Noite com o General

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_ Espere-me na cama, querida. _ disse o general voltando a si e se retirando para seu closet.

O general tirou sua farda, vestiu-se com um roupão e voltou à cama.

_ Querida? _ chamou o general olhando para Geneviève. _ Moça, estou aqui, acorde!

Em outras circunstâncias, o general teria acordado a jovem e usufruído dela assim mesmo, se ela não fosse ela. Mas não, ele sentiu algo por Geneviève, algo que nem ele mesmo sabia o que era, então apenas deitou-se ao lado dela, admirou-a por um tempo e começou a acariciar-lhe o rosto. Passou a mão por seus cabelos avermelhados, seus lábios, suas bochechas... E adormeceu ao lado dela.

Abruptamente, Geneviève abriu seus olhos e viu que o homem de cabelos levemente grisalhos estava realmente adormecido ao seu lado, então levantou-se.

_ Você não conseguiu, seu verme! _ disse Geneviève em pé ao lado da cama não muito alto para não acordá-lo, olhando-o com repulsa.

Cuidadosamente, pegou o relógio de bolso no bolso da farda do general, que estava pendurada em um cabideiro que ali havia. Vendo que já haviam se passado três horas desde que havia falado com Julian, pegou a rosa, novamente cheirou-a. Logo abriu a porta e o viu vindo em sua direção.

_ Vamos, Geneviève.

E ela pegou na mão de Julian.

Juntos eles atravessaram o imenso corredor, que agora, vazio, parecia ainda maior do que antes. Quando chegaram ao portal que leva ao pátio, olharam para ver se não vinha niguém, e vendo que não, correram pelo pátio até o outro lado. E saíram por uma passagem que só os soldados conheciam. Era um alçapão num canto do jardim, só usada para emergências. Ela dava direto para a margem do Grande Rio, que fica atrás do castelo.

_ Por que está ajudando a mim especificamente? _ perguntou Geneviève num arfar, por causa da corrida até ali.

_ Como já disse, gostaria de poder ajudar a todas, não acho justo o que eles fazem. E além do mais, você me lembra Eyria.

_ Obrigada mesmo, Julian.

_ Disponha. Agora vou levá-la em segurança para casa.

E eles fizeram todo o caminho para a casa de Geneviève pelas sombras, e sempre verificando se alguém os via.

_ Obrigada novamente, Julian. _ disse Geneviève quando chegaram.

_ Pare de me agradecer! Vá para casa, se esconda!Tome todo o cuidado possível. Amanhã eles farão a ronda por aqui novamente, não esteja em casa. Boa noite!

_ Boa noite!

...

Chegando ao castelo, Julian viu os soldados ébrios, caídos no chão. E então foi para o seu quarto. Já era por volta de quatro e meia da manhã quando chegou, estava cansado, então adormeceu e só acordou quando a marcha matinal soou pela terceira vez.

...

Fantasma de Uma RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora