Porque senhor? Quando você está esquecendo ou tentando esquecer a pessoa ela aparece do nada e como se não bastasse, em todo lugar que você vai tem algo pra te lembrar da existência do ser, um filme, uma música ou até uma cena de novela, isso quando você se sente perseguida pelo nome da pessoa: no hospital, no ônibus, ou no seu bairro.
As tentativas parecem ser em vão de esquece-lo, parece que não é pra mim deixar de gostar dele, eu quero e preciso ser feliz!
Ele me olhava de um jeito diferente na loja, e ficou tão sem graça quanto eu ao me ver, disse:
- Oi Bia.
- Oi Lana, bonita fantasia.A Bia fechou a cara mas foi educada e disse um "oi" bem seco.
Eu disse apenas obrigada, e corei quase que imediatamente.
Um silêncio chato e esquisito começou a tomar conta do ambiente e eu decidi me trocar, pedi licença aos dois e entrei, a Bia falou vou junto e entrou comigo no provador, ela já tinha escolhido a fantasia de Luigi e combinou com a Ev pra ela se fantasiar de Mario, uma Graça! Mas não havia entendido o porque quis entrar comigo, ela já entrou dizendo:
- Eu que não fico sozinho com aquele cara, ele te olhou de um jeito esquisito, será que veio escolher a fantasia também?
Eu: Não sei, mas deve ser.
A Bia espiou pela cortina:
- Sim, ele está olhando umas fantasias, e a moça que está atendendo ele tá quase se jogando pra cima dele, tudo puta.
- Lana, vai lá.
Eu: Eu não, ele sabe se cuidar sozinho, deve até estar gostando.
Bia: Ele está quase pedindo socorro, ouvi dizer que ele odeia menina atirada, essa é sua chance vai Lana puxa papo com ele, pergunta se gostou de alguma fantasia, você tem uma boa criatividade, inventa algo e pronto!
Eu: calma, calma deixa eu por minha blusa do uniforme!
Sai e fui em direção a ele, e gritei:
- E ai amor escolheu alguma fantasia terrivelmente assustadora?
Pedro: Ah, não! Preciso da sua ajuda, a moça estava me ajudando mas você me conhece melhor, então deve saber algo que fique legal em mim, e deu um risinho sarcástico.
A moça ficou bem sem graça, mas até ai tudo bem, a Jennifer surgiu por detrás das roupas que estavam penduradas e falou:
- Ué, vocês estão namorando ? Ou ele apenas teve pena do seu amor não correspondido e resolveu fazer caridade?
Na minha cabeça eu teria dito: Merda! O que essa piranha faz aqui?
Mas tentei ser um pouco mais educada e disse:
- Não te diz respeito absolutamente nada da minha vida, muito menos quando se trata da amorosa!
Jennifer: Nossa Lana o que é isso quanta grosseria! E deu um sorriso irônico.
Eu: Estou apenas te colocando no seu devido lugar. Vamos embora Pedro!
Peguei na mão dele pela primeira vez, eu notei que ele tinha mãos muito macias, mas fingi não dar atenção a nada daquilo.
A Bia vinha logo atrás gritando que esqueci minha fantasia, ela até tentou nos alcançar, mas não deu certo nós andamos o mais rápido que pudemos, e soltamos uma gargalhada alta lembrando da cara de todo mundo na loja, depois dessa minha representação, quando percebi que ainda conversávamos de mãos dadas me assustei e então tirei, o Pedro me surpreendeu e pegou minha mão de volta e me abraçou, fiquei ainda mais sem graça que antes, o que será que ele planejava? Ainda tinha medo de me iludir com ele de novo e quebrar a cara, ele se curvou novamente mas não era pra me dar um abraço, dessa vez ele iria me dar um beijo, ele estava fazendo biquinho e fechando os olhos e chegando na minha direção, sua respiração ficando cada vez mais perto, pensei na hora ai meu Deus o que eu faço?
Quando ele se aproximou completamente eu o parei, quase enfiei a mão na cara dele mesmo.
- Pedro, eu to cansada, você já me agradeceu o suficiente, vou pra minha casa, obrigada por pelo menos não ter me deixado fazer papel de tonta na loja, fingir ser o namorado babaca. Acho que te vejo no sábado na festa né?
Pedro: Ah, acho que sim. Ele estava com cara de triste, mas concluí que pode ser porque ele não costuma ser rejeitado pelas garotas.
Eu fui embora cheia de pensamentos, será que o que fiz foi o certo? Acho que entrei em pânico um pouco por imaginar que alguém iria me querer, eu nunca fui das mais bonitas no ensino médio, e por mais que recebesse elogios, os meninos não queriam ficar comigo nem nada do tipo, sempre foi amizade.
Depois de caminhar um 10 minutos chego em casa e dou de cara com a Bia e a Lavínia, minha irmã irritante. Elas estavam sentadas no sofá conversando, nessa época ela tinha 14 anos e era mais criança que agora, óbvio.
A Bia ainda estava com minha fantasia e passou pra me entregar, pois no dia seguinte não queria levar peso pra escola, dali 2 dias a festa aconteceria. A agradeci e ela foi embora.