-School Sucks. {Seen it All Before.}

105 4 0
                                    

  Entrei. Olhares logo se desviaram para mim, eram todos tão ''Humanos'' e eu era ''Eu'' apenas. Estava num mundo que não era o meu, era tudo deles. Sentia-me uma Invasora, mas pensei que, os próximos três anos da minha vida seriam assim.Cheios de olhares, bocas, e com muita certeza, pessoas que não queriam o meu bem. Assim como foi no secundário, mas não pretendo que seja tão sanguinário como aqueles anos passados de mortes cometidas por mim . Eu era Diferente. A única com cabelos loiros quase brancos. A única coberta de tatuagens no braço. A única com ténis de plataforma. A única de Chooker ao pescoço, Make preta carregada e sem um sorriso. Sem duvida, eu era a única que não sentia nada. A que não estava feliz, Mas também não estava triste. Apenas estava. Dirigi-me ao meu Cacifo, era o 56 mesmo no meio de milhares deles. No inicio pesei que não seria boa ideia uma pessoa como eu estar rodeada de ''pessoas''. Mas enfim. Já haveria dado o toque, claro que como sempre estava atrasada no meu primeiro dia. E estaria atrasada nos outros todos. Mas não importa, eu não correspondo ao paradigma de caloira normal, nunca correspondi. Entrei na aula, era Literatura, Estava em ''Letras''. O professor já havia começado a falar. Ouvi-o dizer : ''Passemos ás apresentações, comecemos por...'' E eu entrei. ''Pode ser já por si. Comesse por justificar este ligeiro atraso." E Fudeu. Tinha de falar agora. Merda. Não sabia o que dizer, mas respirei fundo. Passaram varias ideias pela minha mente em breves 6 segundos, depois, meio que desliguei a minha mente e disse o que me veio á cabeça. ''Bem, Estou atrasada pelo simples facto que ninguém me pode obrigar a não estar atrasada ( neste momento fiz me lembrar uma criança rebelde no seu 6º ano, mas okay, keep going) Sou Mia, 19 anos. Sim, eu sou essa confusão mental. Eu serei uma das pessoas mais antipáticas que vocês conheceram , e uma das menos sensíveis também. Amor não é coisa que se possa pedir a ninguém então não pesam o meu. ''  Respirei fundo. Sentei-me. Vi Alex lá no fundo e foda-se mais uma vez, queria tudo menos estar na sua turma mas okay. Perdemos uma aula inteira com apresentações estúpidas, das criaturas com quem eu teria de passar os próximos 3 anos da minha vida e, Avé, era mais infantilidade alí que no meu 6°ano. Mas okay. A meio da aula desliguei completamente do que se passava a meu redor. Peguei num caderninho que tenho sempre no fundo da minha mala e, involuntariamente, desenhei Alex. Não sei porque, Muito menos para que. Mas foi algo que fiz durante um "Transe". Acredito que quando desligo do mundo á minha volta, eu tenha um "mini" coma interno. Não sei. Mas não importa.
Tocou. Um toque escolar que me enervava até aos mais fundos vasos sanguinários da Derme. Mas sim, Okay. Levantei-me. Reparei que ninguém mais o fez. E quando cheguei á porta, o Professor, acho que "Edgar" perguntou quem tinha autorizado a saida.
Não sei se foi um ato de raiva provocada por aquele toque agudo, mas respondi: " O toque mandou. E que eu saiba ninguém aqui é menor para fazer o que você diz. Continuação de Bom Dia". Não sei. Estava com umas respostas muito infantis hoje. Mas foda-se, (ando a dizer mais ''foda-se'' que o costume mas Regressando ao ponto da questão) Saí da Sala, Alex seguiu-me. ''Ao que parece, és da minha turma agora'' Disse ele ao se aproximar. ''Nãooooooo, estava na tua sala por mera vontade própria ( -_-'')'' Respondi eu com a mesma rudeza e frieza que falava com ele desde que me sentia minimamente atraída. ''Tanta Antipatia faz-te mal Mia, Tu não és má miúda eu sei disso...'' Defendia Alex tentando meter conversa onde ela não existia. '' Não me tentes, Muito menos provoques...'' Disse eu, parando e fazendo o olhar mais mortífero que eu poderei ter.  Alex mordeu o lábio, e Disse ''Eu não Tento, Eu sou a tentação...''. Posso jurar que, sim, deu-me uma ''Ligeira'' vontade de o Agarrar e Despir logo alí, mas okay.  Caímos na gargalhada. ''Então, Fora de Brincadeiras, qual é o teu cacifo?''.   ''56'' Disse eu, Revirando os olhos, como sempre. ''Boa, o meu é o 57'' FODA-SE MAS QUE MERDA? já não basta ele lá em casa, agora na turma e depois isto? Obrigado universo. Alex não sabe das minhas crises psicoticas. O que ia ele achar quando vir o meu cacifo cheio de merdas mórbidas? e uma quantidade indeterminada de medicação anti ansiedade e o caralho? é melhor rezar para que se nota.

Mas foi um dia normal de aulas, andando de um lado para o outro como se não quisesses saber , todas as cores ardiam nos meus olhos, tudo em mim continuava escuro como rosas pretas. e (mesmo prometendo que não ia falar mais dela eu não consigo.) Tudo me fazia lembrar Cat. Sei lá. Eu sinto a falta dela. Assusta-me. Assusta-me pensar que ela está na mesma situação que eu, mais provavelmente nos braços de outro alguém. Sinto falta da sua voz, do seu cheiro, Nas nossas coisas. Do nosso Ser, Do nosso estar. Do nosso nós. Vai fazer um mês que uma lamina não toca na minha pele. Mas acho que vai ser hoje. Estou tão em baixo. Acho que vou entrar em pânico. Mas tenho de superar até, pelo menos até chegar a casa.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Fim do dia, Foi tudo estanho. Novo. Diferente. E eu odeio tudo o que seja novo, estranho ou até mesmo diferente de mim. Resumindo, odeio tudo. Não sei porque. Mas não é mais que o habitual.

Enzo veio-me buscar, a mim e a Alex. Não me atrevi a dirigir a palavra a nenhum deles no caminho. Não estava com o psicológico certo ou até mesmo inalterado para ter troca de palavras, olhares e até mesmo oxigénio com qualquer daqueles seres humanos. Sei que já cometi este erro uma ou duas vezes, milhares delas para ser sincera. Estou a apagar-me do mundo por alguém que já foi o meu mundo, ou ainda o é, só que já não num ato presente, afectivo ou amoroso. Eu percebi que eu estive este tempo todo a fugir do que sentia por ela. Ou da falta que ela me faz. Mas é tarde. Eu sou um caso perdido. Ela precisa de alguém. Alguém com sanidade mental e que não seja um monstro. 

Ao chegar a casa corri para o quarto. Continuo sem saber. Pus, sei lá, Slipknot nos fones (com esperanças de tirar a raiva que sentia, raiva de ter Cat deixado sair por aquela porta naquele dia, e ter fugido dos problemas em vez de os enfrentar. Mas todos nos crescemos, eu só queria que ela estivesse aqui para ver isto. E me amasse por mais um dia, pois eu dava o resto da minha vida só por mais um dia. )  Afundei-me nas minhas lágrimas, a minha mente era como Indico em dia de Maré tempestuosa. Acho que fiquei naquele suplicio horas. Até que me levantei, Desliguei, Apaguei de tudo ( O tal mini coma que já vos haveria falado antes) Comecei a andar as voltas no quarto com as mão á volta do meu pescoço descendo para o peito lentamente e , por descarga, dolorosamente. A falta de ar presente nos meus pulmões fez-me entrar em pânico e eu corri. Corri para elas. Não sei se lhes chame amigas, ou inimigas, Boas ou más, Abrem ferias pelo meu corpo e deixam aquele liquido escorrer. O que me dá uma sensação de prazer maior que todas outras. Se o deveria ter feito? Não sei. Se foi o correto? Provavelmente e Certamente Não, Mas enfim. É certo que o ar voltou. As lágrimas secaram e eu estava de novo ''Viva''. Eu sou feita de energias negativas do mundo ao meu redor. São o meu alimento, que depois eu liberto a traves destes actos de louca frequentes nas minhas noites de suplicio e afronto.  Atei uma ligadura, na esperança de não pingar nada. Limpei o meu alimento do chão (Não gosto de lhe chamar sangue) e voltei a dormir. Como se nada nas ultimas 12horas tivesse acontecido ou até mesmo imaginado.

Amanha tudo isto se repetia.

E seria assim. 

Nos próximos 3 anos...




Psycho Me (Part2)Onde histórias criam vida. Descubra agora