Rosa Branca

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_ Como se chama?_ perguntou Julian se virando de costas.
_ Geneviève. _ respondeu a jovem despindo-se e entrando na banheira.
_ Você é uma bruxa como eles pensam?
_ Acha que pareço uma?
_ Bom, a julgar que segundo as pessoas, as bruxas são velhas, narigudas e cheias de verruga, não. Você não me parece uma.
_ Oh, obrigada por dizer que não sou medonha. _ disse Geneviève ironizando, soltando um risinho.

Julian riu também. Por um momento, durante a gostosa conversa, ambos se esqueceram do que estava acontecendo no resto do castelo.

A criada que estava no quarto ajudou Geneviève a sair da banheira e se enrolar num roupão que estava separado para ela.

_ Quer que eu lhe dê licença agora, dama? _ perguntou Julian ainda de costas.
_ Sim, por favor.

E Julian saiu do quarto e ficou esperando à porta.

Depois de vestir o fino vestido que haviam lhe separado, Geneviève abriu a porta do quarto em que estava e pediu para que Julian entrasse outra vez.

_ Sei que não deveria, mas confio em você. Não sei o que é, nem porquê, mas simplesmente confio. Acho que estou desesperada, e você foi o único que não me olhou ou tentou fazer algo comigo que eu não quisesse. _ disse a jovem com a cabeça baixa.
_ Vou ajudá-la! _ disse Julian com a certeza em seus olhos azuis profundos.
_ O que disse? _ ela perguntou, não acreditando no que ouvira e agora olhando nos olhos de Julian com uma pontinha de esperança.
_ Sinto que devo fazer isso. Na verdade, eu gostaria de ajudar todas as mulheres aqui. Gostaria que todas escapassem. Sei que tudo isso é injusto. Então farei o que devo. Há alguns meses atrás, pegaram minha esposa e filha, não consegui fazer nada por elas. Gostaria, mas não pude. Elas se foram, e tudo por causa dessa estupidez do rei. _ ele disse, agora baixando o semblante
_ Eu sinto muito. Tem alguma coisa que eu posso fazer? _ perguntou Geneviève olhando nos olhos de Julian.
_ Apenas me ajude a te ajudar. Temos que ir agora, o general a espera.
_ Mas não vai me ajudar a escapar? _ perguntou a moça confusa.
_ Sim. Mas depois, agora deves ficar com o general.

A moça baixou a cabeça e concordou. Julian a conduziu pelo pátio que levava ao quarto em que o general a esperava.

_ Espere! _ pediu Geneviève, e se dirigiu ao canteiro de rosas brancas que ali havia. Colheu uma, sentiu profundamente seu aroma e se pôs novamente ao lado de Julian. _ Pronto. Podemos ir.

Julian ficou curioso, mas preferiu não dizer nada. E ficaram em silêncio durante o resto do caminho.

Assim que chegaram ao quarto do general, Julian virou-se para Geneviève e disse:

_ Encontre-me daqui a três horas, que é quando estarão apagados.

Então ele bateu à porta e logo em seguida abriu.

_ Que Hecate me guarde. _ disse Geneviève num sussurro e entrou.

...

_ Olá querida. _ disse o general, deitado na cama, com um sorriso malicioso.

Geneviève não respondeu, apenas ficou de cabeça baixa e mãos para trás.

_ Não tenha medo, docinho. _ disse o general colocando dois dedos no queixo da moça e erguendo-o para olhá-la nos olhos.

Antes, o general estava com um sorriso malicioso nos lábios, mas quando olhou nos olhos cor-de-mel de Geneviève, seu semblante mudou e ele sentiu uma coisa diferente invadindo-o. Naquele instante, o rosto de Geneviève se tornou o mais lindo que já havia visto na vida. O general ficou encantado com a moça. Pegou em um de seus braços e desceu sua mão até a dela, fazendo com que a rosa branca caísse.

_ O que é isso?_ perguntou ele, pegando a rosa do chão. _ Um presente para seu General?

_ Não. Colhi para mim.

_ Uma moça ousada! Gosto disso! _ disse ele, chegando mais perto dos lábios de Geneviève.

O general entregou a rosa à Geneviève e deu-lhe um beijo de leve nos lábios. Ela não retribuiu.

Como ela não conhecia o general, não sabia que esse tipo de atitude não era do feitio dele, ele sempre era tão bruto, apenas usava as moças para satisfazê-lo antes de as matarem, mas algo realmente mexera com ele. E era ela. Parecia algo como um feitiço.

Fantasma de Uma RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora