Harry - o chiclete humano

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Louis P.O.V

Seu perfume era inebriante , tive de ter cuidado para não ficar fungando o cangote do menino e dar bandeira da minha atração por ele. Entretanto Harry parecia nem ter notado a minha presença , ele trocava mensagens no celular durante a aula e parecia estar muito entretido fazendo aquilo.

Tentava prestar atenção na aula , já que meu futuro dependia daquilo , iria ter uma faculdade publica e precisava ter boas notas para alcançar o meu objetivo. A matéria que o professor estava dando era fácil , quimica inorgânica é a minha parte favorita da quimica em geral , porém não era a mais legal.

— Turma , podem resolver os exercicios - disse o professor - Folha separada para entregar.

Não era muita coisa , não passava de uma lista com dez questões facílimas e não demoraria muito para poder entregar e sair da sala. Queria muito passar na maquina de doces antes de ir para a proxima aula, necessitava muito que meus picos de glicose estivessem elevados para enfrentar uma aula de história mundial.

— Posso copiar? - questionou Harry apontando para a minha folha , fingi que não havia escutado mesmo que meu coração tivesse disparado com o som da sua voz. Como me senti idiota naquele momento por me abalar ao conversar com um garoto. Não sei porque isso me lembrou Stan , o garoto que conheci a alguns verões , o unico garoto que foi capaz de me proporcionar estas mesmas sensações , meu primeiro amor dolorosamente platônico.

Stan era italiano , seus pais tinham muito dinheiro e por isso mandavam o filho para diversos cantos do mundo. O conheci no clube , ele passava a tarde inteira na mesma piscina que eu. Na primeira vez que ele puxou papo me apaixonei perdidamente. Talvez Stan fora meu unico amigo , a amizade mais longa que tive. Ele sabia dos meus problemas em casa e me reconfortava embora não fosse gay , inclusive me dando forças com a minha sexualidade.

Stan morreu em um acidente de carro no ano passado.
Isso não é um assunto de que eu goste de falar.

Suspirei melancólico com a lembrança daquele dia e conclui os meus exercicios , guardando meu material e esperando que o professor nos dispensasse. Coloquei o capuz e com cautela coloquei meus fones , pouco antes de eu ligar a musica Harry tocou meu braço para chamar a minha atenção.

— Posso copiar? - pediu agora com a voz mais manhosa que da primeira vez. Encarei seus olhos com um pouco de raiva da sua folga e empurrei a folha em sua direção.

— Qual seu nome? - questionou simpático tentando puxar assunto. Agora ao seu lado podia notar o quanto a sua beleza era diferente. Harry tinha traços marcantes , seus labios eram rosados e convidativos , seus braços torneados e em seu peito havia dois pássaros tatuados como se fossem o espelho um do outro e que naquele momento eram meio tapados pela regata branco ficando apenas alguma parte á vista , e ele tinha uma cruz ao pescoço. Ele era bruto , porém a sua beleza era delicada. Sua feição enquanto copiava , tentando distinguir minhas letras deixava-o com um ar "intelectual".

— Louis. - murmurei.

— Novo aqui? - perguntou novamente , respondi com um grunhido e liguei a musica anestesiado com o seu interesse por mim. Não queria me iludir , sabia que isso nao me levaria a nenhum lugar , provavelmente fantasiaria momentos com ele que jamais se tornariam realidade, me machucaria e sofreria calado. Não queria isso para mim , outra vez não.

Harry terminou a lição e me entregou a folha , sorrindo em agradecimento , tentei não derreter com aquilo , mas foi quase impossivel. Levantei , entreguei minha folha para o professor e abandonei a sala o mais rapido possivel. Teria que ter clareza , nao poderia me envolver desta forma com as pessoas, quase ninguem me entende ou tenta me apoiar. Vivo cercado de gente com vida perfeita , familia perfeita e namoro perfeito , em alguns momentos chego a acreditar que não ha lugar para mim nesta sociedade cheia de padrões.

Atração Fatal.- Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora