1. A primeira noite

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Já passava da meia-noite na Floresta das Trevas. Tudo estava silencioso e a maior parte das luzes já havia sido desligada, mas Tauriel não se importava. Gostava de andar pelo castelo a essa hora da noite. Seu turno já havia terminado há duas horas, e apesar de ter trabalhado o dia inteiro, não se sentia cansada.

Estava usando um vestido verde ricamente bordado que descia até os tornozelos, com uma fita dourada que contornava a cintura. Arrumou os longos cabelos numa bela trança que caia pelo seu ombro direito e ficou descalça rodeando o palácio sem realmente saber para onde ir.

Havia ido ter com o rei há algumas horas, mas já sentia sua falta. Sabia que Thranduil nunca se interessaria por ela, uma simples capitã da guarda, mas ainda tinha esperanças de ser notada pelo Rei. Ainda perdida em pensamentos, sorriu ao lembrar-se do dia que estava a caminho de um banquete e quando chegou para cumprimentar o rei, ele comentou como ela estava bonita.

Quando deu por si, estava indo na direção dos aposentos do rei. Parou, pensando se deveria prosseguir ou não. Por razão ou por instinto, ela resolveu prosseguir. Hesitou quando chegou às portas do quarto do rei. Tomou coragem e abriu-as lentamente, sem fazer barulho.

Encontrou o Rei Élfico totalmente vestido, segurando um jarro de vinho do lado de uma pequena, mas lustrosa mesa redonda. O rei virou-se lentamente quando percebeu a presença de alguém no quarto. Um tênue sorriso brincou em seus lábios quando viu que era Tauriel.

- Peço perdão por tê-lo incomodado, meu senhor... - começou Tauriel.

- Não há o que perdoar minha querida. - interrompeu Thranduil. Sua voz era suave, grave e lenta ao mesmo tempo. Continuou sorrindo. - Venha, sente-se comigo. Não costumo dormir cedo.

Indicou uma cadeira para Tauriel e sentou-se à frente dela. Os dois conversaram por longos minutos. Thranduil perguntava as mais diversas coisas: o que mais gostava de fazer, se lhe agradava ser capitã da guarda. Ele escutava as respostas atentamente, bebericando o vinho de vez em quando.

Parecia que aquilo o estava divertindo. Ria com as coisas mais tolas, e fazia Tauriel rir com suas piadas. Agora conversavam como se fossem velhos amigos que se reencontraram. Depois de quase uma hora de conversa, Thranduil parou de falar e ficou observando Tauriel enquanto ela mordiscava uma maçã que tinha acabado de pegar. Tauriel percebeu que ele a observava e corou. Thranduil não deixou passar despercebido.

- Você é bela. - ele disse docemente. Sentiu-se corar cada vez mais forte.

Thranduil levantou de sua cadeira e andou em sua direção. Pegou Tauriel pela mão e a levantou. Pressionou seu queixo para cima para poder olhá-la nos olhos. Olhos castanhos claros, pele pálida e corada, cabelos ruivos flamejantes. Thranduil a desejava mais do que poderia expressar, mas ela não sabia disso.

Ainda sem desviar o olhar de seus olhos, tateou a procura de uma maneira de tirar seu vestido. Com pressa e impaciência, rasgou a parte de trás e jogou o vestido do lado da cama. Enquanto fazia isso, Tauriel atirou os braços sobre seus ombros e o beijou. Sua boca tinha gosto de maçã e vinho.

Sem interromper o beijo, Thranduil a carregou nos braços até a cama. Sua cama ficava exatamente do lado de uma alta janela que dava para os jardins. O luar penetrava pela janela aberta e iluminava quase todo o seu quarto.

Colocou Tauriel na cama cuidadosamente e ela tirou sua roupa com mãos hábeis e rápidas...

Quando terminaram, ela deitou do lado dele e ambos ofegavam como se tivessem acabado de correr por milhares de léguas.

Thranduil puxou Tauriel para perto e a aconchegou entre seus braços. Ela passou o braço ao redor de seu peito e o abraçou com força. Ficaram assim por vários minutos, ou bem poderiam ter sido horas. Tauriel levantou os olhos e os fixou no belo rosto de Thranduil.

- Durma minha querida. Apenas durma - disse Thranduil calmamente e acariciou seus cabelos.

Sorrindo para si mesma, Tauriel fechou os olhos com Thranduil a observá-la e dormiu quase imediatamente. Nunca se sentira tão feliz.


A ELFA DA FLORESTA - Contos da Terra Média (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora