Naquela noite, a rainha não dormira, não conseguia relaxar com todos aqueles gritos desesperados no grande salão. Só gostaria de poder fazer alguma coisa por aquelas mulheres.
Quando mais jovem, acontecera algo parecido com Alissa, a rainha. O rei Edgar estava à procura de uma esposa para governar seu reino com ele. Chamou todas as moças virgens para deitarem-se com ele, a que ele gostasse mais, casaria. Alissa foi tirada de sua casa, de sua família, seus irmãos, com apenas 15 anos e levada para o castelo. Felizmente, ou infelizmente (até hoje ela não sabe) o rei se apaixonou por ela, e ela foi a escolhida por ele, as outras mulheres, ficaram largadas no harém do rei. Mas as vezes o rei ainda dormia com uma ou outra de lá, e Alissa sabia disso, mas não se importava tanto, pois não o amava. Todos os dias a rainha pensava em quando sairia dali e reencontraria sua família, se seus pais ainda estariam vivos, como estariam seus irmãos, se ainda sentiam falta dela...
Já era de manhã quando Edgar a chamou.
_ Querida, _ chamou o marido indo em sua direção _ sorria. Hoje, todas aquelas bruxas serão punidas. Não se sente bem pelo nosso reino?
_ Claro que não, Edgar, isso é injusto!
_ Bom, tanto faz. Inspire-me querida, porque hoje tenho muito trabalho.
_Quer saber?! Estou farta disso, se quiser inspiração, encontre-a sozinho, porque a mim, você não terá mais em sua cama! Não sou um objeto.
O rei encheu-se de ira e deu-lhe uma bofetada no rosto que a derrubou no chão. Então o rei pegou-a pelos negros cabelos, levantando-a e pressionou seu rosto contra a parede.
_ Você faz o que eu quiser! Eu mando em você! E se eu quiser, você vai me dar! _ disse o rei no ouvido da esposa num tom um tanto quanto sombrio.
Dito isso, jogou-a no chão novamente, despiu-a com toda grosseria que lhe era possível rasgando as vestes da esposa, deixando-a completamente nua. Levantou-a pelos cabelos outra vez e a pressionou contra a parede metendo-lhe por trás. Dava-lhe muitos tapas que lhe deixavam marcas de dedos. Puxava os cabelos da esposa com toda covardia. E metia-lhe mais e mais forte, até que chegou ao ápice de seu prazer. Então, jogou-a novamente no chão, vestiu-se e saiu do quarto, deixando-a ali.
Alissa estava ali no chão, nua, machucada e chorando. Não aguentava mais viver daquele jeito, mas era preciso. Precisava se manter viva, e acima de tudo, precisava proteger sua família.
_ Se quiser fugir de mim, eu vou até o inferno te achar, e não pense que eu vou simplesmente te matar, não, será muito pior. Você se arrependerá de ter tentado fugir de seu rei. Agora és propriedade minha, seu corpo é propriedade minha e eu faço de você o que eu bem entender. Pense nisso, pense na sua querida família... _ essas palavras ainda reverberavam na mente de Alissa, mesmo 17 anos depois de tê-las ouvido da boca de Edgar.
Tal lembrança sempre a assombrava, mas ela precisava ter isso na cabeça, para nunca esquecer do risco que estava correndo.
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Fantasma de Uma Rosa
RomansaNo pequeno reino de Aurium, onde hoje é parte da Espanha, a caça as bruxas também havia começado. E o rei Edgar não perdoaria nenhum mísero sinal de bruxaria. Um rei egoísta como ele, não deixaria impune quem fosse contra seu reinado. Mas o que ele...