Shoot love ↪ Niam

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 Dani, que estava mais ao centro da mesa e ao lado de seu namorado, distribuiu os pratos para que todos pudessem se servir. As três garotas eram barulhentas juntas, embora Marie fosse mais observadora. Com esta habilidade foi que ela notou o loiro formando a palavra "relaxe" com os lábios silenciosos na direção do novo namorado da amiga e levantou uma sobrancelha para o fato. Segundos depois Liam quase deixou seus talheres caírem de tão trêmulo que estava e foi então que a garota notou que algo estava definitivamente errado. Porém, logo as outras três começaram a cochichar sobre algo e a loira, não querendo ficar de fora, amontoou-se sobre elas.

Burt notou que as mulheres iniciaram seu processo de ficar em seu próprio mundinho feminino e tratou de puxar uma conversa com os rapazes.

—Vocês têm assistido a essa temporada de beisebol? Acho que o Atlanta Braves tem chance de ganhar, finalmente em anos.

Niall percebeu que seu pai colocava mais carne gordurosa no prato do que qualquer outra coisa. E é óbvio que não perderia a oportunidade de puxar a sardinha para o seu lado, dizendo que algo no estado da Geórgia poderia ser melhor que o resto do país de alguma forma. Era tão sulista que doía. A maior conquista do estado era, talvez, a Coca-Cola. Isso se você não se importasse com as dezenas de efeitos colaterais catastróficos que ingerir tal bebida causava no corpo humano e o loiro se preocupava; sim. Tal como pensava na saúde de seu pai, que tinha problemas cardíacos como pressão alta e mesmo assim insistia em comer coisas salgadas demais ou muito oleosas. O policial, então, pegou o prato do pai e retornou com a maioria do volume para a travessa, substituindo por salada. Burt tinha um olhar magoado, mas seu filho simplesmente respondeu:

—Pelo menos enquanto estiver perto de mim tenha um pouco de respeito e finja que não está tentando morrer. – Disse, o olhar cortante. Seu pai aceitou a intromissão porque não era todo dia que Niall se mostrava propenso a demonstrar afeto com ele de forma tão pública e aquilo aquecia seu coração. —Ele tem problemas de coração, sabe? Mas não adianta falar com ele. Nem pra fazer uma dieta ele tem vergonha na cara. – Continuou, virando-se para Liam.

O maior não conseguia nem olhar para frente, tão travado estava. "Oh, por favor", pensou o de olhos azuis. Se Liam continuasse agindo como um antissocial estranho, aí sim as pessoas teriam motivo para desconfiar dele. Chutou sua perna por baixo da mesa, ganhando sua atenção.

—Pois bem, você sabe que o Atlanta Braves teve o fim de sua era de ouro em 2005, pai. Aceite, não vai acontecer de novo. – Lançou um olhar de advertência tão mortal para o homem à sua frente que o fez tremer nas bases. Nunca, por um segundo que fosse, Horan deixou a entender que não era ele quem estava no comando.

—É-É verdade, os Giants estão claramente dominando este ano. – Gaguejou o moreno, mesmo que precisasse de um empurrão para isso.

—Viu, pai? Conforme-se e coma sua salada.

—Mas filho...

—COMA. A. PORRA. DA. SALADA. – O tom entredentes do loiro foi tão agressivo que a mesa inteira se virou para encará-lo por um segundo. Deu de ombros e voltou sua atenção para a refeição, não se importava em ser o carrasco da família. Não é como se fosse ganhar a simpatia de ninguém mesmo, por andar bonitinho na linha.

Aos poucos os murmúrios em volta da mesa reacenderam e o detetive ainda conseguiu captar Carly comentando "Qual o problema dele?" antes de apagar sua existência de sua mente de novo. Decidiu se concentrar apenas na tarefa de fazer o que tinha vindo para fazer e ir embora o mais rápido possível. Deixou seu cérebro vagar no automático até que, lá pela metade do seu prato, pegou-se encarando Liam nos olhos – e o maior correspondia. Opa, isso não podia acabar bem. Tão logo tiveram seu momento, seus olhares se separaram pela namorada do moreno que exigia sua atenção para alguma coisa em sua roda de amigas. Seu pai aproveitou o instante em que não estava ocupado para, lógico, ter uma conversa particular.