Saímos da floresta a toda velocidade em asas de metal.

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  Depois que despistamos aqueles caçadores metidos a mercenários, chegamos num aeroporto meio decadente em meio a floresta. Lá havia vários homens fortemente armados e preparados pra matar até um exercito e resistir até a terceira guerra mundial.

- Como acha que vamos enfrentar tudo isso se nos não enfrentamos nem aqueles carros, motos e triciclos, que não tinha nem um quinto dos caçadores que tem aí?

- Não vamos enfrentar.

- Além de fantasma agora é mágico, é?

- Você não acredita em magia?

- Agora endoidou de vez. Foi isso que aconteceu? Você foi internado num manicómio e a mãe mentiu dizendo que tinha ido embora?

- Eu sei que não entende porque eu fui embora.

- Não entendo mesmo! Você nem se despediu, quando cheguei em casa a mãe me falou tudo e até hoje não entendi, mas aceitei. Mas não quer dizer que foi fácil, nem que eu esqueci tudo.

- Me perdoa por isso, mas vou ter que fazer uma coisa.

- O Que você vai...

Ele me acerta na nuca com alguma coisa que não vi ele pegando e eu desmaio.
Quando quando recobro os sentidos, estamos dentro em uma aeronave voando por cima de vários arranha-céus e sob uma cidade que nunca havia visto.

- Ai, minha nuca.

- Desculpa, mas você iria me atrapalhar porque ainda não sabe nada e estava no meio de um ataque estérico.

- Era só pedir pra eu ficar quieto, e não me bater pra eu desmaiar!

- Desculpa - Ele esboça um sorriso meio culpado.

- Não ria! sso vai ter volta.

- Não mesmo. - Ele solta uma gargalhada enquanto dirige, e eu também começo a rir. E imediatamente me vem à memoria a noite que nossos pais foram sair para jantar, e depois de algumas horas a gente recebeu uma ligação da mamãe dizendo que estava no hospital e que papai havia morrido, e o Jonathan não quis me falar, mas eu acabei descobrindo, porque sou um ótimo interrogador e fiquei sem chão, ele me fez rir e esquecer a dor me abraçando e me distraindo. Desde aquele dia ele cuidou de mim até o dia em que foi embora.
De repente sou acordado do meu devaneio por uma explosão que acontecera perto do nosso avião, quando olho em pânico pro John sem ainda entender ou então processar aquilo na minha mente.

- O que tá acontecendo? - Quase grito sem querer com outra explosão que acontece ainda mais perto do avião agora.

- Os caras do aeroporto lá não foram muito gentis em emprestar um avião, então peguei emprestado enquanto estavam ocupados apagando um incêndio dentro da garagem dos aviões. - Ele faz careta e começa a rir, o que acaba logo com outra explosão. Essa mais perto do avião do que a outra.

- Meu Deus, estamos fritos!

- Fritos não. Estou de dieta. E fritura acabaria com meu corpo.

Olhei bem pra ele e falei: "Para de graça e dirige essa droga!" - Gritei mais alto do que queria.

- Maninho que legal, você engrossou a voz.

Olhei pra ele novamente e não resisti a sua careta e comecei a rir. Aquele idiota sempre tinha o dom de me deixar calmo em situações loucas que nem essa. Ele se concentrou pegou, firme no controle do avião e me mandou colocar o cinto de segurança e segurar firme. Eu o fiz sem pensar. Quando ele viu que eu já estava meio seguro, inclinou o avião e mergulhou de bico com o monomotor em direção ao chão a toda velocidade, o que me fez segurar mais firme e gritar. Ele olhou pra mim e disse: "a gente consegue". Eu olhei pra ele e fiz que sim com a cabeça.
Quanto mais perto chegávamos do chão, mais eu gritava, e quando ele também começou a gritar eu me desesperei. Aí outras duas explosões aconteceram e em uma delas eu olhei pra trás e vi que o projétil atingiu a calda do avião fazendo graves estragos.

- Como estava prevendo, agora vamos belezinha: subaaaaaa. - Falou gritando e puxando o controle do avião pra perto de si fazendo ele subir o bico do avião pra cima aos poucos, e aos poucos foi subindo e subindo  até que alinhou-se mas já era tarde de mais. Uma das hélices começou a parar depois de ser atingida com violência com um projétil do avião que estava perseguindo a gente, o que fez o avião começar a descer bruscamente. Meu irmão perdeu o controle e começarmos a cair em queda livre. O bico ficou em direção ao solo de novo, e meu irmão parou na frete dos controles e olhou pra frente, eu percebi que não havia muito tempo e ele também percebeu, começou a tirar o cinto e olhou pra mim e disse: " Tira o cinto e me segue". Ele me indicou que deveríamos ir para o meio do avião, e com muita dificuldade conseguimos, mas o solo já se aproximava e muito rápido. Ele pegou um paraquedas, vestiu-o e me abraçou, me conectando aos cabos e apertando feixes e amarrando cordas e dando laços ao paraquedas dele com muita habilidade. Parecia que ele já tinha muita prática naquilo. Ele abriu as portas e por um breve momento me senti livre, eu via a imensidão azul ao nosso redor, via também os prédios lá embaixo com sua esplêndida beleza arquitetónica que reluziam a luz do sol, e também senti o vento raivoso que invadia o avião assim que abrimos as portas e nos lavava como um rio mais era apenas o vento, olhei mais na frente uma paisagem verde o que meu irmão apontou e eu olhei, era um pequeno parque cheio de árvores, quanto mais o avião caia mais detalhes apareciam e então quando não havia mais tempo, demos dois passos e pulamos.

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