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Ao chegar á escola, vi Noah a beijar Tessa, o que me deu raiva e ao mesmo tempo ânsia de vómito.

Como é que ele pode esquecer tão rápido tudo o que passamos? Eu amava-o tanto. Porquê?

Ao olhar para aquilo, ia recomeçando a chorar, e comecei a andar a passos rápidos em direção á casa-de-banho, a olhar para o chão. Até que sinto um corpo a embater no meu, fazendo os livros da minha mão cairam para o chão.

Depressa se apressou em pegar nas minhas coisas e dar-me.

Ao erguer a cabeça, os meus olhos verdes encontraram-se com os seus olhos castanhos.

Era ele. Aquele rapaz que me abraçou no outro dia e disse para eu não chorar mais.

– Desculpa — a sua voz perfeita ecoou nos meus ouvidos, o que me deu um arrepio — eu sou um desastrado!

– N-Não faz mal — a minha voz tímida soou e apertei os livros contra o meu peito.

Ele olhou-me nos olhos e percebeu que eu estava triste, prestes a chorar.

– O que se passa? — perguntou levantando o meu queixo.

– N-nada.. — gaguejei, e ao lembrar-me da cena, uma lágrima escorreu pelo meu rosto mas depressa ele a limpou e abraçou o meu corpo com força.

– Emma...está tudo bem — ele disse.

– Como é que sabes o meu nome? — perguntei mas ele virou-me as costas e sorriu.

– Vêmos-nos na aula de Filosofia — disse ignorando a minha pergunta e depressa saiu do meu campo de visão.

*************

Entrei para a aula de filosofia.

Não consegui concentrar-me a aula toda, pensando naqueles olhos.

Isto não parecia nada meu, eu nunca pensei tanto em um rapaz.

Só no Noah..mas ele agora é passado.

Depois lembrei-me que o Slate estava ali, então iria mandar-lhe uma mensagem para ver quem mexia no telemóvel, apesar de estarem ali 30 pessoas.

[Mensgens]

Emma: Slate?

Slate: Hello.

Emma: Estás na mesma sala que eu?

Slate: Simm.

Emma: Que sensação.

Slate: Eita giovanna..

Emma: Levas tudo para a parte perverso, ugh.

Slate: Tocou, vemos-nos na aula de ed.física!

Emma: ui, que entusiasmo. Até já.

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Eu não consegui ver ninguém a mescer no telemóvel na aula.

Ou ele é muito mas muito descreto, ou é um pedófilo hacker de localizações de telemóvel.

******

– Formem pares para treinar passes — o professor de edf disse e todos se juntaram.

Fiquei sozinha porque antes ficava sempre com Noah, mas como era de esperar o palhaço ficou com a Tessa.

Até que avistei aquele rapaz.

Aquele que me abraçou, duas vezes.

Um sorriso largo abriu-se na minha cara ao vê-lo a caminhar na minha direção.

– Posso ficar contigo? — perguntou pegando numa bola de futebol.

– Claro – disse e começamos com os passes.

– Tens mesmo jeito! – ele disse já cansado por ir tantas vezes apanhar a bola – Andas no futsal?

– Não, mas gosto — digo, pois sempre gostei imenso de futebol e futsal.

Os meus olhos pousaram numa cena um pouco mais ao lado.

Era Noah e Tessa. Eles estavam felizes, eles sorriam.

O meu par aproximou-se de mim.

– Ei, calma — pousou a sua mão no meu ombro.

– Está tudo bem — encolhi os ombros e suspirei — vamos continuar.

– Sou o Shawn.

Ele passou-me e ficamos assim por uns minutos, até que o meu olhar pousou de novo naqueles dois, ao ouvir gargalhadas dos mesmos.

– Isto está mesmo a meter nojo, não está? — o meu par questionou fazendo-me voltar á Terra.

– Podes crer — concordei.

– A aula acabou, podem ir — o professor avisou e fui por a bola dentro de uma baliza.

– Anda comigo — ele sorriu quando voltei e puxou o meu braço, segui-o sem saber para onde me levava.

– Shh — ele fez sinal ao pormos-nos á escuta no balneário.

Não estava lá ninguém agora, só Tessa e Noah.

O que é que o estúpido estava a fazer no balneário das raparigas.

– Eu amo-te bebé. — ouvimos Tessa dizer-lhe.

– Eu amo-te mais..vamos ficar juntos para sempre — Noah respondeu-lhe e ouvimos barulhos de beijos.

Fiz sinal ao "meu par" que ia vomitar e este riu-se baixinho das minhas caras.

O "meu par" levantou a mão e mostrou-me uma chave.

Um sorriso maléfico apoderou-se de mim.

– Estás a pensar no mesmo que eu? — perguntei entre susurros.

– Vamos descobrir — respondeu no mesmo tom e, em um movimento rápido colocou a chave na fechadura do balneário e rodou esta.

Após a porta estar totalmente trancada e quase toda a gente sair do pavilhão, desatamos a correr e atiramos á chave para o lixo.

Gargalhadas foram soltas naquele momento, naquele lugar, ao ouvirmos gritos como:

" Está aí alguém? Ajudem-nos! "

Após alguns minutos de risos e gargalhadas, volta-mos ao normal, ainda sorridentes.

– Shawn. — ele disse.

– O quê? — questionei.

– Shawn. É o meu nome. — ele deu um beijo na minha face e saiu dali a correr. – Tenho dir! Até mais.

Porque é que ele faz sempre isto? Sai a correr como se ele fosse um mistério. Hum, ele realmente é.

Mas ele quer jogar? Então vamos jogar.

UNKNOW ➡️ s.mOnde histórias criam vida. Descubra agora