Um fantasma

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Acordei deitava em cima da árvore, fiquei meio zonza, e sem saber o que estava fazendo ali. Logo me lembrei de tudo o que havia acontecido no dia anterior. Olhei para os lados, e vi a distância da aonde eu estava para o chão, fiquei admirada em não ter caído. Então vi uma pequena mecha de cabelo loiro presa em um galho bem lá embaixo, e desci para ver direito. Lembrei então do garotinho ...aquele belo garotinho. Peguei a mecha, e observei melhor... Que cabelo sedoso... O sol batia bem forte naquele momento, e refletia contra o cabelo que ficava dourado... Então percebi uma mexa pra no meio das douradas. De repente, o cabelo escureceu, e ficou completamente preto e velho, como o cabelo de uma bruxa... Ou de alguém morto, eu soltei e deixei caí-lo no chão, e sai correndo assustada... Como aquilo poderia ser possível, como algo poderia se transformar tão rápido e é tão feio assim, bem debaixo dos meus olhos?! A não ser que aquele menino, não fosse mais um menino...

Cheguei em casa, Nate estava sentado, e fez uma cara de horror quando me viu com aquele vestido todo sujo de terra.
-Meu deus! O que aconteceu?! Onde vc estava, e que roupa é essa ?! Por que está toda suja de lam...
-Nate- eu disse quase chorando e indo abraçá-lo- acho que eu vi um fantasma!!
-o que ???! May, vai lá em cima e toma um banho, temos que pegar a Megg daqui meia hora na casa da Courtney, e temos que ir pra minha casa... Antes que ...-ele para de falar deixando um medo no ar.
-antes que ...- eu disse com duvida.
-Antes que vc vá para um orfanato.

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-Obrigada por nos deixar ficar Senhorita Ross! - disse docilmente a mãe de Nate.
-Não se preocupe querida. Meus pêsames pelo o ocorrido... Desculpe perguntar, mas e o velório?- ela dos com cara de arrependida.
-Mãe, eu vou levar a Magg para o quarto de hóspedes- ele diz antes que eu pudesse responder qualquer coisa.- May, você ficar na cama reserva do meu quarto, se não se importar claro.
-tudo bem...- eu disse fazendo um falso sorriso de lado.
Subimos para o andar de cima. A casa no Nate era bem chique, ele tinha duas empregadas. Seu pai tinha ido embora de casa quando ele tinha apenas 3 anos, deixando ele sozinho com a mãe, que nunca se importou pela grande mesada que recebia. Mesmo sentindo falta de um pai, sempre foi alegre.
Depois de deixarmos a Megg no quarto de hóspedes, eu fui para o quarto dele, e deitei na cama, ele deitou do lado e me abraçou repetindo inúmeras vezes que tudo iria ficar bem...
-Nate...
-Sim May.
-Quem será que era aquele garotinho ??
-Que garotinho May??
-o que eu vi na floresta...- eu disse percebendo uma cara de susto nele
-como era esse menino?- ele pergunta, então eu o descrevo exatamente como eu me lembrava.
-May, vamos dormir tá?
-Mas... Tá bem- então ele colocou uma coberta em cima de mim, e foi para a cama dele.

Era uma vez... Uma sobreviventeOnde histórias criam vida. Descubra agora