Ele...

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Fui até a janela, e Megg se sentou na cama, olhando para o banheiro escuro.
Percebi então, que a janela dava para os fundos do orfanato. Vi um parque, do qual uma balança de mexia sozinha, pensei ser o vento... Algumas crianças brincavam em volta, algumas pareciam ter uns 8 anos, outras 16 e por aí vai. Olhei de novo para a balança, e vi um garoto na mesma. Ele estava com a cabeça baixa, e parecia ter minha idade. Abri a janela. Senti um frio imenso... O que era estranho pois até então estava calor, e o sol raiava lá fora. Então senti um vento bater nos meus olhos, e os fechei. O frio aumentou. Abri os olhos novamente, percebi que o garoto estava olhando fixamente em mim. Seus olhos eram penetrantes de um tom de azul chamativo e destrutivo. Me perguntei por que ele me olhava.
-May!! May!! May - Megg começa a gritar.
-O que aconteceu - eu perguntei chegando bem perto dela, estranhando ela ainda estar do mesmo jeito, sentada e olhando para o banheiro.
-Eu fiz um amigo! -ela continuou.
-Ah é?? Que bom querida, é um amigo imaginário- perguntei tentando não estranhar.
-Não, ele é real... Ele tá preso no banheiro.
-Mas querida- eu disse assustada- a porta do banheiro está aberta- eu continuei indo até a porta e mexendo.
-Ele tá dizendo que não pode sair. Por que ele ...Antes que ela pudesse continuar, uma mulher entrou sem bater. Alta e com a pele mais pálida possível disse:
-Olá meninas. Sou Judith, a diretora do orfanato, é irmã de Jossane. Espero que gostem da sua passada por aqui... E acho melhor desceram. Está na hora do jantar e comemos juntos aqui.
Descemos e nos sentamos em uma mesa. Haviam várias. Cada uma com 6 cadeiras. Me sentei em uma do canto da parede, e todas as crianças foram se sentando nas outras, se perguntando quem eram essas estranhas.
-Boa noite crianças, hoje recebemos com mosco mais duas almas perdidas, das quais tentaremos ajudá-las a encontrar seu destino: May e Megg.
Todos disseram: "Morietur dolor necnon".
Megg e eu trocamos olhares desentendidos, o que seria aquilo? Mas antes que pudéssemos nos perguntar qualquer coisa, aquele garoto de mais cedo, entrou, todos o olharam com ar de desgosto e vergonha.
-Sr. Rocks está atrasado! E perdeu o ritual de boas vindas!- Cassie disse.
Ele a olhou com cara de medo, olhou em volta parecendo procurar algo. Assim que me viu, deu um sorriso meigo e andou até minha direção, sentando ao meu lado.
-Posso ?- ele disse com uma voz delicada e calma.
Assenti com a cabeça.
Ele balançou os cabelos castanhos e se sentou. Calado. Ignorava o burburinho de fofocas que de longe era possível saber que era a seu respeito.
Me perguntei... Por que falam mal dele. Ele parece ser uma pessoa boa e ...
-O grande problema das pessoas boas, é que elas acreditam no lado bom de... De tudo. - ele diz me surpreendendo.
-o que ?? - eu perguntei tentando entender...
-Lamento pelo o acidente dos seus
pais. Mas você vai dar tudo certo!Tenho certeza.
-Como sabe sobre meus pais?- digo assustada.
Ele olha intensamente com seus lindos olhos, e quando abre a boca para dizer seja lá o que, Cassie levanta e grita:
-Tudo bem, a hora do jantar acabou- ela diz seguida de múrmuros e alguns gritos dizendo que ninguém havia terminado de comer aquela gororoba- não quero nem saber! Para o quarto agora!
Todos iam saindo da sala, eu me virei para continuar rapidamente a conversa com o "Sr. Rocks", mas assim que me
Virei, ele havia sumido. Simplesmente desaparecido.
-Ele está aqui May- Megg disse me assustando.
-O que quer dizer com isso Megg?- ela olha pra mim e ri.
-Vamos subir May.
Subimos e deitamos.
Peguei no sono rápido. Mas logo acordei...

Era uma vez... Uma sobreviventeOnde histórias criam vida. Descubra agora