8. por que falei isso?

235 53 25
                                    

Fiz tudo meio ansioso. Comi rápido, fui no banheiro rápido, e sai para a calçada rápido. Abri a porta, olhei para os lados e não vi nem a Paullina e nem a garota misteriosa. Voltei para a sala.
- Seu filhote de Demônio, você inventou isso de estarem me chamando la fora - falei para minha irmã, entrando entre ela é a TV que estava ligada tomando a atenção dela.
- Como assim retardado?
- Não tinha ninguém lá fora.
- O problema e seu, só mandaram Ti acorda - ela se levantou e caminhou para o quarto.
Nossa nova cara não tinha muitos cômodos, mas cada um deles eram gigantes, dava para fazer uma balada de 500 pessoas no banheiro. A casa era composta de três quartos, um super banheiro, uma sala, cozinha e uma varanda.
- Elas propavelmente devem ter ido embora, você demorou muito sua lesma.
- Mas você disse que era algo urgente, elas deveriam ter esperado.
- Eu não dou a mínima - falou ela entrando no quarto e trancando a porta.
Eu não sabia onde a Paullina morava, só sabia que era perto. Fui na casa do Pitter dois por que era a única pessoa que eu sabia onde morava. Ele morava na Rua atrás da minha, era meu primo, e tinha uma chance enorme de saber onde a Paullina morava.
- PITTER... ? - Gritei na porta, já que a campainha tava quebrada
- Pera aí, já vou. - falou ele da sacada. Dois minutos depois ele apareceu na porta.
- Você sabe onde a Paullina mora?
- Sei sim, é perto daqui, por que?
- Acho que ela tem algo para me falar...
-Espera um minuto, vou me trocar e nos vamos lá então.
- Ok.
Ele me convidou para entrar. Fiquei por um tempo falando com minha tia. Ele apareceu completamente diferente de quando me atendeu na porta.
- cara por que você está todo arrumado?
- Nos vamos na Paulínia, e lá vive cheio de garotas.
- Droga, do jeito que eu to aqui, vão pensa que sou mendigo.
Fiquei com preguiça de volta em casa, então fui do jeito que eu tava mesmo, foda-se as garotas. A caminhada não foi legal pelo fato de eu ter pisado em um cocó mutante do mal, feito por algum dinossauro( ele era gigante). Sai pela rua arrastando meu pé para ver se saía tudo aquilo, mas a única coisa que consegui foi parecer um deficiente físico. Que legal, chegar na casa de uma pessoa que você acabou de conhecer, que estar lotada de garotas, com o pé fedendo e parecendo um mendigo, irei passar uma ótima impressão. A casa dela era enorme. Tinha um super portão que caberia um caminha fácil, e o muro era quase todo o quarteirão.
- Filha da mãe, não era para tocar a campainha agora - falei sendo tarde de mais. O Pitter dois já tinha tocado.
- Foi mal...
- Eu queria tirar esse negócio do pé antes.
Enquanto esfregava o pé na grama do lado da porta, olhei para cima e ali estavam. Umas quatro garotas olhando para mim enquanto tirava o cocó do meu pé elegantemente. Não avistei a Paullina, então tentei mudar o foco.
- Onde estar a Paullina?
- Isso aí no seu pé era cocó? - Perguntou uma das garotas apontando para meu pé, e as outras rindo.
- Não, pisei em uma Barra de chocolate no chão - POW. Freddy 1, garota desconhecida 0.
Todas começaram a rir e a empurrar ela. Eu meio que senti por ela, então continuei.
- E cocó sim. Vindo para cá, um brotou bem na minha frente e eu não vi.
E lá estava eu fazendo amizade fácil com quatro garotas desconhecidas. Fomos para dentro da casa(que mais parecia uma mansão). Elas falaram que a Paullina tinha saído para fazer uma matrícula em um curso.
- Curso do que?
- Curso de Danças urbanas.
- oque é danças urbanas? - Eu amava danças, mas não era muito bom (sabia algumas coisas, e tinha atitude, mas não era bom).
- Danças urbanos, são todas as danças originadas do Funk Styler ( Breacking, Popping, Loocking, Hip hop e etc).
Eu era fascinado por danças, e onde eu morava não tinha muitas opções para aprender. Fiquei muito interessado naquilo.
- Que horas ela volta? - Perguntei meio impaciente. Mas só foi eu termina a frase, que ela apareceu na porta
- Freddy, que surpresa. - E foi direto me abraçar. Se fosse outro garoto acharia que Ela me dava mole, mas para mim todos eram simplesmente simpáticos.
- Onde você estava Paullina? Queria falar comigo? Estava com alguém?
- Há sim... Fui hoje mais cedo na sua casa com uma amiga. Ela queria te conhecer.
- E quem é essa sua amiga?
- Se inscreva no curso de dança que eu me inscrevi, e saberá.
Naquele dia ela não me falou quem era a garota( por qual razão? Não faço a mínima ideia), mas foi o que eu resolvi fazer. Decidi ir no dia seguinte com o Pitter dois ( por que "Pitter dois" você deve esta se perguntando; por que o Piter original e meu amigo de infância), e a Paullina me inscrever nesse curso. Acabou que o Pitter dois também resolveu se inscrever.
Acordamos cedo no dia seguinte e seguimos direção ao local de inscrição. Chegando lá, apesar de ser cedo ( para mim), tipo, umas 9:00 da manhã, já tinha muita gente lá na fila. Pegamos nossas fichas e ficamos esperando. Chamou primeiro o Pitter dois, e depois que ele se inscreveu, a recepcionista falou que já estava cheio a turma. COMO ASSIM CHEIO? NÃO ACORDEI 9 HORAS DA MADRUGADA PARA NADA. Quase implorei para abrirem uma vaga para mim, mas ela falou que a sala já estava super lotada, e o máximo que eu ia conseguir seria participa de um Workshop que estava tendo na semana.
- Que droga. Vamos para casa!
- Calma Freddy, vamos pelo menos no workshop?! Vai que você encontra a garota que você estava falando hoje mais cedo...
Voltamos no dia seguinte para um Workshop. O professor de dança tinha um estilo quase igual o meu, então deduzi que curtia as mesmas coisa que eu. Ele era novo, acho que tinha uns 20 anos. Usava óculos, boina, minha altura, uma tatuagem no braço, roupas apertadas e dois alargadores.
Tinha muitos alunos, mas nao vi uma garota em especial que queria ver. Então o professor começo a falar.
- Hoje não veio todos os alunos, e estou vendo caras novas aqui. Vou ensinar um pouco do que eu sei. Esse workshop durará três dias, e no final veremos oque vocês aprenderam.
Eu só conhecia meu primo, e tinha umas 40 pessoas naquela sala de dança não tão grande para dançar com liberdade.
Os dois primeiro dias eu estava meio inibido, e com um pouco de vergonha. Eu sabia dançar, não tão bem como falei, mas também não tão mal. Tinhas momentos em alguns intervalos que ficava sozinho no canto dançando para mim, e oque eu sabia.
No último dia fizemos uma roda e o professor pediu para nos colocar em prática os ensinamentos que adquirimos naquele curto workshop. Eu fiz todos os passos naturalmente é com facilidade até. Um por um dançaram, e no momento em que pensei que tinha acabado, uma das garotas que já dançava(há dois anos, segundo ela), se levantou, andou até o meio da roda, e apontou para uma pessoa, e essa pessoa era eu.
Fiquei meio que sem entender. De todas as pessoas daquela sala, Ela tinha sido uma das que eu mais me aproximei.
- Eu desafio você! - Falou a garota no meio da roda - desafio para uma batalha de dança aqui e agora.
Como assim me desafia? Eu não quero batalhar com ninguém, nem sei se danço bem, e outra, eu só fui ali para tentar ver alguém, somente isso é apenas isso. Não sei por que, mas falei.
- Só se for agora COLEGA!!! - por que falei isso?

Amo Noites! - #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora