Acordado - Parte 2

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"O que há de errado, Bella?" Perguntei, esperando que minha voz não estivesse partida como a dela. Ficar sem resposta a essa pergunta poderia ser bom.

"Estou morta, né? Eu me afoguei mesmo." Os olhos dela se lançaram em direção à porta. "Merda, merda, merda! Isso vai matar Charlie."

Ela surpreendeu-me com uma resposta que eu nunca poderia ter previsto. Algumas coisas nunca mudariam.

"Você não está morta."

"Então, por que não estou acordando?"

"Você está acordada, Bella". Eu deveria tê-la soltado, livrado-a do pesadelo que a tinha levado à insônia, mas meus braços não obedeceram, mantendo-se envolvidos em torno dela.

Seu cabelo caiu em seu rosto enquanto ela discutia. "Claro, claro. Isso é o que você quer que eu pense. E então vai ser muito pior quando eu acordar. Isso se eu acordar, o que eu não vou, porque estou morta. Isto é horrível." De todas as coisas que eu tinha planejado implorá-la, convencê-la de que eu não era uma invenção de sua imaginação não havia sequer entrado na lista. Uma vez eu havia considerado sua saúde mental em risco - será que eu finalmente a fiz extrapolar o limite da sanidade?

Ela não parou. "Pobre Charlie. E Renée, e Jake." Sua boca estava aberta em horror.

Ignorando a menção dela do vira-lata, considerei como provar que ela estava acordada. "Eu posso imaginar porque você pode estar me confundindo com um pesadelo." O jeito que ela tinha gritado o meu nome durante seu sono deixou isso bem claro. "Mas não posso imaginar o que você poderia ter feito para acabar no inferno. Você cometeu muitos assassinatos enquanto estive fora?"

Os cantos de seus lábios cor de rosa curvaram-se para baixo. "Obviamente que não. Se eu estivesse no inferno, você não estaria comigo."

A versão idealizada que ela tinha de mim só reforçou o fato de que ela não estava acordada. Eu suspirei, pensando se devia ou não usar o copo d'água ao lado da cama para trazê-la de volta à compreensão. Beliscá-la estava fora de questão, e minha imaginação não chegaria nem perto do que Alice poderia sugerir.

Bella desviou o olhar, em direção à janela. Quando seus olhos se voltaram para mim, eles estavam arregalados em descrença. Seus lábios se separaram de surpresa, enquanto o rosado aparecia em suas bochechas, colorindo sua brilhante pele de alabastro com um vermelho aconchegante. "Então tudo aquilo realmente aconteceu?"

"Depende". Eu queria dizer "não" - deixá-la permanecer feliz e ignorante dos horríveis sofrimentos que eu a submeti. Mentir para ela já não era uma opção, no entanto. Um sorriso sem humor vincou dos meus lábios... cá eu estava preocupado com seus pesadelos, e eu estava prestes a trazer o pior deles à realidade. "Se você está se referindo a nós quase sendo massacrados na Itália, então, sim."

Ela nem sequer piscou. "Que estranho. Eu realmente fui para a Itália." Ela deu um meio sorriso com um olhar distante em seus olhos. "Sabia que eu nunca estive mais do que a leste de Albuquerque?"

De todas as coisas para golpeá-la com minha afirmação! "Talvez você devesse voltar a dormir. Você não está coerente."

Ela empurrou seu cabelo para trás e esfregou os olhos. "Eu não estou mais cansada. Que horas são? Por quanto tempo eu estive dormindo?"

Não o suficiente. "Acabou de passar de uma hora da manhã, então foi por cerca de 14 horas."

A cabeça dela balançou, aceitando esse pequeno momento de verdade. Espreguiçando-se como um gato, ela alongou o corpo, de seus dedos tocando a cabeceira da cama acima dela até os dedos dos pés, empurrando o topo dos meus. "E Charlie?" ela resmungou.

O Lado Sombrio da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora