Descendentes

Capítulo 16: Ascensão e Elo

Theresa e Henry ainda estavam sem acreditar na loucura dos garotos.Eles chegaram em casa de manhã cedo parecendo zumbis,não falaram nada,foram todos até seus quartos e voltaram um tempo depois de banho tomado e com olheiras terríveis.Will e Jack chegaram juntos algum tempo depois exatamente no mesmo estado que os outros.Seguiram para o aeroporto em total silêncio,provavelmente com dor de cabeça ou com muito sono até para falar.

-Eu não preciso falar o quanto vocês foram irresponsáveis,é claro que já sabem disso,vou deixar que a ressaca exerça um bom castigo. –Foi a única coisa que ela dissera.Desde então estavam no avião dormindo.

-Querida,estive pensando,você acha que as fadas nos darão alguma informação relevante hoje? –Henry perguntou.

-Acho melhor não contarmos com isso,você sabe como elas são,enigmas e suspense.Elas adoram isso. –Theresa revirou os olhos.

-Você não gosta muito delas,eu sei,mas agora precisamos de todos. Soube agora a pouco,antes de embarcar que houve mais um assassinato,agora dos filhos de Athos. Se achávamos ser eles agora é pouco provável,quem mataria um descendente da própria casa? –Theresa empalideceu.Henry abraçou a esposa lhe afagando os cabelos. –Sei que você acha que é o pai da Cecily,mas agora dá pra acreditarmos não ser ele,talvez já esteja morto.

-Você é o pai da Cecily,não deixe que ela lhe escute falando assim.

-Desculpe,mas você entendeu o que quis dizer.É claro que ela é minha filha,a minha menina. E eu não deixaria nada nem ninguém roubar isso de mim.

...

A noite chegou mais rápido do que Cecy poderia imaginar,estava pronta,inteiramente de preto,uma roupa justa que auxiliava nos movimentos de braços e pernas caso fosse necessário.Sua especialidade eram facas e adagas,estava com várias pelo corpo,em pontos estratégicos.Tirou a corrente com a pedra do pescoço e colocou no bolso da calça,não era o certo,mas não entraria em reino algum sem ela.Estava sentada na beira da cama contando os minutos quando foi interrompida por alguém.

-Oi,pai. –Henry sentou ao lado da filha e segurou a mão dela,era um gesto involuntário que tinham.Começaram a andar de mãos dadas depois que Cecy caiu pela primeira vez da bicicleta e ele prometeu que amorteceria todos os impactos dela,então sempre que andavam pela rua e ela tropeçava,lá estava ele a suspendendo pelo braço.Sempre segurando sua mão,nunca a deixando receber todo o machucado.

-No seu aniversário de 5 anos sua mãe lhe deu uma pedra capaz de canalizar emoções,no seu aniverário de 10,o seu presente foi um arsenal.Vai fazer 18 anos daqui a alguns dias e se tornou uma garota forte,guerreira,determinada,inteligente,mas acima de tudo amorosa.O que quero dizer é que mesmo com toda a sua infância sendo preparada para esse momento,mesmo com uma pedra que poderia ter te deixado fria,você ainda exala amor e luz de todos os poros.O maior orgulho da minha única vida é ter sido seu pai nessa sua nova vida.

-Eu te amo pai.

-Eu também te amo querida,mais que tudo. –Os dois se abraçaram por alguns instantes e levantaram,seguiram de mãos dadas em direção ao jardim.Estava na hora.

...

Trouxeram a sala onde aconteciam as reuniões para o jardim.Tudo exatamente da mesma forma,as cadeiras e poltronas,a mesa acima com a caixa de madeira no canto.Seu avô sentado imponente lá em cima,Richard e Donna,seus tios,estavam lá,todo o conselho reunido,todas aquelas pessoas que Cecily mal viu a vida inteira.Seus primos estavam já sentados juntos do lado esquerdo,Will entre eles parecia desconfortável.Jack não estava lá,por um breve momento ela achou que ele pudesse ter caído em si e desistido de tudo,mas o momento foi tão breve que passou,ele nunca a deixaria.E pela primeira vez ela se sentia bem com isso.Jack parou ao seu lado batendo no seu ombro de leve.Estava lindo como sempre,exatamente como ela,todo de preto com uma aljava nas costas cheia de flechas,essa era a especialidade dele.Não falaram nada,não era preciso,ela sorriu pra ele que balançou a cabeça em entendimento e entraram no círculo,pararam de frente para Arthur.Eram os únicos de pé no recinto e permaneceriam assim.