucas já deveria ter ido - Joana fala - Tem um quadro em seu quarto com as atividades dos meninos durante a semana, se quiser dar uma olhada.

- Pode deixar Joana, eu procuro.

- Ok, bem-vinda!

- Muito obrigada.