Eu tinha absoluta certeza de que estava ferrado. No fundo sabia que essa de sair sozinho por aí em uma cidade que não conhece ia acabar em merda. Minha perna começou a tremer mas não por medo, e sim por ansiedade. Você deve estar se perguntando "ansiedade?". Por algum motivo eu queria me perde, sei lá... Uma aventura voltar para casa sem saber como, vai que com isso eu poderia realizar o melhor dia da minha vida e superar a Luar com aquela ideia do ônibus. Fiquei pensando e muitas coisas que se pode fazer em uma cidade grande é de como a comunicação estava avançada ultimamente, me perde de verdade séria meio difícil, bastava um telefonema para alguem vim me bbusca, e esse pensamento me confortava mesmo sabendo que era só ligar para o meu pai e problema resolvido. Descidi fazer tudo sozinho. Descer na próxima parada e começar minha "Mine aventura".
Me levantei da cadeira mas antes mesmo de o ônibus parar meu celular tocou, já era tarde até, umas 22:14 é fiquei surpreso porque na minha mente meu celular já tinha descarregado a tempos. Era meu pai, encarei por alguns instantes aquela ligação e pensei se atendia ou não, poderia muito bem falar que meu celular estava descarregado ou qualquer coisa do tipo mas lembrei da minha mãe e de quanto ela era preocupada comigo, então resolvi atender.
- Alô?!
- Onde você está?
- Eu não sei Pai...
- Como assim não sabe? - Disse ele com uma irritação na pergunta.
- Peguei o ônibus errado e não tenho ideia de onde estou...
- Pergunta pra alguém ai por perto.
- Moça... - eu estava em pé quase na porta de saída do ônibus - Moça? - Tentei chamar a atenção de uma mulher que estava de Cabeça baixa, ela tinha longos cabelos pretas e aparentava estar dormindo. - Com licença... - Consegui acorda finalmente a pessoa, mas levei um susto porque na verdade era um homem barbado e não uma mulher.
- Pois não... - A voz era mais masculina ainda. Quase dei risada daquilo, mas usei todo meu poder de concentração tirado do fundo da minha alma para não rir.
- O senhor sabe onde estamos no momento? - Não aguentei e soltei uma leve risada, mas disfarçando fingindo rir de outra coisa. Acho que 90% das mulheres teriam inveja daquele cabelo longo, liso e sedoso.
- Sei sim.
- Poderia explicar aqui para meu pai no telefone por favor? - E mostrei o telefone para ele.
- Claro.
- Pai o Moço vai te explicar aqui o local que estamos - então passei o celular.
Fiquei frustrado, queria me perde (que pensamento louco esse meu). Mas gente, é quase impossível se perde de verdade no mundo que vivemos atualmente (a não ser que você seja muito azarado). O ônibus parou e o homem que estava com o meu celular desceu e me chamou para ir junto.
- Venha, vou te colocar no ônibus para voltar a estação, seu pai vai ir te buscar lá. - Então desci junto com ele. Estava cansado, com fome e sono, além de estar andando com uma mochila insuportável nas costas.
- Vai demorar muito para o ônibus chegar? - perguntei enquanto me encostava na placa do ponto e tirava a mochila.
- Não sei, veja por você mesmo - e nesse momento ele puxou a mochila que se encontada nos meus pés e correu ainda com meu celular nas mãos. Eu tentei acompanhar ele por um quarteirão, mas estava escuro, não conhecia o lugar, estava com fome, não era fã de corridas então a única coisa que eu fiz foi dizer.
- VOCÊ DE COSTAS PARECE UMA MULHER!!!! - acho que ele não ouviu, mal conseguia ver ele no meu campo de visão.
Pronto, aqui estou eu em uma Rua escura, encostado na parede e um colégio (que cai entre nós, precisava de una pintura nova), sem celular ou qualquer outra coisa que não seja a roupa do meu corpo. Pensei em esperar o ônibus volta e implorar pro motorista me levar para a estação, ou então me empresta alguma aparelho celular. Aquele cretino dos cabelos lindos um dia me paga. Vamos lá Freddy, você não queria uma aventura, agora vai...
Pra deixa tudo uma maravilha estava um tremendo frio e não se via quase ninguém na rua. Meu pai, não melhor, minha mãe vai me matar quando ou se eu chegar em casa. Depois de uns 30 infinitos minutos esperando naquele bendito ponto, o ônibus apareceu. Eu vi ele vindo no fim da rua (até porque ela era muito escura e os faróis do busão estavam ligados), então dei sinal para ele parar, mas não tinha certeza se queria fazer o certo ou entrar na minha "Mine aventura". Enquanto ele se aproximava eu fiquei com essa dúvida cruel até pensa na minha mãe, fazer aquilo com ela seria muito egoísmo da minha parte então fiz o correto. O ônibus parou na minha frente e sem nem abrir direito às portas eu já fui implorando pro motorista...
- Motorista por favor me ajude... Fui roubado e não conheço esse local da cidade (se bem que eu não conhecia local nenhum dessa cidade) e estou sem nada. Poderia me ajudar? - Tentei parecer o mais triste possível, uma coisa que poderia ser verdade se não estivesse ainda mais frustrado.
- Claro, sobe aí... Pega meu celular e liga pra alguém ir te busca na estação. - Incrível como ainda existe pessoa que conseguem acreditar nas palavras do próximo, eu era uma dessas pessoas.
- Muito obrigado senhor. - Entrei no busão, peguei o celular e liguei para meu pai. Depois de várias tentativas em vão, resolvi ligar para minha madrasta e novamente ninguém atendia.
- Qual o problema amigo? - Perguntou o motorista notando minha reação a cada ligação que caía na caixa postal.
- Ninguém atende o Telefone. Pegue - devolvi o aparelho - quando chegar na estação eu peço outro emprestado a algum funcionário...
Já era muita gentileza do motorista me levar até a estação de graça. Quando cheguei ao meu destino tentei agradecer a ele o máximo possível pois não tinha outra maneira de demonstrar minha gratidão.
- Boa sorte colega! - Disse ele enquanto me afastava.
- Digo o mesmo... - E dei tchau.
Me virei para ir andando a estação (pois ela estava do outro lado da rua), e bingo, pisei em um brinde de um cachorro muito simpático.
- MEU PÉ TEM ALGUM IMÃ DE COCÔ POR ACASO???? - Gritei como se tivesse alguém me ouvindo - droga... - Sai arrastando meu pé no chão enquanto seguia direção ao banheiro.
Era bem tarde, não sei que horas exatamente, mas tinha poucas pessoas transitando por ali, mesmo assim o banheiro estava com uma fila (vão caga em casa meu povo). Enquanto esperava na fila, chamava a atenção pelo cheiro.
- É meu pé para a sua informação. - falei para o cara que olhava para mim como se eu tivesse cagado na roupa.
Esperei 9 malditos e fedidos minutos naquela fila até conseguir entrar e limpar meu pé. Pronto agora estou "cheiroso" novamente (nem tanto assim). Fui lendo as placas tentando encontrar algum suporte para me ajudar. Depois de um tempo rodando pela estação igual uma formiga sem rumo resolvi pedi informação, mas não encontrava ninguém. Legal que quando é pra cagar é cheio de gente no banheiro, mas aqui nas plataformas não tem ninguém, deduzi que as pessoas não vem aqui para pegar o metrô ou trem, vem cagar mesmo. Enfim, encontrei uma garota usando um boné preto, short jeans meio folgado e curto, uma mochila grande e preta cheias de botons e uma camisa xadrez Vermelha com marrom. Ela estava encostada na parede lendo algo. Mé aproximei para pedir algumas informações.
- Hey, com licença... Poderia me ajudar... - Falei me aproximando e estendendo a mão. Ainda não conseguia ver o gosto dela porque estava de cabeça baixa lendo um folheto. - Estou meio perdid... - Quando ela levantou a cabeça foi que eu vi o rosto. Entrei em estado de choque instantâneo. - Lu... Lu... Lua... Luar?! - sim, era ela mesmo com aquele sorriso brilhante e aquele olhos cristalinos.
- Há, oi Freddy... - Disse ela com uma naturalidade que parecia que me via todos os dias - qual o problema? - Não disse nada, só dei alguns passos, fiquei a menos de um metrô dela e dei um cascudo em sua cabeça - AI... Porque iss... - Antes dela termina dei um abraço quente e apertado.
- Tava com saudades de você... - Nem olhei sua reação, só abracei e fechei os olhos, ela não respondeu nada só me abraçou de volta, oque foi bem melhor que palavras.
- Me desculpa Freddy, eu sei que devo isso a você, e sei que tem algumas perguntas pra mim, vou responder tod... - Dei outro cascudo nela - AI...
- Você mereceu esse também. - O cabelo estava todo para dentro do boné e foi um dos motivos que não reconheci de cara, porque aqueles cabelos eram marcantes.
- Ta, desculpas de novo, vou explicar tudo, mas antes de tudo você vai me dá mais algum cascudo? - Disse ela coçando a parte de cima da cabeça - você sabia que dói?!
- Quem sabe... Você mereceu esses dois.
- Oque faz aqui? - Dei uma risada alta e nada discreta.
- Eu deveria estar perguntando isso, não acha? - Quando ela se tocou, dei risada também. Adorava admirar aquela risada. - Só para lembrar que você me decepcionou muito... - Aquelas palavras fez com que a risada desaparecesse.
Ela saiu de perto da parede e seguiu em direção a uma cafeteria, e fez um gesto para seguir ela então foi oque fiz. Pelo caminho ela não disse nenhuma palavra e muito menos eu, me contentava ficar apenas observando ela discretamente. Sentamos em uma mesa e ela me perguntou se eu queria algo.
- Vamos lá, você ta com cara de fome - insistia ela.
- Tenho essa cara toda hora.
No final acabei aceitando um sanduíche com suco de goiaba( meu favorito). Como antes ficamos em silencia enquanto comia até eu tentar abrir a boca e ela com um sinal querendo dizer "depois que comer você fala". Só sei que o clima estava tenso e ela um pouco estranha. Tentei encarar àqueles olhos mas não conseguia, não por mim, mas ela nem olhava na minha direção, ou olhava para baixo ou para os lados.
- Chega Luar... Oque aconteceu desde que você sumiu? - Cortei aquele silêncio com uma pergunta muito direta.
- Bem... Nada de mais... Só que estou sozinha nesse mundo. - Disse ele quase chorando. Pensei um pouco antes de fazer outra pergunta.
- Cadê sua mãe? Vocês não iam se encontrar aqui em SP? - Temi a resposta daquela pergunta. Ela ficou paralisada e tão silenciosa achei até que tinha parado de respirar. - Luar... - Levantei e coloquei a mão em seu ombro, mas logo depois ela tirou balançando o ombro e olhando nos meus olhos.
- Minha mãe morreu.
O temor da minha pergunta se concretizou.
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Amo Noites! - #Wattys2016
Ficção Adolescente"por que ninguém pensa como eu? espera um pouco... ela pensa" Jason M.P. Freddy e um garoto com qualidades e defeitos raros para uma pessoa só. No decorrer da historia ele conhece três garotas, e pelo fato de ser iludido fácil se apaixonando pelas...